sábado, 23 de dezembro de 2017

Feliz Natal

O clima do Natal que envolve a cidade, apesar de todos os desafios que enfrentamos, é capaz de diminuir a enorme desagregação e unir um pouco as pessoas.

A solidariedade, o olhar ao próximo e a afetividade presente deveriam permanecer o ano todo.

Se nessa época, emoções tão fortes preenchem nossas vidas é porque habitam em nós.

Em um exercício diário, tentando lidar com o atraso econômico, científico e tecnológico, e com todos os crimes cometidos contra a população, trazemos de volta esse clima para nossas vidas.

O Brasil é de todos, não poderá continuar a ser o de alguns e onde uma imensa população é esquecida diariamente.

Em um dia como hoje, fica claro que podemos ser pessoas melhores, merecedoras de um país melhor.   
Feliz Natal a todos e nos vemos em 2018!
Marbel

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O Leblon Que Não Sai Na Mídia

A maioria das pessoas que compartilha nesta página coloca suas observações de modo afável e elegante, mas por vezes, por morar no Leblon, sou ridicularizada ou debochada por leitores que imaginam a minha vida em uma bolha de riqueza, enquanto o resto da cidade mergulha no inferno.

Resolvi contar algumas histórias de pessoas da minha proximidade. A começar pela minha redondeza, onde muitos moradores precisaram vender seus imóveis, devido ao alto custo do condomínio e do IPTU. Geralmente são pessoas idosas, não mais produtivas, e que viviam dessa “beleza” que se chama aposentadoria.

Muitos escolheram a Barra onde ficam isolados, sem automóvel e já mais velhos, a autonomia para sair chega ao fim. A essa tristeza deram o nome de gentrificação.

Igualmente difícil se tornou a vida para alguns moradores, profissionais liberais na faixa dos cinquenta anos, porque nessa miséria que colocaram o Rio, vender a própria moradia é uma aventura. As contas vão chegando, a cada dia mais caras e para pagá-las, juntamente com as escolas dos filhos, a opção pela sobrevivência é vender o carro, se deligar do plano de saúde, se tornar vegetariano etc.

Vários deles são ex-alunos de bons colégios, formados e até pós-graduados, e no momento em grave situação financeira.

Na era anterior à Manoel Carlos, que trouxe seus artistas que em nada contribuíram para o bairro, o Leblon era elegante pela simplicidade, majestoso por seus prédios pequenos e suas lindas árvores cheias de passarinhos, organizado com o estacionamento do lado esquerdo da rua, alegre e com a vizinhança educada.

Havia pouquíssimos restaurantes, mas muito bons, a doceria Petit Fours que acabou de fechar as portas, juntou-se a longa lista que inclui o Caneco 70, o Cinema do Leblon, Letras & Expressões e tantos outros.

Hoje, os passarinhos foram substituídos pela assustadora desordem auditiva dos bares como o Belmonte e as lindas ruas, principalmente as mais residenciais, serviram de escoadouro para o entulho de carros, micro-ônibus, vans, fretes e até caminhões que se alojam nas ruas.

A visão dos porteiros é obstaculizada. Sem nenhuma punição, os desordeiros cometem um crime ambiental, porque nos tiram o direito de ir e vir. Até as esquinas são tomadas e o panorama visual, outrora belo, se tornou sufocante.

Esse é o cenário do bairro atualmente, embora não tão agradável ainda é valorizado, muitos moradores antigos permanecem e tentam reverter alguns inconvenientes, há ótimas pessoas de todas as classes sociais, muito além dos estereótipos que povoam o imaginário dos cariocas.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Nem Ódio Nos Une

Favorece ao projeto ambicioso e maníaco de poder do Presidente Temer essa confusão política em que o país se encontra. Bradando resultados econômicos e chamando para si o papel de gestor de reformas, algumas até estapafúrdias como o semipresidencialismo, Temer vai pavimentando seu caminho. Como todo governo autocrático, se apropria das festas natalinas, e enquanto a população se distrai tudo que lhe seja favorável é aprovado.

O Brasil é um país caracterizado pela injustiça, arrecada-se uma fábula em impostos da classe trabalhadora, mas a reversão desse dinheiro se esvai em roubos, gestões fraudulentas, falta de projetos a longo prazo, falta de lealdade ao povo, não chegando à população em termos de benefícios.

Enquanto essa fantástica e perversa manipulação de “melhoria Brasil” vai se infiltrando nas mentes brasileiras, é chocante a constatação de que milhões de vidas são perdidas devido ao sucateamento da saúde e da falência da segurança.

Perdemos o valor da vida, a dignidade humana, e as mortes passam a ser tratadas como algo cotidiano, banal, que não nos afetam porque são os outros que estão morrendo e não nós, até o dia que ela se apresente à nossa frente, seja pela violência ou pelo infortúnio de se depender do Estado. 

Alardeia-se que o desemprego está em queda, mas não se declara que 75% das vagas criadas são informais ou seja: dos 2,3 milhões de vagas, 1,7 milhão não têm carteira assinada, dados divulgados pelo IBGE. Poucos observam que estamos em época de festas e por isso mesmo os contratos são temporários. 

Não se cogita mencionar, e muito menos questionar, o aumento a cada dia, em progressão geométrica, da pobreza e da miséria brasileira que explode em nossos corações, enquanto 10% dos mais ricos detêm 43,4% dos rendimentos do país (dados do IBGE). A aceleração da desigualdade é acachapante.

A conta dessa balbúrdia presidencial geradora de tramoias, chega até nós, poucos investimentos, incertezas e uma tremenda violência. Nas redes sociais tanto faz direita ou esquerda, o ódio a Temer é enorme, mas isso não os une. A população está se odiando, brasileiros contra brasileiros, não se importando a classe social ou grau de instrução em um movimento autofágico.

É inacreditável que o foco, objeto de indignação e irritação, que deveria estar centrado em Brasília, esteja entre nós e essa desunião impede reações conjuntas. Enquanto isso em Brasília...

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Teatro do Absurdo

Brasília inovou, lá se passa o tetro do absurdo: entre os três poderes surgem os mais escabrosos conchavos! Os artistas trabalham para si mesmo, distantes da platéia (a população do país), mas são de primeira grandeza.

Temer é a estrela principal, usa as mãos, de forma frenética, aliviando o enorme constrangimento de quem tem só 3% de aprovação e ainda convoca o Banco Mundial para mostrar que um órgão internacional aprova a Reforma da Previdência.

Moderno e inovador, “nomeou” um primeiro ministro, Rodrigo Maia, que se fantasia de estadista e organiza o leilão na casa legislativa para a compra de votos favoráveis ao governo. Congresso e o Supremo Tribunal também caminham juntos, como o coro desse teatro.

Como é que a sociedade brasileira pode cogitar ser representada ou intervir nessas tramoias? Aspectos importantíssimos são votados em um clima de vilania ética e moral nunca vistas. Pessoas compromissadas com a corrupção, e não com a nação, direcionam nossos destinos. Decisões são tomadas sem termos toda a convicção de que são necessárias.

Como o teatro é do absurdo, eles esquecem que há pessoas competentes para opinar. Maria Lucia Fatorelli, ex-auditora da Receita, diz que a dívida pública do Brasil é feita não para pagar as contas do governo, mas para transferir dinheiro ao sistema financeiro.

Os auditores da Receita Federal questionam o rombo calculado pela equipe econômica e se há falta de recursos, por que não reduzir as isenções fiscais que são dadas cotidianamente? No Rio de Janeiro, até joalheria possuía isenção. E as dívidas da previdência porque não são cobradas? Além disso, em qualquer produto que se compre, uma fração é da previdência, alia isso ao fator previdenciário, imaginem a soma dessa dinheirama ou derrama.

Quanto ao Congresso, os “artistas” estão negociando o que vão receber para aprovarem esse pacote. Cada vez que eles relutam em votar, eu tremo! Sinal que mais dinheiro precisará entrar em cena para pagar pelos votos.

O elenco do Supremo também quer uma fatia desse espetáculo, afinal ninguém é de ferro. O nosso intelectual Ministro Dias Toffoli, profundo conhecedor da Constituição, pediu vistas do processo que reduz o foro privilegiado. Ou seja, vai colocá-lo na gaveta com o objetivo de ganhar tempo, senão como os personagens dessa trama vão escapar da prisão e serem reeleitos?

Esse espetáculo chocante parece imutável, um sistema político podre e um judiciário confuso parece que vieram para ficar. O quê fazer? As pessoas estão vivendo sem esperança, sem fé, sem rumo. Um país de zumbis.

Os protegidos que formam esse espetáculo não serão atingidos por nenhuma reforma. Como esperar mudança daqueles que não querem que nada mude para si? Se algo for mudar, vai para nós que pagamos a conta (cada vez maior).

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A Máfia no Poder

O mais grave problema desse país é a corrupção, que vem tomando proporções assustadoras, se alastrando pelo Brasil e, de modo especial, no Rio de janeiro. É uma metástase, segundo o juiz Marcelo Bretas, as teias que ela constrói englobam o país que só funciona à base de propina.

Emblemático é o caso dos dois deputados da Alerj, chefiados por Jorge Picciani, condenados por unanimidade pelos juízes do Tribunal Regional Federal da 2ª região. Eles cometeram o crime de receber propina em troca de benefícios fiscais em favor de empresas e empreiteiras, porém nos últimos cinco anos, causaram um prejuízo na arrecadação de 183 bilhões, poderosa cifra, que deixou o Rio de Janeiro em estado financeiro comatoso.

Esses corruptos que, a meu ver, deveriam ser rigorosamente punidos por cometerem um crime, que poderia ser considerado hediondo, ainda são agraciados pelo STF com a possibilidade de serem julgados pela Alerj. Sim, foi o STF, por conta da decisão no caso Aécio Neves que relegou ao legislativo o poder decisório final. A infeliz decisão foi capitaneada pela Ministra Carmem Lúcia representando um judiciário politizado, com raras exceções.

A Alerj que há 13 anos elege Picciani como seu presidente, só na última votação lhe concedeu 60 votos em um total de 65, é que o julgou. O cardápio da votação de hoje foi o de uma quadrilha analisando o seu líder. 

Corrupção não significa só desvio de dinheiro, ela é irmã da violência porque o dinheiro surrupiado, destrói de tal modo o país e os estados que gera o caos nos baluartes da vida humana como saúde, educação, segurança. Perverte de tal modo que, as pessoas detentoras do poder se tornam insensíveis, mentirosas, cínicas, debochadas e desumanas.

Na contramão dessa podridão temos no país o Juiz Sergio Moro, um “juizeco” de primeira instância (segundo nossos togados que se acham deuses) e que se comporta como um verdadeiro brasileiro. Ele, por ser humano, pode até falhar, mas tem uma coragem, uma capacidade de trabalho, um equilíbrio e um amor pelo país que chega a me comover. Formou uma equipe primorosa, incluindo nosso Marcelo Bretas. Todo seu trabalho está sendo desmontado pelo legislativo e judiciário coniventes com a corrupção

Portanto, se havia alguma possibilidade de sairmos dessa malha nojenta que enredou o país em uma verdadeira catástrofe econômica, moral e ética, está sendo desperdiçada.

Creio que a falta de apoio da população ao juiz Moro e sua equipe autoriza nossos legisladores, que são em grande maioria delinquentes, a fabricarem leis que impedirão todo o trabalho de uma equipe, que veio para nos libertar da escravidão da corrupção. Afinal, somos escravos, trabalhamos, pagamos e não temos os requisitos básicos que define um cidadão.

Por incrível que pareça, as homenagens à Sergio Moro provem de áreas internacionais, cujas pessoas acreditam na força da grandeza humana.

Entre outras homenagens já recebidas ele será, desta vez, o orador convidado da 173ª turma de formatura da Universidade de Notre Dame nos Estados Unidos. Essa homenagem é dada à importantes personalidades que contribuíram para o aprimoramento dos valores da vida e das instituições. Segundo o presidente da Universidade, o nosso juiz tem valores que devem nortear a vida dos jovens. 

Lista dos que votaram pela soltura dos deputados:
Andre Correa (DEM)
André Ceciliano (PT)
André Lazaroni (PMDB)
Átila Nunes (PMDB)
Chiquinho da Mangueira (Podemos)
Christino Áureo (PSD)
Cidinha Campos (PDT)
Coronel Jairo (PMDB)
Daniele Guerreiro (PMDB)
Dica (Podemos)
Dionisio Lins (PP)
Fabio Silva (PMDB)
Fatinha (SDD)
Figueiredo (PROS)
Filipe Soares (DEM)
Geraldo Pudim (PMDB)
Gustavo Tutuca (PMDB)
Iranildo Campos (PSD)
Jair Bittencourt
Janio Mendes (PDT)
João Peixoto (PSDC)
Luiz Martins (PDT)
Marcelo Simão (PMDB)
Marcia Jeovani (DEM)
Marcio Canella (PSL)
Marcos Abrahão (PT do B)
Marcos Muller (PHS)
Marcus Vinicius (PTB)
Milton Rangel (DEM)
Nivaldo Mulim (PR)
Paulo Ramos (PSOL)
Pedro Augusto (PMDB)
Renato Cozzolino (PR)
Rosenverg Reis (PMDB)
Silas Bento (PSDB)
Thiago Pampolha (PDT)
Tio Carlos (SDD)
Zaqueu Teixeira (PDT)
Zito (PP)

Votaram pela manutenção das prisões
Benedito Alves (PRB)
Carlos Macedo (PRB)
Carlos Minc (sem partido)
Osorio (PSDB)
Dr. Julianelli (Rede)
Eliomar Coelho (PSOL)
Enfermeira Rejane (PC do B)
Flávio Bolsonaro (PSC)
Flávio Serafini (PSOL)
Gilberto Palmares (PT)
Luiz Paulo (PSDB)
Marcelo Freixo (PSOL)
Marcio Pacheco (PSC)
Martha Rocha (PDT)
Samuel Malafaia (DEM)
Wagner Montes (PRB)
Waldeck Carneiro (PT)
Wanderson Nogueira (PSOL)
Zeidan (PT)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O Elefante na Sala de Estar

Estamos arrepiados com as notícias desta semana. Fatos gravíssimos foram revelados, os quais sempre me fizeram pensar. O Ministro da Justiça Torquato Jardim acusou e criticou a polícia Militar do Rio de Janeiro dizendo o seguinte: “Os comandantes dos batalhões são sócios do crime organizado no Rio. O comando da PM decorre de acerto com deputado estadual e o crime organizado”.

Esse foi um dos temas do filme Tropa de Elite e imagino que a população do Rio, também, questiona a aberração que é o sistema de segurança na cidade, entregue à bandidagem. Creio que muito se discute, muitos especialistas opinam e nada se realiza de forma satisfatória.

Chegou-se ao cúmulo de se fazer uma operação, traçada pelas mais altas patentes do Estado para ser executada na Rocinha, e o resultado foi de fazer corar até a um sem vergonha, nada se conseguiu.

As manobras operacionais nas comunidades carregam em seu bojo muita tristeza e morte de crianças, adolescentes e policiais. Tiro para todos os cantos, helicópteros sobrevoando, a população apavorada, mas o resultado é nulo. Operação “enxugar gelo”! Onde está o serviço de inteligência? E a ABIN?

Diante desse arsenal de bombas que o Ministro soltou, os políticos e governantes enlameados, são incapazes de tomar qualquer atitude de averiguação. Tentam desmoralizar o Dr. Torquato Jardim, mensageiro de terríveis notícias, acusando-o de irresponsável ou de que sua declaração tem finalidade eleitoreira.

No entanto, quem teria coragem de checá-las de verdade? Rodrigo Maia, sempre se mostrando preocupado com os avanços do país, mas bem distante em seu passeio, menciona que essas declarações atrapalham parcerias da União com o Estado do Rio de Janeiro para combater o crime.

Parece que nosso deputado federal pelo Rio não lê as notícias, só no mês passado o Comandante da UPP do Caju foi preso por fornecer armas e munições ao tráfico. Quem foi o responsável por sua indicação?

Vamos combater algum crime desse jeito ou como sempre vamos fingir que estamos trabalhando e deixando mortos inocentes no rastro?

Estas acusações não foram proferidas por qualquer pessoa, mas por um jurista, com bom currículo e que prometeu, em sua posse, estudar a segurança pública com prioridade máxima. Que o crime organizado tomou conta do país não é novidade. Nossa capital, em Brasília, me parece ser a sede.

Agora, onde está a povo dessa cidade e desse país? E os grupos sociais inertes nas situações mais escabrosas pelas quais estamos passando? Nesse clima hediondo, insalubre, inseguro, violento, não se pode continuar. A segurança em um país é da mais alta importância para a sociedade, para a economia e principalmente para o Rio, cidade turística.

Que se apure essa situação, se for pura ilação do Ministro que ele seja punido.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Assim a Corda Arrebenta

Vivemos momentos extremamente confusos, um atual modo de existir chama a minha atenção pela proeminência da relatividade.

Parece que não existe o certo ou o errado, o feio ou bonito, legal ou ilegal, o corrupto ou honesto, a mentira ou a verdade, o pudor ou despudor, respeito ou desrespeito, censura ou autorização. Não se pode nem dizer que há homens e mulheres. Até as leis são relativas, haja vistas as sentenças que saem dos tribunais.

Para o relativismo a realidade é uma questão de opinião, parece que se pretende cultivar na sociedade modos mais leves de se existir, entretanto os padrões éticos e morais estruturam nossas vidas, e nos indicam caminhos a seguir. Esse estado de coisas mais parece rebeldia de adolescente.

Essa elasticidade oferecida, permite que se crie um clima de confusão mental, de falta de identidade, de impedimento de pensar, de se discutir e afeta a criatividade. Os comportamentos são padronizados e, desculpe os maus modos, acho tudo isso muito chato.

O que se vê é um vocabulário pobre, os pensamentos precisam ser impostos, um verdadeiro patrulhamento e cerceamento psíquico. A superficialidade está em alta. Criam-se slogans bacanas (ou como falam atualmente: memes), quanto mais se força a barra, a sociedade se torna cada vez mais preconceituosa. Isso é que é realmente lamentável. 

Imaginem os pais educando seus filhos na atual pós- modernidade, como deve ser difícil! Não desejam ser chamados de fascistas, gostam de ser modernos, mas também eles mesmos terão de descobrir por si mesmos a melhor maneira de proceder, tarefa angustiante.

Por outro lado, há uma preocupação com o que vem surgindo. É fato que as bancadas evangélicas estão em amplo crescimento, o que penso ser uma reação à essa postura relativa. Os evangélicos, “são alguma coisa”, são evangélicos.

Não comparando, existem outros grupos que também têm identidade e bancada própria, são os corruptos. Entre eles existe uma unidade que lhes é peculiar: a da pouca vergonha. Sua razão de existir é a autopreservação.

O problema está com as pessoas honestas, estas sim, estão na corda bamba, nada os une, nada os guia, nada os representa.

Outro dia vi um colunista de um jornal, um senhor idoso, fazendo a apologia de um grande absurdo, tentando ser complacente, moderno e atual. Ridículo.

Nesses tempos de caos, muitos vão se preenchendo com o que observam, com o risco de se abastecer sem usar o devido juízo crítico.

sábado, 14 de outubro de 2017

De Olhos Vendados

A cena que vou descrever apareceu esta semana no jornal O Globo. A visão do medo e do desamparo era visível: uma senhora com quatro filhos e três netos, fugia com as crianças do tiroteio da Rocinha. Caminhando por pequenas ruelas, trazia os filhos em fila indiana. Suas crianças estavam com olhos vendados, por panos, de modo que elas não presenciassem um homem morto todo ensanguentado no chão em pleno caminho.

Uma tremenda lição de amor, sanidade, entendimento e preocupação diante de cena tão dramática e corriqueira. Apesar do desespero, ainda pensou nas crianças, pois ciente dos profundos traumas emocionais a que estes pequenos seres em formação estariam vivendo, tentou evitar ao máximo o acréscimo de danos. Viver ou morrer é quase uma questão de sorte.

Este caso é resultante do mar de abusos e insanidades, no qual   vivemos, mar este em plena ressaca, sem tréguas, sem coletes salva- vidas, onde somos jogados de um lado para o outro. À beira do suplício não aparece um barco que nos ajude porque os brâmanes desse navio, essa casta que se chamam senadores e deputados, só trabalham ininterruptamente para se salvarem das grades e se reelegerem. Não há tempo para pensar que esse país é habitado.

Para completar o quadro dos que estão se afogando aparece o Supremo Tribunal abrindo concessões ao crime. Os delitos de 33 senadores e 152 deputados, eleitos em 2014, que responderam ou respondem a inquéritos no Supremo poderão ser salvos pelo voto de Minerva (lembrar que voto de Minerva é proveniente do pensamento) da Ministra Carmem Lúcia. Nesse voto ela declara que constitucionalmente o Supremo pode votar medidas cautelares, mas diz ao mesmo tempo, que caberia ao legislativo a decisão.

Seria como a justiça condenar um assassino à prisão, mas a turma dos direitos humanos teria o direito de reivindicar a ausência de culpa do cidadão, afinal ele foi maltratado pelo pai na infância e por isso quem devia estar na cadeia era o pai e não ele.

Pelo visto, nomes pomposos como Supremo Tribunal ou a mais Alta Corte, não tem mais razão de ser. Mesmo tendo o decano Celso de Melo, como conselheiro que votou a favor das medidas cautelares, a Presidente deu um voto desengonçado para que houvesse harmonia entre os Três Poderes.

Que paz e harmonia é essa? Só os Três Poderes do País merecem harmonia? A senhora fugindo dos tiros têm paz? Quem está desempregado tem paz? O que se vê é o país inteiro vivendo sob o regime de guerra, cujos habitantes sofrem intenso estresse físico e mental.

Sem esperanças, acabam desejando o pior que é a volta da ditadura. Sem saber qual a bomba que vai estourar amanhã, preferem uma conhecida ou seja, a ditadura.

A Presidente do Tribunal em vez de paz criou uma instabilidade jurídica e moral.

“Até quando ó Catilina, abusarás de nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa tua loucura?...” Palavras do Consul Romano Cícero a Catilina.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Turismo em Terra de Bala Perdida

Segunda-feira, dia 25 de setembro, me deparei com a seguinte notícia no jornal O Globo: “União anuncia R$ 200 milhões para eventos na cidade. O calendário turístico de 2018 terá cerca de 100 atividades”.

A largada dessa brincadeira será na virada do ano e teremos doze dias de carnaval. Muito bacana! E atinge em cheio aos objetivos políticos...

Não é preciso dizer que quase desmaiei, mais uma Olimpíada é muito para mim, ainda mais essa que é para o ano inteiro. Não posso deixar de esclarecer que o Rio não teve lucro algum com as Olimpíadas, mas sim muito prejuízo!

Vamos lá, cinco ministros vieram ao Rio e, juntamente com o governador e o prefeito, se uniram à três empresários, entre eles Roberto Medina para preparar o calendário turístico. Tenho o maior respeito pelo Medina cujo Rock in Rio é sempre muito bem preparado e, portanto, o sucesso é garantido.

Sei que intenção é alavancar o turismo, criar empregos, manter a economia em ascensão, entretanto vender a cidade do jeito em que ela se encontra, à base de fuzis e metralhadoras, é um tiro no pé.

Penso que qualquer recurso que se receba, mesmo sendo pequeno, deveria ser injetado na cidade. Poderíamos mitigar um pouquinho as enormes carências que sofremos quer sociais, educacionais ou ambientais. Não estaríamos assim preparando a cidade para os cariocas, os visitantes e fornecendo empregos? Já pensaram em despoluir as belíssimas lagoas da Barra?

O que fazem as cidades europeias que são tão vibrantes e acolhedoras? Primeiro cuidam da cidade e da população e o turismo é consequência de uma cidade organizada, bem tratada e razoavelmente segura. Esse é o cartão de visitas e a propaganda de países desenvolvidos.

A cidade que carece de serviços essenciais, os mais básicos possíveis, chegando ao cúmulo de retirar o vale transporte dos professores que apanham dos alunos, apanham do governo com salários baixíssimos, por falta de recursos e vai gastar essa fortuna?

Achei graça na origem do dinheiro: 150 milhões das estatais (parece que estatal não significa dinheiro da União) e 50 milhões serão usados pela Embratur e pelo Ministério do Turismo para propaganda da cidade no Brasil e no exterior.

Claro que também pensei em mim e nos outros pobres trabalhadores desse país que sustentam essa insanidade tipo “casinha de sapê com janela de vidro” para se locomoverem diante dessa jornada de eventos.

Certamente será como nas Olimpíadas, muito dinheiro jogado fora, muitos feriados para acalmar a cidade e dar vazão ao fluxo e, de vez em quando, chamar as Forças Armadas para segurar as guerras nas comunidades.

Objetivo é garantido: tirar o carioca dessa mania de criticar o governo, ficar de olho nos políticos e suas artimanhas, parar de querer que se faça justiça e que se entre na alienação total. Afinal a, turma do Rio, ama uma festa.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Estado de Sítio

O Rio de Janeiro está sitiado, guerra contra o tráfico, vias fechadas em pleno Rock in Rio, transtorno para o ir e vir da população, crianças nas escolas e o tiroteio comendo.

A cidade, Patrimônio Mundial da Humanidade, é a imagem da desordem. A faceira Rio de Janeiro, elegante, que destilava charme, cultura e exportava para o Brasil um modo alegre de viver, hoje está nos causando horror.

Desprovida de recursos até para a conservação, ela é testemunha ocular da grave situação financeira que vive, enquanto poderosas verbas desfilam pelo judiciário, legislativo e executivo, quer federais ou estaduais.

Nesses três poderes há uma fábrica de funcionários, alguns nem se sabe para que existem, mas são regiamente pagos, muitos ganham mais que um professor federal, concursado com doutorado ou um médico-cirurgião do SUS.

Enquanto a realeza brasileira esbanja dinheiro, a nossa cidade não dispõe de verba para escolas, hospitais e segurança. A mendicância chegou às Forças Armadas que precisaram diminuir o número de operações, pois não recebiam a verba necessária.

O roubo de cargas é de tal ordem, que somos obrigados a pagar um preço muito acima do que deveríamos, pois tudo que compramos leva o repasse do prejuízo dos roubos. Várias fábricas estão se mudando, inclusive a L´Oreal.

O ataque aos caminhões de abastecimento são a matéria prima do mercado que é parte do crime organizado e que infesta a cidade, deixando o ambiente inóspito, prejudicando o comércio honesto que paga aluguel e altos impostos.

Empresários sobreviventes dessa chacina moral e ética precisam pagar pedágio mensal para funcionar, porque os milicianos estão expandindo suas áreas de atuação.

Para completar o desvario, a guerra do tráfico nas centenas de comunidades que cercam a cidade que sofrem o abandono do poder público. Muitas vidas perdidas, crianças morrendo antes de nascer e as que sobrevivem sentem a ausência de saneamento e de serviços básicos, um desprezo total!

Pessoas que vivem de forma degradada, em casas coladas umas nas outras, padecem. Quando alguém consegue, com seu esforço pessoal, ter uma moradia melhor, compartilha as agruras do vizinho cuja edificação não é emboçada e a chuva inclemente vai dar seu passeio dentro da casa arrumadinha.

Quem sabe vossas altezas enviarão brioches para a galera. Maria Antonieta nunca esteve tão viva.

Apesar de nos chamarmos SOS Leblon, nossas preocupações vão muito além do nosso bairro.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Gilmar versus Edson

“Nesse caso, imagino seu drama pessoal. Ter sido ludibriado por Miller et caterva deve impor um constrangimento pessoal muito grande (...) certamente tão poucas pessoas na história do STF correm o risco de ver o seu nome e da própria Corte conspurcados por decisões que depois vão se revelar equivocadas”.

Estas foram as palavras ditas pelo Ministro Gilmar Mendes, em uma reunião da segunda Turma, ao Ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, que autorizou as delações da JBS, cujos empresários, posteriormente, omitiram fatos importantes.

Essa mensagem foi proferida em rede aberta de televisão e transcritas também no jornal O Globo. O tom era um misto de repreensão, desprezo e vitória de alguém que julga deter o saber jurídico.

Fiquei muito preocupada com uma crítica tão forte e, na minha opinião, destrutiva, de cunho depreciativo, desmoralizando um colega que trabalhou seguindo os autos. Esse triunfo entre pares acaba colocando o Supremo à vista e mal visto.

Assistimos a todo instante situações que fragilizam o Supremo, nossos sentimentos são como o de órfãos de pais vivos, pouco confiáveis, que disputam holofotes e vaidades. Parece que não se preocupam com o destino que se configura para nós: incerteza, descrença e medo.

Creio que o juiz Moro, juntamente com o Ministério Público e a Polícia Federal, turma jovem, brilhante, cheia de coragem, preocupada com o nosso destino, apoiados pela imensa população, pode, de verdade, despertar grande desconforto em espíritos mais competitivos.

Nesses casos, sentimentos negativos muito profundos e provavelmente inconscientes, podem emergir e provocar verdadeiros desastres, colocando pólvora em baluartes de nossas vidas.

Estamos cansados, desanimados, perplexos, e até violentos diante de tanta coisa degradante que jogam sem nenhuma piedade em nossos ombros.

As atitudes do Ministro Gilmar têm sido altamente contrárias ao que se espera de um Ministro do Supremo e ninguém se espanta. Seus rompantes autoritários não encontram resposta à altura.

A Corte precisa mostrar o que é tão falado pela ministra Carmem Lúcia, o combate inclemente à corrupção e não o seu aval.

sábado, 2 de setembro de 2017

As Engrenagens da Máquina da Corrupção

O cenário descortinado pela Lava Jato é assombroso. O que tem sido descoberto da classe política e empresarial é de tal modo grandioso que o empenho para destruí-la é enorme. Seja no governo Temer ou no Dilma, foram inúmeras tentativas de parar a operação que está mudando nosso país.

A Lava Jato incomoda os grandes no Brasil. Ela está atrapalhando o esquema secreto que favorecia as megaempresas e os políticos. Quanto maior o tamanho do Estado, mais oportunidades surgiam para as empresas (empreiteiras, bancos, mineradoras, petrolíferas etc.) e os políticos para operarem.

O próprio ex-presidente Lula sempre se apresentou contrário ao grande capital e às grandes empresas, que segundo ele exploravam os trabalhadores, na verdade era o seu grande padrinho. Esse modelo corrupto ganhou com ele uma escala nunca vista antes.

Não só os políticos foram beneficiados, apesar das grandes empresas pagarem “pedágio” para conseguir licitações, a troca de favores não acabava aí. O BNDES servia como banco privado deste pequeno grupo, inúmeras leis de isenções fiscais e o perdão de dívidas era concedido às empresas, deixando a conta para nós.

A troca de favores chegava até o ponto de se criar entraves para que novas empresas não conseguissem operar. Mercado garantido só para os comparsas do rei.

Com este cenário revelado, é compreensível a fúria da classe média e dos pobres que se sentem cerceados e impotentes, privados de seus direitos de cidadãos. O alvo da vez é o Ministro Gilmar Mendes. Célere, ele tenta livrar da cadeia essa montanha de pessoas que agem em benefício próprio, mostrando a cara do seu despudor.

Cabe a Ministra Carmem Lucia, ciente da grandeza dos problemas que o Brasil enfrenta e que declarou “que é preciso combater privilégios e a corrupção”, convocar o plenário da mais Alta Corte para dar uma resposta à Procuradoria da Justiça que pleiteia a suspeição do Ministro Gilmar. Afinal o Ministro foi padrinho de casamento da filha do senhor Barata e o livrou da cadeia, mais óbvio que isso não fica.

A demora em resolver esse problema tem fragilizado o Supremo, de tal modo, que dois juízes já se pronunciaram publicamente contra o clima de impunidade que assola o país.

A sociedade espera que o Supremo Tribunal não seja contaminado pelas forças do sistema corrupto que domina o país. Nossos Ministros não podem ser operadores ou partes dessa engrenagem que assola o país.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Do Jeitinho à Tragédia

As notícias recentes me lembraram de um amigo muito querido que, por motivos profissionais, há uns quinze anos, fora transferido para Nova York. Ao regressar, contou-me que tivera uma estadia bastante proveitosa, mas que sentira muita falta do “jeitinho brasileiro”.

A verdade é que o “jeitinho brasileiro” muitas vezes se confunde com corrupção. Afinal, parece que ele passou a fazer parte de modo integral da nossa cultura. Assim, chovem os exemplos de irregularidades e descumprimento das normas estabelecidas para segurança da população.

Os exemplos vão de coisas pequenas como o “sempre cabe mais um” no elevador, embora a placa de sinalização indique a capacidade adequada, à desastres ecológicos monumentais como Mariana, até a juventude perdida na boate Kiss.  

Esta semana mais uma tragédia com o naufrágio na Bahia. Não tenho palavras para explicar a forte comoção que me inundou ao ver a criancinha, sem vida, nos braços do socorrista. Fui às lágrimas.

Quanto sofrimento absurdo as famílias passam perdendo seus entes queridos, ceifando vidas que mal acabaram de nascer. As conclusões periciais quase sempre constatam a presença de irregularidades como superlotação, falta de manutenção etc.

As normas estabelecidas não estão nas posturas municipais e nem no código penal para enfeitar, mas para serem fontes de segurança e de sociabilidade de modo a evitar doenças, acidentes e permitir um convívio adequado. Elas existem para que se tenha uma qualidade de vida melhor. Seria uma maravilha se fossem respeitadas, mas não são.

Quem são os responsáveis por tanta tragédia? Primeiro as autoridades, afinal falta fiscalização e sobra impunidade. Até agora ninguém foi condenado pelo desastre ocorrido em 1988 no Bateau Mouche, que com capacidade de 62 passageiros estava com 142.  Em mar aberto, já adernando, não aceitou as ordens da Capitania dos Portos para regressar. Muitos mortos, todos os responsáveis absolvidos.

Os juízes também precisam se pautar pelo direito de todos, pois   todos são iguais perante a lei. Não podemos aceitar a justiça do compadrio, onde são absolvidos os amigos e condenados os inimigos.

O segundo esquadrão irresponsável é a população. Não gosta e nem aceita regras, flexibilizar, é a regra, e a vida corre como se tudo fosse permitido. Parece que falta a voz interior, um código de ética e de estética, que deve sempre nos comandar, pois a organização social exige que o direito de todos seja preservado.
Não podemos ter um fiscal para cada pessoa.

A onipotência, a rebeldia, o modo infantil de se viver, cada um procurando ser mais esperto que o outro, sem entender que sempre haverá um mais esperto que chegará depois e vai querer sentar-se à janela, como diz o Romário.

Sem utilizar o pensamento em função da coletividade a tragédia é uma certeza. Aqui o evitável é sempre inevitável.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Solidão a dois

Onde anda a população? Onde estão as mobilizações sociais? A ideia de coletivo anda sumida no nosso país. O que se nota é um individualismo fechado, onde cada um luta por conta própria.

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, trata-se de uma modernidade líquida, onde os modelos morais e éticos antigos, sem tempo necessário para o questionamento e reflexão, deram lugar ao prazer, gozo, consumo, espetáculo.

Todos os segmentos da vida foram afetados por essa forma de viver, a eficiência é medida pela rapidez e não pela qualidade, as trocas são constantes, o descarte não conhece perdas e danos.

A tecnologia alimenta essa liquidez na medida, em que no mundo de hoje, o contato foi substituído por conexões. Em qualquer lugar em que se esteja, do restaurante ao metrô, o celular está em pleno funcionamento e o indivíduo tem a sensação de que está muito bem acompanhado. Assim pode-se evitar a conversa enjoada do companheiro ao lado.

As notícias também são líquidas, muitas charges (essas, então, são imbatíveis) rápidas e dão o seu recado, dicas de saúde (muitas com receitas de longevidade e sem Alzheimer), e claro, muita mentira. Todas têm um objetivo, impedir que nossos sentimentos e pensamentos emerjam do nosso íntimo. Fico até surpresa que tantas pessoas leiam meus textões.

E a relação? As amizades antigas da nossa escola, o contato afetivo com os amigos, as trocas emocionais, o relacionamento forte que não seja “aparece lá em casa”, onde estão? Havendo conexão, e não contato, é claro que o amor também é líquido, acaba um vem outro, não há tempo a se perder com a tristeza da perda.

Entretanto, essa superficialidade a que estamos condenados vem cobrar seu preço, aliás como tudo na vida. O sentimento de vazio, a frustração e o apelo às trocas, conduzem ao descontentamento. Isto significa que o nosso mundo interior, que necessita de contato verdadeiro, está à deriva.

Nessa loucura de emoções fugazes acabamos por ficar sozinhos. Parecemos baratas tontas carentes de estruturas sociais consistentes, instituições fortes, e de um coletivo atuante que nos ampare.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A Desordem no Leblon

A situação política é tão grave que trazer à tona os problemas dos bairros parece futilidade, mas viver na nossa cidade está bem difícil. Trago o Leblon, porque é onde resido, no entanto seria interessante que outros moradores compartilhassem as necessidades e desconfortos causados pela ineficiência das diversas secretarias que compõem o governo Crivella.

Podemos começar pela limpeza urbana, a COMLURB, atrapalhadíssima com as comunidades, tarefa mais do que necessária, deixa a descoberto os outros bairros. Todos devem ser atendido igualmente bem, mas a sensação é que a qualidade do serviço na Zona Sul piorou.

No Leblon somente as ruas principais são limpas. A situação só não é pior porque alguns edifícios atribuem aos porteiros a tarefa de varrer as ruas, mas muitos não o fazem, até porque pagam pelos serviços de limpeza urbana. Como aqui a arborização é de amendoeiras, as ruas são tomadas de poeira e folhas. Em caso de chuva, certamente elas serão as responsáveis pelo entupimento dos bueiros.

As árvores são decepadas pela COMLURB para aliviar a fiação aérea, mas nunca para aliviar nossas moradias cujos arbustos adentram nossas casas. Também não há serviço de conservação das árvores que vão morrendo cobertas de erva-de-passarinho. Chegando a temporada de chuvas, sempre há o risco de desabamentos.

A última novidade são o sumiço das lixeiras, quem tem cachorro anda sofrendo sem saber o que fazer. O carioca já não tem boa fama de educado, mas precisamos ajudar quem tenta fazer a coisa certa.

Na questão do estacionamento, as ruas ficam atoladas de carros. Vans, fretes, proibidos por lei de permanecerem estacionados, fazem das vagas estacionamento privativo. Carros em espera, nas portas das garagens e em locais com placa de proibição existem aos montes, causando poluição visual e obstrução do trânsito. A Guarda Municipal que antes aparecia em meia hora, agora leva quatro horas, quando aparece.

Desde o tempo de Eduardo Paes, licenças para bares e restaurantes são dadas sem nenhum estudo de impacto ambiental. Como se fossemos um balneário feito para o lazer. A bagunça deles invade calçadas, e até ruas, com mesas e cadeiras, atrapalhando o ir e vir, barulhentos, desagradáveis, sem hora para fechar.

Os moradores que pagam elevado IPTU não podem dormir e muitas vezes são proibidos de ler ou assistir TV. Muitos buscam vender ou alugar seus imóveis porque o barulho é ensurdecedor e ninguém quer morar perto dessas verdadeiras INSTITUIÇÕES DO BARULHO.

O secretário de Conservação e Meio Ambiente, o eng. Rubens Teixeira é graduado em várias carreiras, formado pelo IME (ótima instituição de ensino, Instituto Militar de Engenharia) com mestrado em engenharia nuclear, doutor em Economia e bacharel em Direito, é reconhecido por excelente manejo dos recursos públicos. Assustadoramente graduado, precisa nos ajudar a manejar a bagunça.

Cabe ao secretário atentar para o Leblon e entender que é um bairro pequeno e evitar que lojas de 20 metros quadrados obtenham licenças de bares ou restaurantes. Claro que os frequentadores ficarão nas calçadas. A saturação do meio ambiente também é fator importantíssimo.

Como eu sou especialista em textão, vou terminar com um assunto bem doloroso que são as crianças abandonadas pelas famílias e pelo descaso em educação que é a tônica do Brasil. Além das crianças, a miséria na cidade está em alta e, muitos mendigos dormem e ficam nas ruas, em pleno frio. Muito triste tudo isso. Cabe à senhora Teresa Bergher, secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, uma resposta. Imagino a sua profunda dificuldade já que carecemos de instituições sócio-educativas.

Sabemos que a situação financeira está no limite, mas para se ter bom senso e fazer cumprir a lei não se precisa de dinheiro, apenas ser cuidadoso.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O Mercador do Submundo

O ensurdecedor silêncio das ruas, diante de um clima político e social deprimente, tem sido motivo de grande perplexidade. Ele traduz um barulho interior enorme que insiste em povoar corações e mentes da população brasileira.

Sem tréguas, esse barulho significa indignação, revolta, desconfiança, incerteza, medo do amanhã, agressividade, estresse, descrença, derrota de nossos anseios e ambições, traição, repúdio, vergonha e muito mais. São os sintomas de um sistema democrático calcado em instituições fracas, para não dizer totalmente corrompidas e ineficientes.

O “grand finale” a esses ataques às nossas vidas é a certeza de que todos sairão livres através de longos e custosos recursos judiciais e pelas bênçãos de muitos juízes.

Muitos perguntam pelo pato amarelo, símbolo da confederação das indústrias, durante o impeachement de Dilma e que tanto barulho trouxe às ruas. O pato morreu porque há lampejo de esperança de que a economia pode, quem sabe, melhorar.

Do jeito que a gastança está solta, a meta fiscal não deverá ser cumprida. Querem ultrapassar orçamento e aí, como se diz na gíria, o Henrique Meireles está ao lado da frigideira. Ele não descarta novos aumentos dos impostos para os verdadeiros “patos” que somos nós.

O presidente da república já gastou seis bilhões de reais para comprar aliados e quer passar a mensagem de que deseja deixar seu nome na história com as reformas que fará.

Alguém imagina que ele está pensando no povo? Se suas intenções fossem verdadeiras não haveria Joesley Batista à noite em sua companhia e muito menos, como é noticiado a todo instante, sua relação com de malas de dinheiro, principalmente quando a população beira a miséria.

Temer e esses vergonhosos deputados, assim como a maioria de seus ministros, estão afinados no pote da corrupção. O que realmente interessa é liquidar a Lava Jato. Devagarinho, sem o povo perceber, vão trabalhando nesse sentido.

Desenvolvimento econômico, com corrupção desenfreada, gastanças inúteis para manter privilégios e a maldita impunidade, nunca promoverá desenvolvimento real e estabilidade social.

Como todos esses indicadores alguém poderia pensar que Temer está às vésperas do seu fim, engana-se! Ele acaba de dar mais uma prova de seu poder no congresso, como hábil negociador no balcão de negócios que virou o legislativo.

Temer abriu mão da popularidade, ele apostou no jogo baixo e sujo do congresso onde estão seus pares que também fogem da Lava Jato. No submundo dos larápios da nação, ele é rei.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Minha Tornozeleira Eletrônica Minha Vida

Parece até que sou a anunciadora do apocalipse, mas vamos rever algumas notícias da semana.
O quadro fiscal vive uma situação dramática, precisamos de R$ 139 bilhões para dar conta do déficit primário. Todas as receitas esperadas fracassaram, por exemplo, a lei de repatriação fiscal que se esperava obter 13 bilhões até agora só se conseguiu 1. A venda das hidrelétricas da CEMIG, se encontra em questão judicial.

A União tenta improvisar, porque só posso chamar essa aberração de improviso, um plano de demissão voluntária para o funcionalismo público ou diminuição da carga horária para que o funcionário consiga um segundo emprego no setor privado. A economia dos proventos seria de 1 bilhão. A primeira pergunta que me faço é “que emprego”? Só se fala em desemprego e ainda existe o problema de conflito de interesses por conta de certas posições públicas. A segunda é: qual dos dois empregos sofrerá um prejuízo?

O governo, para não parar, precisa até o fim do ano de 10 bilhões (penso que o aumento da gasolina teria essa desoladora incumbência). O dinheiro dispendido por Temer nas benesses para deputados para compra de votos visando, obsessivamente, tentar se manter na presidência, foi incalculável. Haja gastança dos políticos e o Brasil afundando.

Nomes escolhidos pela presidência da república para ocupar cargos de comando em nossas mais poderosas instituições se mostraram saqueadores ou incompetentes. A última notícia, a prisão de Aldemir Bendine, mais conhecido como TQQ (trabalhava terça, quarta e quinta -feira) ou “Cobra”, para falar alguns dos codinomes do mais novo delinquente da praça.

Bendine, também chamado na coluna do Ancelmo de “Vendime”, foi Presidente da Petrobrás e do Banco do Brasil, em plena vigência da Lava Jato. Até ontem negava a possibilidade de ser punido, hoje é investigado por receber propina em troca de favores às empreiteiras. Agora está junto à Marcelo Odebrecht em Curitiba, um ex-parceiro de negócios.

Sua prisão não quer dizer nada. Não sabemos qual será seu destino, há muitas pessoas presas, geralmente empresários, mas políticos... estes logo saem e são perdoados. Em breve estará na mão dos juízes de segunda instância. É importante dizer que há falta de tornozeleiras eletrônicas e este “cidadão” tem dupla cidadania, já consigo imaginar o final.

O Brasil em breve será a pátria das tornozeleiras eletrônicas e quem as controla? Já tem policial usando em breve quem sabe até um presidente. Hahaha!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Brasil: Um País de Tolos

O povo brasileiro está sendo chamado para colaborar com o caixa do governo que está no fundo do poço. Em princípio, aumento da gasolina, depois o poderoso ministro da fazenda, se estiver em apuros, solicitará mais impostos.

Importante entender que os recursos públicos não nos pertencem, mas sim à classe política que deles se apoderaram e em função disso passam seus mandatos em busca de negócios milionários.

Para começar vou citar pequenos exemplos: refinarias doadas à Bolívia, bilhões de dólares financiados pelo BNDES para Cuba e também ao Haiti etc.

No Brasil nem Marcelo Odebrecht desejava construir Belo Monte, cujo investimento já está em R$ 30 bilhões, obra ainda inacabada e superfaturada e muito menos o estádio do Corinthians, clube do presidente Lula, onde as cifras são aterradoras.

Neófitos em aplicações financeiras, mal-intencionados, os políticos dirigentes deixaram os fundos de pensão à mingua. Da Petros (Petrobrás) à Prece(Cedae) toda a sequência de fundos está depenada. Aos funcionários da ativa e inativos cabem o ressarcimento dos prejuízos com maior contribuição previdenciária para os fundos.

Passemos para a classe política: esses desavergonhados desejam retirar do país, que já está em estado de putrefação, R$ 6 bilhões para fazerem suas campanhas políticas. Que vácuo se forma entre esses parlamentares e a população! Ainda não entenderam que ninguém pode ouvir falar nos nomes deles.
Valores absurdos são pagos a esses pulhas que passam os seus mandatos tentando se livrar do juiz Moro.

Os custos de um parlamentar, com todas as verbas inclusas, somam mais de 168 mil por mês, com esse dinheiro daria para pagar dezenas de professores.

As mais vergonhosas são as verbas de juízes. Estes recebem auxílios diversos como acréscimos para que sejam pagos às universidades de seus filhos, mesmo que estudem em universidades públicas. Fora o auxílio moradia, mesmo que tenham casa própria. Eles têm salário indireto que pode, em alguns meses, passar de R$ 120 mil reais, muito acima do teto constitucional. Haja enganação que na maioria das vezes passa desapercebida pela população.

Coroamos essa postagem com os ex-presidentes, esses privilegiados têm oito assessores, com todas as viagens internacionais pagas e carros oficiais. Só este ano Dilma já gastou perto de R$ 600 mil em passeios europeus para se “defender” do Impeachment.

Ninguém precisa ter receio de que o país sofra privatizações, há muito tempo ele está privatizado, e pior arruinado. Resta para nós a CONTA.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sob o Julgo da Violência

Que cidade é essa em que um bebê, antes mesmo de nascer, é atingido no útero e submetido a inúmeros procedimentos médicos, com o objetivo de salvar a sua vida e evitar uma paralisação de seus membros? Esse bebê não é só um corpo, há todo um início de vida já marcado por sofrimentos profundos que certamente terão influência no seu desenvolvimento emocional.

Quantas crianças e adolescentes são mortos na inútil guerra contra o tráfico? O que uma comunidade, repleta de pessoas, pode esperar dos tiroteios a céu aberto, que não a morte? As balas perdidas que dançam no ar só podem aterrissar nos corpos de inocentes.

Quanto tormento essas famílias sofrem, perdendo seus filhos e o carioca parece entorpecido diante dessa brutalidade, sem saber o que fazer.

Os próprios policiais também são vítimas dessa violência, com elevado número de mortes.

Assim estamos vivendo nessa cidade, dita maravilhosa. A violência no Rio está disseminada, das comunidades ao asfalto. Nos túneis, nas ruas, nos restaurantes, nas praias. A cada uma hora um turista é assaltado e ainda se dá graças a Deus se sair vivo.

Mata-se por tudo e por nada, briga no trânsito, pequenos furtos, por qualquer reação do assaltado e por qualquer objeto que pertença ao outro. Um revólver nas mãos de um jovem e as instruções da polícia para que não haja reação, conferem ao assaltante um poder glorioso. Toda a humilhação e trauma sofridos na infância desvalida podem se reverter em gozo, no momento em que o assaltado humilhado implora por sua vida.

Essa insegurança em que vivemos têm muitas origens, vou citar algumas: cobre o país um ar de criminalidade. Os poderosos do governo estão não só nos assaltando, como também nos humilhando com toda sorte de atos imorais, com provas documentadas e defesas patéticas que ofendem nossa inteligência.

A pirâmide social é tenebrosa, com desvios escandalosos, onde poucos têm muito e muitos não possuem nada.

A educação é bem ruim e não atraem as crianças. Grande contingente de alunos abandonam as escolas e muitos vão para as ruas. Onde falta a educação, sobram crimes e criminosos.

Outra causa é a situação pavorosa das penitenciárias, saturadas e desumanas. Nem lugar para se prender existe. Os jovens delinquentes são impedidos de permanecer em unidades socioeducativas porque o número delas no Rio é mínimo, assim o crime vira um meio de vida.

Não temos uma Secretaria de Segurança, nem estadual e nem municipal, capaz de dar conta da selvageria que tomou conta da cidade. Não planejam juntas e a falta de logística é gritante.

Para começar há milhares de policiais deslocados de suas funções para outros locais, inclusive funcionando como segurança de políticos.

O emblemático caso do bebê, vítima pré-natal, acende uma luz sobre o drama da violência da nossa cidade. Corremos o risco de banalizar mais um caso que se acumula sobre tantos outros na mesma semana.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

"Amanhã pode ser a gente"

O Brasil caminha aos pedaços, uma fragmentação perigosa para o país e para os cidadãos. Chegou a hora do salve-se quem puder.

O Presidente Temer, acusado de tantas irregularidades, teve seu processo fatiado, e está tentando fazer malabarismos para permanecer no poder. Toda a cúpula governamental é mobilizada para salvá-lo da vergonhosa situação em que se meteu, aliciando parlamentares descontentes que não apoiam a corrupção. Alianças inusitadas estão surgindo, afinal “amanhã é a gente”.

Senadores e deputados, muitos na lista do Janot, não sabem o que fazer, mudando de opinião a toda hora, o que os torna além de confusos, bem divididos. Boa parte deles se esqueceu que deveriam trabalhar para o povo e passam seu mandato se dedicando à mudança de leis que tragam impunidade para si.

Impossível desconsiderar a cisão dentro do PSDB. Aécio, que deveria estar preso, encabeça a lista dos “Amigos do Rei”, imaginando que desta maneira estaria livrando a própria pele. Do outro lado, Tasso Jereissati, até agora isento de qualquer suspeita, sabe que a ingovernabilidade do presidente faz o país caminhar ao mais profundo do poço.

O que dizer do judiciário? Um juiz prende e o outro solta, o mesmo cidadão submetido a julgamentos controversos. O fim da força tarefa exclusiva da Lava Jato em Curitiba, anunciada pela Polícia Federa, com tanto trabalho pela frente, é uma festa para as centenas de indiciados e um aceno para a impunidade. A própria Lava Jato, em processo de cisão, nos fala da falta de perspectiva e a autorização para que o país continue no lamaçal em que se encontra.

O país funcionando nessa falta de integração provoca na população perplexidade, paralisação, desalento, desesperança e insegurança. Não há nenhum movimento que promova uma reação. O povo, diante de autoridades doentes e desconexas, se infantiliza. Assim há um comprometimento da personalidade, um convite à alienação.

Poucos ainda têm condição de pensar e até de reagir, muitos atônitos esperam que essas mesmas autoridades, que além de corruptas estão desvairadas com medo da prisão, tomem um rumo. Não tomarão, porque se pensarem no Brasil não serão reeleitos e ainda correm riscos de ficar atrás das grades sem o foro super privilegiado.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O Aumento de 100% do IPTU no Rio de Janeiro

Os cariocas precisam ficar atentos à notícia que está chegando: “O IPTU com aumento de 100%”. Esse absurdo deve recair especialmente sobre os moradores da zona sul. Parece-me que os ares do Rio de Janeiro estão contaminados pela insensibilidade política, estética e econômica das autoridades municipais.

Entendo que a situação financeira da cidade está muito difícil, até porque Eduardo Paes se permitiu esbanjar fortunas em obras, todas compatíveis com o tamanho do seu ego.

A proposta da prefeitura seria rever os valores imobiliários devido à defasagem existente em relação aos imóveis. Entretanto a maior incidência dessa derrama está prevista para a zona sul.

Estamos vivendo uma grave crise econômica e no Rio podemos dizer que ela é catastrófica. Será que os secretários do prefeito imaginam que morar na zona sul é sinônimo de riqueza? Em que planeta vivem que não percebem que, a cada dia, se perde o poder de compra e como consequência estaremos diante do decréscimo de arrecadação para o município?

Aumentar os impostos não necessariamente aumenta a arrecadação. Um conceito econômico chamado curva de Laffer mostra que depois de um determinado valor, o aumento de impostos pode até reduzir o valor arrecado por ser um desincentivo à produção e pelo aumento da sonegação.

A prefeitura optou por cobrar mais de quem já paga muito. Não seria mais justo incluir na arrecadação, nem que seja bem pouco, aqueles que nada contribuem? Melhor ainda seria executar a dívida daqueles que devem e não pagam, os inadimplentes, e dos que tem isenções que ninguém sabe explicar o porquê da isenção.

A classe média, por ser a classe pagante, vive eternamente na mira do governo que se dedica a aumentar a carga tributária. Efeito simplista para governantes e injustos para com os contribuintes.

sábado, 10 de junho de 2017

Pacto com o Diabo

Venceu a impunidade no processo de cassação da chapa Temer-Dilma, pelo TSE. Afinal, dois que votaram contra foram trocados em abril, indicados pelo próprio presidente Temer, em pleno curso do processo, o terceiro detesta a Lava Jato e o voto de Minerva foi dado pelo conhecido Gilmar Mendes. Tudo previsível.

Imagine só poder escolher quem vai lhe julgar, qual seria a única opção possível que não a fidelidade? De largada, dois dos sete votos já estavam definidos.

Além disso, como ministros podem opinar sobre provas factuais e inequívocas de maneiras tão diversas? Os que condenaram não tinham a menor dúvida sobre a existência de abuso de poder econômico, caixa 2 e um esquema de corrupção que alimentava as campanhas. Já os que absolveram não viram nada de irregular na campanha e nas evidências. Não consigo pensar em palavra melhor que esquizofrenia para ilustrar caso.

Se há algo de bom nesse julgamento foi chegar aos nossos olhos o trabalho do ministro Herman Benjamim. Tranquilo, meticuloso, elegante e principalmente sabedor das artimanhas da corrupção e como ela abala a democracia. Acompanhado por Rosa Weber e Luiz Fux, deram ao país, tão descontente com o judiciário, a prova de que muitos são confiáveis.

Esses três sabem quantos meses de nosso trabalho são retirados dos contracheques e da plêiade de impostos abusivos que pagamos, para acabarem em cuecas, meias, malas, e até no mar. Destino vergonhoso que suja as mãos dos políticos, sem escrúpulos e sem piedade do povo que nada recebe em troca.

Quanto ao ministro Gilmar sua tese é de que não se pode trocar de presidente todos os dias, que temos de manter a estabilidade. Que estabilidade ministro? É possível que alguma coisa fique estável com um presidente no meio de uma instabilidade política gigantesca? É só pensar que estamos falando de um presidente, já sem legitimidade, e com várias granadas apontadas para si. Alguma vai explodir!

Creio que a curto prazo, a saída de Temer traria algumas dificuldades, entretanto estaríamos caminhando em uma estrada livre, distante da certeza da impunidade total que tanto mal nos faz. Estaríamos construindo algo mais sólido para o futuro do país.

A vida precisa ser condicionada por impulsos construtivos, de calma, segurança, amor ao povo e não direcionada pelo ódio, corrupção, desfaçatez.

Esse resultado dado pelo TSE já era conhecido antes do inicio do julgamento. TRISTE MESMO É A POPULAÇÃO EM CASA, INERTE, VENDO A SOBERANIA POPULAR DESTRUÍDA.

sábado, 3 de junho de 2017

O Rio de Janeiro na Degola

O ex-Prefeito Eduardo Paes definitivamente deixou o Rio de Janeiro completamente sem recursos. Embora tenha executado inúmeras obras, elas foram entregues às empreiteiras, investigadas, e muitas não ofereceram o projeto executivo. Sendo assim, coube aos cofres públicos custos altíssimos graças aos inúmeros aditivos de modificações não planejadas.

O gestor precisa ter uma visão de gastos do presente e do futuro. Muitas obras foram desnecessárias, mas o ex-prefeito ouviu o canto do passarinho que lhe falava sobre os milhões de turistas que viriam conhecer as maravilhas que ele construíra, o célebre retorno das Olimpíadas.

É uma verdadeira aventura passear em uma cidade que, quase falida, ainda é caríssima. Aqui impera uma poluição vergonhosa e desenfreada de lagoas e rios. A segurança da cidade está nas mãos dos bandidos, ou seja, insegurança total. Não importa quão belo seja nosso Rio, nenhum turista em sã consciência deveria vir para cá.

Hoje o Prefeito Crivella está atrapalhado, só quarenta por cento dos moradores pagam o IPTU e sua primeira opção é reavaliar os imóveis para um reajuste. O mais importante, em minha opinião, é fazer com que os não-pagantes contribuam, caso contrário estaremos sendo mais uma vez penalizados.

Em breve, os honestos deste país serão motivo de chacota, afinal mandam todas as contas para nós, quer de roubos, de inadimplência, ou de superfaturamento.

Como se não bastasse, a penúria chega à merenda escolar. Os recursos para esse objetivo cessarão no fim do mês. As parcerias públicas-privadas não estão disponíveis. Quem desejaria entrar em parceria com uma cidade à beira da falência?

Nós precisamos ter muito cuidado ao votar, precisamos de pessoas competentes e honestas, sem autoritarismo e arrogância. Muitas vezes o candidato pode não ser um  especialista em recursos públicos, mas que se cerque de pessoas capazes de serem bons gestores.

Uma boa medida seria fazer com que os secretários fossem anunciados junto ao candidato durante as eleições. Afinal, eles é quem, de fato, ficam à frente das questões.

Ninguém suporta mais a escolha de incompetentes, mas que trarão votos na câmara. Até porque do jeito que se trata a coisa pública, a falência é tão grande que, nem teremos assuntos a serem votados.

sábado, 27 de maio de 2017

A Corrupção Faz Mais Uma Vítima

Maria Silvia Bastos se despede da Presidência do BNDES. Pessoa competente, incorruptível é cobrada a agir nos moldes vigentes nos últimos anos, ou seja, na base das bondades com o alto empresariado.

Logo ela, preocupada com a sustentabilidade e o retorno à sociedade, que adota políticas mais seguras de empréstimo, não poderia aceitar as pressões desses empresários que adoram iates de dez milhões e vida semelhante aos árabes milionários. Certamente, com Maria Sílvia, a caixa de Pandora viria à tona.

Os atuais funcionários do BNDES, em sua maioria com menos de dez anos de casa e ingressos na era PT, fazem resistência à políticas econômicas mais austeras. Dizendo-se preocupados com o desemprego, cobravam da presidente Maria Silvia amolecer nos empréstimos e um retorno ao modus operandi Petista.

O cargo será ocupado por amigo de Temer, mais próximos aos empresários e bem distante do povo. Tudo como era antes. Para nós, a conta!   

Quando é que o Brasil vai ser passado a limpo? As empresas são da mais alta importância para um país, são geradoras de empregos, infelizmente com salários miseráveis, mas vivem às custas de empréstimos a juros baixíssimos, com desonerações nas folhas de pagamentos e todos os auxílios de que precisam.

Basta olhar o que temos presenciado nos últimos dias com essa vergonhosa Friboi, tomando dez bilhões de empréstimos do BNDES.

Não podemos aceitar que políticas de compadrio absorvam toda a riqueza  do país e se esqueçam da nossa existência. É a classe trabalhadora que se espreme cada vez mais, pagando impostos altíssimos para sustentar padrões de riqueza absurda de pessoas inescrupulosas.

Quebram tudo e agora vem tirar de quem se aposenta, dos idosos para cobrir os rombos de gestores bem diferentes de Maria Sílvia.

A população precisa agir indo às ruas de forma pacífica, não é só para pedir saída de Temer, mas também para exigir decência. Os miliardários às custas do Estado precisam acabar e deixar que empresários mais honestos produzam a riqueza do país e paguem melhores salários.

sábado, 20 de maio de 2017

Sob o Domínio do Mal

Na minha opinião os movimentos sociais deveriam ser focados na volta da moralidade pública, nos valores dirigidos à vida (não à morte), na ética da política e nos direitos dos cidadãos que sustentam a república.

Creio que descemos às profundezas da degradação humana, convivendo com o que há de mais sórdido em matéria de política.

Somos comandados por conchavos, mentiras, uma promiscuidade tão grande entre políticos e empresários que podemos afirmar que essas mesmas empresas se tornaram donas do país. Em doze anos se fizeram miliardários às custas do dinheiro público.

Contaminaram o sistema político, anarquizaram o pais, degradaram as instituições e aparecem nos vídeos de delação com uma altivez e arrogância dignas de um barão. Não há nenhum constrangimento, nenhum pudor ou vergonha. Nós brasileiros é que estamos envergonhados desse país podre.

Criam até novos verbetes: propina virou alpiste “é preciso colocar alpiste na gaiola”, isto é distribuir dinheiro a Eduardo Cunha que se encontra na prisão para ficar calado. São os mafiosos do Brasil.

Não podemos lutar por nenhuma eleição no momento, será que a proposta é trazer Lula de volta?  Os adeptos do PT, são detentores de uma religiosidade, de um fanatismo e por uma negação da realidade inacreditáveis. Esses obcecados por Lula estão se aproveitando desse momento de dor para trazer esse psicopata de volta.

Agora também é possível que um outro candidato quase tão ruim ganhe. Imagine Ciro Gomes ou mesmo Bolsonaro Presidente do Brasil? Quero ver aceitarem o resultado de uma eleição em que seu candidato não saia vencedor.

A corrupção contaminou o povo brasileiro, as séries de sucessivos golpes que sofremos em nossas casas, via telefone
ou internet comprovam esse fato.

O prejuízo que esses políticos e pessoas do mal, travestidos de empresários, nos trouxeram é incomensurável e surreal.

Nossos melhores cérebros estão fugindo nesse momento histórico de degradação.

Obs: Por motivos pessoais me ausentei dessa página, mas confesso que o desalento com a situação do país também foi um fator importante.

sábado, 8 de abril de 2017

Desordem à Vista na Rua Dias Ferreira

Até que ponto as autoridades pretendem desumanizar o bairro do Leblon? As propostas insanas não param de chegar para atormentar a vida dos moradores. Hoje é aqui, mas é válido para qualquer canto dessa cidade onde há residências cujos moradores se sintam desrespeitados.

O Prefeito da cidade tem uma dívida conosco, promessa é para ser cumprida ou perde-se a credibilidade. Em sua campanha, o mote principal seria cuidar das pessoas, e eu quero acreditar que isso não seja figura de retórica, principalmente porque ele não se cansa de dizer que é um homem de Deus.

Imaginem uma casa de festas a céu aberto todo fim de semana, uma barulheira infernal, uma desordem, tipo carnaval duas vezes por semana. Essa incrível agressão ambiental é a proposta de um antigo Rei da Noite, Ricardo Amaral, para a Rua Dias Ferreira, onde há dezenas de edifícios residenciais.

O Globo fez uma enquete só entre os comerciantes desta rua e todos aplaudiram de pé. Ninguém se lembrou que o bairro é primordialmente de moradores, porque essa invasão do bairro já é uma rotina e fica por isso mesmo.

É previsível que as adjacências desta Rua também sofrerão o impacto decorrente dessa incapacidade de se pensar na comunidade do Leblon como um todo, na preservação ambiental, e consequentes desordens oriundas dessa insensatez.

Sou sempre surpreendida pela incapacidade de gestão dessa cidade. No bairro há coisas simplíssimas a se fazer, como exigir que cada edifício conserte as calçadas esburacadas e desniveladas, a poda das árvores que adentram em nossas casas, fora os gravíssimos problemas que nos envolvem e no entanto a proposta que surge é mais lazer.

O Rio já é privilegiadíssimo em matéria de divertimentos e de locais alegres e ainda precisa de mais? Êta cidade deprimida, parece que necessita desse lazer deletério que favorece o alcoolismo, já nas alturas, onde os jovens aos treze anos já são apresentados ao “glamour” da bebedeira, sustentando pelo resto da vida suas personalidades frágeis.

A prefeitura não tem o direito de prejudicar mais os moradores desse bairro, inclusive causando um prejuízo financeiro enorme. É bom lembrar que as residências sofrerão não só uma desvalorização muito grande, como também inviabilizarão as vendas.

Se é um problema de arrecadação de recursos há muitas maneiras de conseguirmos isso. A primeira que me ocorre é cobrar o IPTU de 60% da população que está inadimplente há anos.

Os moradores precisam se reunir e o prefeito precisa vetar esse projeto absurdo, ou melhor nem deixar ele ser esboçado para cumprir sua promessa de cuidar das pessoas.

sábado, 1 de abril de 2017

Reforma que Ninguém Quer

O país ruma na falta de credibilidade que gera desconfiança, angústia desesperança e insatisfação social. Como é possível governar um país onde a ausência de autoridade, justiça e valores predominam? Podemos começar pela reforma da Previdência, a qual não se sabe qual o seu déficit, mas sabe-se que os trabalhadores, com exceção dos setores protegidos, vão ser submetidos a uma reforma draconiana. Afinal, o mais fraco sempre paga a conta. Os grupos privilegiados, aos quais me referi são funcionários públicos, que em muitos casos, definem o próprio salário e as grandes mordomias, imunes às leis que regem a maioria dos mortais. Como casta privilegiada, eles têm suas próprias regras que trazem enorme prejuízo à nação, principalmente com suas aposentadorias precoces, um dos maiores custos da previdência. Questiono também, como é do conhecimento da população, que os recursos das previdências complementares, como a PREVI-RIO, são sempre desviados e alavancam empreitadas e empreiteiros, desvirtuando os recursos pagos pelos trabalhadores para suas futuras aposentadorias. Faço também alusão aos grandes devedores da receita que têm seus processos engavetados, por dezenas de anos, e acabam prescritos. Se você é amigo do Rei pode ficar seguro que sua empresa terá isenção fiscal. A desoneração é um trunfo que atrai empresas com capacidade de gerar empregos, mas que deve ser feito com cautela. As isenções são dadas, muitas vezes, a atividades que não nos trazem benefícios, ao contrário lesam os cofres públicos. Quem pode dar credibilidade a essas manobras que nos arrasam, e quem deseja se sacrificar sempre e sempre com tantos desatinos, injustiças e discrepâncias rolando? A reforma parece ser inevitável, mas muito poderíamos fazer para melhorar a situação do Brasil para que sentíssemos que a justiça foi feita. Dinheiro não falta, falta é VERGONHA.

sábado, 25 de março de 2017

Dia 26 será dia de Nós Todos

Não posso aceitar a sociedade sequestrada por ódios e ressentimentos que impedem a voz do coletivo.

Há quem defenda a luta de classes, sintetizada pelo “Nós e Eles” que foi uma frase criada, com esmero, capaz de gerar ódio, intolerância, desrespeito, incapacidade de dialogar, deboche e muita violência. Essa ideia é compartilhada por muitos políticos que agora são os poderosos, os opressores que estão no comando.

O que eu proponho é que essa divisão não seja dos ricos ou dos pobres, mas sim daqueles que defendem a ética, a moralidade e a justiça, contra aqueles que se aproveitam da ingenuidade e raiva do povo. Só assim todos teremos dignidade.

Desejamos um país mais humano, onde se enaltecem as preocupações com o bem comum e que pune quem se aproveita de seu cargo para enriquecer. É preciso saber distinguir o bom do ruim, e não se enganar com jogadas momentâneas, típicas de um “cala boca” etc.

Enquanto essa divisão prospera e cria apreensão, estamos nós, vivendo isolados, perdendo cada vez mais a nossa cidadania. Essa separação é deletéria e enfraquece os nossos objetivos. Não estamos falando de partidos, e nem cabe porque os que estão aí me parecem em fase terminal, estamos falando de população brasileira, do resgate da República.

Será que vale a pena ficarmos em casa, desunidos, diante dessas ameaças? Tirar algumas horas do descanso ou lazer em benefício da pátria traz tantos prejuízos assim?

Estamos assistindo, passivamente, o país degringolar e essa omissão tem consequências desastrosas.

O convite para as ruas está feito, dia 26 de março domingo, a decisão é sua. Pretendemos mostrar nossa insatisfação com a corrupção e o foro privilegiado, pois os dois permitem a impunidade. Em cada um de nós há muito que protestar,  reformas tortuosas estão à nossa espera.

sábado, 18 de março de 2017

A Carne é Fraca e Nós Também

Cada dia é um novo escândalo! Hoje nos deparamos com a carne contaminada, ameaçando nossa saúde e as exportações desse país já combalido.

Incrivelmente milhões de brasileiros não consideram a corrupção uma grande covardia prejudicial ao povo. Parece que a roubalheira é um método aceitável.  Em um país onde o caixa dois está prestes a ser perdoado, os fins justificam os meios, o importante é que seus ídolos estejam a salvo de qualquer crime.

A corrupção se alastra pela sociedade de um modo geral. Como um vírus vai contaminando pessoas, quer sejam políticos, instituições, funcionários ou empresas. Muitos fascinados pelo dinheiro, mesmo ilícito, e outros tentando copiar modelos de imoralidade.

Há dois níveis de corrupção, um que rouba bilhões, geralmente proveniente de recursos do Estado, e o outro que rouba para completar salários baixíssimos, marca atual do povo brasileiro. Um se aproveita do outro.

Do ponto de vista da qualidade de vida, as consequências desses roubos são devastadoras. O prejuízo gerado por estes grandes assaltos aos cofres públicos creio que todos já conhecem. A maioria da população vive de modo indigno, cujo padrão é típico de países subdesenvolvidos.

A corrupção que nos cerca cria um sentimento de degradação doloroso. Tomou conta dos olhos que se fecham, das mentes e dos corações ausentes para combater atos delituosos que ferem as leis. ESTAMOS PARALISADOS INCAPAZES DE REAGIR!

Essa inserção de boa parte da população na ilegalidade passou a ser rotina. Precisamos protestar e lutar, doa a quem doer, para combate-la. Chega desse vale tudo para os políticos que até por autoanistia estão votando, mas isso começa por nós.

domingo, 12 de março de 2017

O Moro Precisa de ajuda

Quero ver toda essa energia exibida no Carnaval, principalmente pela população jovem, na passeata do dia 26 de março, em apoio à operação Lava Jato e também a essa gente valente que deseja ajudar o país a não cair no precipício.

O Brasil merece um grande ato cívico que não é de um bairro, não é de um partido, mas de todas as cidades e do pais que está vivendo dias sombrios e uma insensatez política que supera todo entendimento.

Os políticos brasileiros andam brincando com fogo. Basta olhar o carnaval e medir a pressão do ar. Faltou muito pouco para a coisa toda explodir. Não me parecia simples alegria escapista, a folia fugiu dos padrões da normalidade e estava mais para desespero.

Mais importante que a catarse, a força do brasileiro precisa se voltar para o momento presente. Vivemos uma oportunidade de ouro para virarmos essa página de corrupção e de maus políticos.

O ataque à Lava jato tem vem se evidenciando através de interpretações dadas às leis e à perseguição ao juiz Sergio Moro. Basta olhar os malabarismos e os jogos de palavras para postergar os inquéritos dessa perversa classe política. No momento, a verborragia se destina a evitar que o caixa dois seja criminalizado e com isso livrar os réus da condenação.

Esses políticos que há décadas vem destruindo o país são possuidores de recursos absurdos proveniente de fundo partidário e de grandes empresas às quais serão sempre regiamente retribuídas.

A violência desse processo lesa o Brasil e manda a conta para nós do óbvio superfaturamento de tudo que se se faz ou se constrói aqui. Esse círculo vicioso não pode continuar porque deixa em seu rastro um país miserável, sempre com o fantasma da recessão e do desemprego batendo às nossas portas.

Se forem perdoados, a mudança política irá por água abaixo, e deixará em nós um amargo gosto de impunidade. Sem dúvida ficaremos retidos nesse descalabro político, social, econômico e institucional.

No meu modo de pensar, a cassação dessas pessoas e o retorno do dinheiro que surrupiaram é até mais importante do que suas prisões.

sábado, 4 de março de 2017

Carnaval no Bairro dos Outros é Refresco

A foto é de 2015, mas a cena acontece em todos
os dias de carnaval.
No domingo de carnaval o inacreditável aconteceu na rua Dias Ferreira, pequena rua abarrotada de bares e restaurantes e muitas residências. Pois bem, milhares de pessoas, procedentes de todos os bairros, desciam de metrô e saiam de todas as ruas rumo ao santuário do carnaval.

Desafiando as leis da física, vários corpos tentavam ocupar o mesmo espaço. Desnecessário dizer que se espalharam pelas ruas vizinhas, sempre de latinha na mão ou garrafa de alguma bebida, que depois eram solenemente largada nas ruas.

Na Dias Ferreira acontece de tudo: urina-se nas árvores de todas as ruas, o cenário libidinoso convida ao sexo explícito e o respeito passa longe desses jovens foliões que acabam com muito álcool na cabeça e poucos neurônios. Formam uma muralha humana, impedindo a passagem e completam esse programa com uma música enlouquecedora, como se todo o bairro pertencesse ao carnaval.

Vinte dias anteriores ao autoritário evento, os bairros já se encontram desfigurados com a proteção que se dá às jardineiras, porque senão passa-se por cima delas com a maior tranquilidade.
Sob o efeito do álcool os instintos vêm à tona e a responsabilidade sai de cena. Chamam a isso de alegria, se fosse genuína alegria não necessitariam de tanta bebida...

Moro afastada da Dias Ferreira o que não me impede de pensar nos que ali residem. Fico imaginando o desespero que deve ser no caso de alguma doença ou de se precisar de ambulância.
Vem, então, o desafio do dia seguinte à passagem de vossas majestades, os foliões: Como tudo no Rio de Janeiro é “vai que dá certo”, sem planejamento para suportar uma multidão, a rua é eleita o banheiro oficial e odor incrível precisa ser suportado compulsoriamente pelos moradores que não conseguiram fugir no feriado. Estes devem suportar tudo, bem caladinhos, afinal é carnaval.

A cidade é de todos, e não só dos carnavalescos. Fato incontestável é que não são três dias de festa, porém muitos dias antes e alguns depois da folia de Momo, mais um pouco e viraremos a Bahia. Hoje e amanhã desfilarão por essa cidade trinta e cinco blocos, ninguém aguenta.

Os moradores da Barra, nos arredores da praia do Pepe, conseguiram cancelar um bloco que sairia hoje, sábado. A reclamação foi feita à subprefeitura, após péssimas experiências com blocos anteriores.

Convido aos moradores do Leblon e aos de outros bairros que se sentirem cerceados a fazerem o mesmo. O carnaval de rua saiu do controle.