sábado, 26 de dezembro de 2015

Vaga Roubada...

Há muitos anos, cotidianamente, as vans escolares estacionam nas ruas internas do Leblon como se fossem seus estacionamentos privativos. Durante as férias elas curtem o recesso completo paradonas no mesmo lugar, ocupando permanentemente as vagas dos moradores e visitantes... 

Imagine a porta de sua casa obstruída por esses monstrengos de 6 toneladas! Aqui é assim todos os dias.

Pouca gente sabe, mas a regulamentação do transporte escolar feito pela Prefeitura do Rio (Decreto 38363, Art. 23, Inciso X) as obriga a serem guardadas em local próprio, NUNCA NAS RUAS. 

Por que então a Guarda Municipal faz vista grossa? Desconhece as leis ou simplesmente está sendo seletiva?

PS: Um feliz ano novo de preferência sem vans! 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Dois pesos, duas medidas...

O movimento do impeachment perdeu o apoio e foi criticado por ter sido colocado em votação pelo execrável Eduardo Cunha, porém é importante sinalizar que ele não é o autor do pedido. Entretanto, quando o mandato da Dilma for salvo pelo Magnífico Renan Calheiros, o nosso antigo Eduardo Cunha, a Dilma passará a ser a "Dilma do Renan"?
Como ficará a imagem da presidente sendo salva por uma figura imoral, investigada pela Lava-Jato? Isso Pode?
A moralidade só é levada em conta na hora que salva o cargo de uma presidente que só se preocupa em se segurar no cargo, mesmo que a cada dia isso afunde mais o país.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Tá sobrando Circo e faltando Pão

Ser a favor do Impeachment não é ser a favor do Cunha, o processo foi endossado por juristas famosos e não pertence ao presidente da Câmara. Desqualificam o impeachment por conta das ardilosas maquinações do atual presidente, mas sua moral e intenções são absolutamente irrelevantes ao mérito da questão que está sendo discutida: o de crime de responsabilidade fiscal.

Basta lembrar que centenas de outros projetos também passaram pela mão de Eduardo Cunha e que não estão sendo questionados. Por que o impeachment é diferente? Não devemos ter ressalvas em defender este projeto e apoiar também a cassação do atual presidente da câmara, afinal essas posições não são excludentes ou contraditórias, e sim coerentes.

O país está parado, as pessoas estão incapazes de pensar com clareza e com completa aversão a política. Observamos de camarote o desmonte do Brasil enquanto Dilma e Cunha se digladiam em Brasília. Quem cai primeiro? Quem é pior? Façam suas apostas! No centro do ringue uma encenação que inflama a audiência, nos paralisa e afasta dos verdadeiros problemas. Quem vai ganhar? Não sei, mas quem perde é o Brasil.


Nessa queda de braço, o voto minerva quem dá é o povo, cabe a ele se manifestar e decidir o futuro do país.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

"Se essa rua, se essa rua fosse minha..."

Todos sabemos que nossa cidade anda abandonada. Parece que o poder público (municipal, estadual e federal), pouco andam fazendo, parece que só se importam com grandes obras e as Olimpíadas, mas o cuidado com a cidade tem que ser nas coisas pequenas que fazem muita diferença na vida das pessoas que aqui moram. Basta olhar as calçadas que estão em péssimo estado e vivem causando acidentes graves.

O governo assumiu diversas responsabilidades, e nos cobra impostos por isso, mas não cumpre sua parte do contrato, deixando um enorme vácuo. Por outro lado, tenho visto a iniciativa de moradores que mesmo pagando impostos assumem tarefas do poder público, tomando conta de suas ruas. Seja varrendo as suas calçadas (obrigação da COMLURB que não dá as caras aqui há muito tempo...) ou simplesmente fazendo jardins em volta de árvores.

Tenho reparado em prédios residenciais antiguinhos, bem cuidados, floridos e que são verdadeiros encantos para a rua. Eles contrastam com os novos prédios, mostrando toda a diversidade da cultura arquitetônica do bairro.


Precisamos disso, de cuidar do que é nosso, das nossas calçadas, das nossas ruas, dos nossos prédios como se fosse nossa propriedade, por que no fundo é.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O Evitável no Brasil é sempre Inevitável

O drama do descuido com a vida
Nesta semana assistimos a uma tragédia de proporções bíblicas, a barragem em Mariana se rompeu. O por que ainda não é claro, mas tudo indica que foi falta de cuidados que permitissem uma segurança adequada e manutenção, tema recorrente em nosso Brasil. A displicência mais uma vez custou vidas e, neste caso, também uma cidade inteira.

Gostaria de pensar que a tragédia de Mariana é um caso isolado, mas nossa história cotidiana está repleta de pequenos exemplos que ameaçam a vida. Talvez por terem magnitudes menores não são levados a sério, mas se somados veremos números assustadores de quantas mortes poderiam ser evitadas.

Estou falando de calçadas que são armadilhas para os mais idosos, e os nem tão idosos assim, devido a sua má conservação. Estou falando dos ônibus desta cidade que arrancam e freiam bruscamente enquanto são dirigidos por pessoas em condições desumanas. Estou falando das árvores que todo verão desabam na época de chuvas porque não foi feita poda e cuidado adequado ao longo do ano. Estou falando dos hospitais que são incapazes de oferecer o mais básicos à população mais carente. Estou falando de outros milhões de exemplos que todos conhecemos muito bem.

Quando o evitável ocorre, a resposta das “autoridades” é sempre a mesma, isso quando respondem, um verdadeiro empurra de responsabilidades que sempre acabe em impunidade.
O empurra chega até o cidadão, cobram dele, também, a responsabilidade de fiscalizar e denunciar, o que é correto. Mas quando alguém se dá ao trabalho de denunciar encontra as mais variadas barreiras e ninguém lhe atende. Sei bem, pois denunciei várias vezes o estado das árvores na Rua Desembargador Alfredo Russel, durante ANOS, e ninguém nunca fez nada. Essa semana o evitável ocorreu, por sorte não tivemos fatalidades...


Temos que continuar lutando pela vida e exigir que o governo peça perdão, não só com palavras, mas com ações reais. Perdão e desculpas “sociais” não queremos mais ouvir, tampouco justificativas esfarrapadas e o tradicional empurra de responsabilidades. A vida deve ser tratada como sagrada, só assim não precisaremos mais repetir tragédias como de Mariana, Santa Maria, Teresópolis, Morro do Bumba e tantas outras menores que nem viram notícia...

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Mais Presídios e Menos Escolas (Infelizmente)

Em nome de Deus ele faz o Diabo
Que a presidente perdeu o controle do governo, e a tentativa de trocar ministérios por apoio foi uma tragédia, anunciada, ninguém duvida, porém creio firmemente que mais grave do que isso é o que vem acontecendo, dia após dia, na Câmara dos Aloprados.

Logo após a população se entusiasmar com a Operação Lava-Jato, conduzida pelo juiz Sergio Moro, eis que surge na arena dos deputados um verdadeiro Baile da Ilha Fiscal (torcemos para que termine igual a Noite das Garrafadas).

Eduardo Cunha está confiante de que se sofresse um processo judicial, decorrente da Operação Lava-Jato, não teria seus direitos cassados pelo STF, pois há centenas de parlamentares na mesma situação gozando de pleno exercício político.

Esses argumentos estarrecedores e nocivos viraram um delírio coletivo. Os deputados, não todos felizmente, desejam anistiar pessoas que possuem dinheiro no exterior, independente da origem do mesmo. Tanto faz a procedência ser do fruto do seu trabalho, como de corrupção, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro ou qualquer imoralidade maior.

Se existe uma convocação para a população comparecer às ruas no dia 15, deve ser para nos posicionarmos formando um dique humano poderoso que possa conter e desestimular a tsunami de vergonha e perversão que se infiltrou em todo país. Se há milhares de pessoas sob suspeição de desestabilizar as nossas vidas provocando uma corrupção sem limites, quer seja político, funcionário público, senador ou qualquer pessoa inidônea em cargos públicos, têm que ser afastadas até que se 
prove sua inocência.

Podemos  lembrar, em épocas não tão distantes, do ex-presidente Itamar Franco que afastou do cargo Henrique Hargreaves, até que sua inocência fosse comprovada e ele retornasse ao seu posto.

A população está cabisbaixa ao constatar que figuras execráveis se mantem no poder graças à leniência do judiciário. Fantasiados de homens honestos, esses deputados ditam as leis, e algumas regras delirantes como essa do repatriamento do dinheiro.

Se o Brasil se gaba de ter enfrentado a Fome, devemos lutar agora contra a imoralidade e a perversão, sugiro o “Corrupção Zero”!


Até eu que sou adepta da educação, acho que este é o momento de se construir presídios ao invés de escolas. Está na hora destes debochados pagarem e nós pararmos de empurrar com a barriga. O Brasil precisa ser um país de verdade. Chega de presidente fake, políticos fake, ministérios fake. Queremos retidão, competência e pudor.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Nós os Cafetinados

A festa não para no país da corrupção
“O governo está rezando o terço no meio de um bordel” Palavras do senador Jader Barbalho do PMDB, defendendo que o governo tinha logo de dar os cargos para os partidos insatisfeitos e votar os vetos presidenciais. A ideia é promover a satisfação dos políticos através de cargos e salários. Por mais terrível que seja essa afirmação que dói até a alma e, nos deixa chocados, ela tem boa parte de verdade.

Essa afirmativa pode ser encontrada na situação do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de ter contas secretas na Suíça e que, segundo as informações, torrou milhares de dólares em viagens internacionais.

Este senhor, que deveria ser afastado imediatamente de seu cargo até que fosse julgado, virou o poderoso chefão cobiçado pelo Planalto. Cunha encontra-se em posição privilegiada por ter grande influência nas importantes pautas a serem votadas: o impeachment, os vetos e as conta do governo. Assim, vem sendo cortejado tanto por governo quanto oposição. Ambos os lados jogam um jogo sujo, dignos de um bordel.

Esmagados por ações descabidas e desonrosas, estamos nós cafetinados pelos donos do bordel através dos pesados impostos cobrados do nosso trabalho. Não é à toa que estamos presenciando a volta da vergonhosa CPMF, que vem mesmo a calhar para que o padrão mordômico não decaia.  Afinal de contas, os donos do bordel gostam de levar vida luxuosa, nababesca, próprias de um país de quinta categoria.

Contudo o Sr. Jader Barbalho, conhecido pelo seu currículo, foi até parcimonioso, porque não foi só o governo que virou um bordel, mas sim o Brasil todo.


Nós os cafetinados precisamos de melhores cuidados, não podemos desmaiar nas filas do Hospital Cardiológico de Laranjeiras, afinal como vamos sustentar os rufiões se estamos morrendo aos borbotões? Sugiro que fundemos a ASSOCIAÇÃO DOS CAFETINADOS DO BRASIL.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

OS SEM VERGONHA

Parece uma feira e é, só que de imoralidades.
Viver uma crise não é tarefa fácil, ao contrário, exige grande dose de paciência, resignação e 
entendimento.

Sabemos muito bem os sacrifícios necessários para sobrevivê-la, mas quando estamos num casamento eternizado e indissolúvel com uma classe política tão deplorável, sem moral e sem vergonha, a crise se torna um completo desespero, capaz de levar a sociedade toda ao precipício da moralidade. Vivemos a exceção, onde o correto é o errado, e crime é a norma. Para tempos assim dizer a verdade é um ato revolucionário, como profetizado por George Orwell.

Faz parte dos meandros da política, de qualquer país, entendimentos entre o governo e as Câmaras de deputados e senadores para que os projetos possam fluir. Mas não é o que estamos presenciando, a luta por um ministério, por um cargo ou por uma benesse qualquer, parou o país que está quase em estado terminal. Briga-se pela última gota de sangue do moribundo. Mentem, trapaceiam, impõem nomes para ocupar cargos importantíssimos de pessoas que não possuem as credenciais e a qualificações necessárias para presidirem instituições de grande relevância para a população.

Enquanto isso, sentimos nossa qualidade de vida decaindo a cada dia, desassistidos em nossas necessidades básicas, apesar da elevada carga tributária que pagamos e que, pelo visto, não está dando conta de cobrir manobras cada vez mais sinistras. E esses mesmos imorais e sem credibilidade ainda acham que podem exigir que nós paguemos o pato calados e dóceis.

A avidez, a prepotência, o conluio ao crime, todos vestidos com terno e gravata, sugerindo respeito e elegância, deixam escancarado, sem nenhuma vergonha, que não estão preocupados conosco.

A capacidade de nos envergonharmos e com isso pautarmos nossas vidas de modo digno é fundamental para que qualquer organização floresça, desde a organização familiar, à organização política e governamental. Ela contribui para nossa dignidade na medida em que atos ilícitos, dos mais simples aos mais tenebrosos, sejam censurados. A naturalidade com que aceitamos todos os tipos de desvios, demonstra a degradação moral da nossa sociedade.

Há momentos em que penso que estamos num eterno carnaval quando o assunto é moralidade:
São três dias de folia e brincadeira
Você pra lá e eu para cá
Até quarta-feira  



sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Pátria Mercadora

600 mil tablets de baixíssima qualidade
que não ajudam na melhoria das aulas 
Fica difícil avaliar qual a maior aberração da nossa tão propalada democracia. Tão grave quanto as pedaladas, a corrupção institucionalizada, o autoritarismo do governo, temos de enfrentar a retirada do Ministro Janine e sua substituição pelo economista Aloízio Mercadante. 

A Pátria Educadora, que durou menos de 6 meses, deve agora voltar a reverenciar esse grande estrategista da educação. Mercadante não é novo na pasta, em 2012 teve uma passagem pela Educação onde ficou famoso por ter a magnífica ideia de comprar 600 mil tablets para os professores do ensino médio da rede pública, no valor de R$150 milhões. A pergunta é: a próxima compra de equipamentos com será com a companheira Luiza Trajano na Magazine Luiza?


Mais uma vez a política de Educação no Brasil serve a seu propósito: moeda de troca no jogo do poder e emburrecimento do povo. Eita Pátria Educadora!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Violência por prazer

O jovem que rouba por prazer
Os Arrastões estão de volta, meninos matam por qualquer motivo, inclusive por prazer. Muitos deles possuem família, alguns não estudam e se limitam a esses divertimentos macabros. O que será que acontece com essas crianças? Será somente essas crianças que praticam atos violentos? A violência impera na nossa vida cotidiana quer seja no trânsito, quer seja no saque às nossas empresas quer seja nos estelionatos eleitorais, quer seja nos inacreditáveis indicadores sociais.

Costumo ouvir de pessoas excessivamente otimistas e de intelectuais, envergonhados de suas preferências políticas, que o Brasil é grande demais e que muitas vezes esteve em situações dificílimas, mas se reergueu.

O Brasil é um país habitado por pessoas que possuem corações e mentes, mas somos tratados como objetos e não como seres humanos que anseiam por um país digno, organizado e com razoável qualidade de vida. Esse desrespeito às nossas vidas gera revolta e violência.

Não estou afirmando que a doença psíquica é pura e simplesmente decorrente de fatores culturais, mas que eles possuem alta relevância nos transtornos psíquicos me parece bem claro. Quando a agressividade impera surgem bandos, máfias, grupos de extermínio. Esses grupos se sentem fortalecidos e são organizados à serviço do mal.

Ao contrário, o restante da população que consegue conter a agressividade se isola, na tentativa de proteger seu psiquismo das turbulências emocionais e sociais. Entretanto, deixam escapar a irritabilidade, a impaciência, o desrespeito a si mesmo e aos outros, assim como às regras.

A população consciente está entristecida, com esperanças que logo se esvanecem com as “bombas diárias”, por exemplo, o fatiamento da operação Lava-Jato. O medo do que está por vir gera intensa ansiedade, depressão e insônia.

Quando o psiquismo está sobrecarregado surgem as doenças físicas, haja terapeuta e fisioterapeuta para dar conta de tantas dores físicas, reflexo do sofrimento velado. A população com menor escolaridade também percebe os malabarismos para viver e está padecendo. É só olhar as filas dos hospitais públicos para também se revoltar.   

Por vezes temos a impressão de que se perdeu a educação, o amor à vida, às pessoas, ao ambiente. Impera quase uma desintegração social. As relações carecem de ligações mais profundas, mas esse isolacionismo pode ser uma defesa, como se nosso espaço mental estivesse transbordando.


O Papa Francisco, em seus pronunciamentos, dá grande ênfase à cultura dos excluídos, ele claro, se refere aos mais pobres, mas nós brasileiros, além da pobreza somos excluídos, pois não somos percebidos como cidadãos contribuintes e sim como fantoches, como se não existíssemos. 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A Natureza abençoa, mas nem tudo são flores...

A Natureza abençoa o Leblon... (Rua Gal. Urquiza)

E nos coloca um lindo tapete!
Mas como nem tudo são flores...

Com o fechamento do Restaurante Mekong (Dias Ferreira - Gal. Urquiza) foram colocados tapumes em volta do estabelecimento, bloqueando parte da calçada e atrapalhando a vida dos moradores da rua.

Como se não bastassem os tapumes, o Restaurante Deusimar ainda nos brinda usando o canteiro enorme da árvore como suporte para seus motoqueiros. Fecham o que restou de passagem na calçada...
é um abuso, ou melhor, uma aberração! Que dupla!

Contribuição do morador do outro lado da rua, obstruindo a estreita calçada
Rua João de Barros. A COMLURB só recolhe à noite 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

"Jovem no Brasil nunca é levado a sério"?

A passeata do dia 16 deixou clara a ausência da população jovem.  O que fazem os nossos jovens de hoje tão diferentes da aguerrida mocidade que conhecíamos há décadas atrás?

A contemporaneidade trouxe mudanças muito intensas. As pessoas, de um modo geral, passaram a se preocupar muito mais consigo, o coletivo deixou de fazer parte da vida. O espírito cívico, o amor pelo país e pelas pessoas que aqui vivem não fazem parte do cardápio da modernidade. A conectividade produz uma falsa ideia de congraçamento, mas escapa como um relâmpago.

Acostumados a viverem em um ritmo frenético uma boa parte de jovens são compromissados com o saber, buscam não só o conhecimento como também anseiam por um emprego que lhes garanta um salário razoável. Sabem que para consegui-lo a disputa será acirrada.

Ansiando pela garantia econômica deixam para trás o valor da vida, da amizade e da solidariedade. A maioria se encontra profundamente desencantada com a política e escandalizada com os políticos. Erroneamente os jovens se afastaram e nem desconfiam o quanto precisamos deles para arejarem o infecto submundo da política. Nem desconfiam que uma sociedade sem líderes competentes e honestos, preocupados com o bem-estar da população, deságua em um mundo inóspito para ricos e pobres.

O segundo grupo é composto de jovens universitários ou estudantes de grau médio que se engajam nos diretórios estudantis, professam ideologias obsoletas, e passam o tempo nas redes sociais mencionando as injustiças sociais. Fecham-se nos seus pontos de vista, repetindo que as elites são responsáveis por todos os males do país. São tão doutrinados que nem descobriram que o governo que defendem é o grande protetor das elites.

Essa mocidade jamais participaria de uma passeata dita golpista, afinal as elites estarão lá. Vale notar que a classe média que carrega o país nas costas é “elitista”. Essa juventude é altamente preconceituosos e não distingue empresariado sério de bandidos e se alguém, como é o meu caso, luta pela preservação do meio ambiente contra a desordem urbana sou chamada de elitista. As mentes são tão massificadas que repetem estereótipos não percebendo que, em qualquer bairro, o cuidado com o meio ambiente favorece a vida.

O terceiro grupo, de um modo geral, pouco estuda, não trabalha, ou se o faz não tem objetivo de melhorar a vida. Eles podem até saber que a nossa situação política e social está em plena turbulência, mas o pensamento mágico funciona: “sempre deu certo porque irá dar errado agora, no fim tudo se ajeita, já tivemos dias piores”. Com esse discurso aliviam a culpa de não lutarem pelo país e entregam-se de corpo e alma às praias, futebol, às noites nos bares, buscando novidades, novos points, o importante é fugir do tédio, afinal vida vazia custa a passar.


Parece que a juventude não acredita que um país se constrói no presente e não no futuro. O Brasil sempre foi um país do futuro que nunca aconteceu. Talvez seja esse o motivo que leva os jovens à descrença. Diferente do que Charlie Brown Jr. em sua música dizia, é o jovem que não leva o Brasil a sério.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Mais um vexame Olímpico

“Tem rio cantando, pedrinha rolando,
Mas você não vê
Garoa de prata, chorando na mata, 
Mas você não vê”
Esse é o início de uma música feita por uma senhora, hoje nos seus 90 anos, e desde a sua juventude percebeu a necessidade de a população deixar entrar em suas veias a beleza de um ambiente bem cuidado e a leveza de um ar não poluído. O homem e a natureza contracenando de forma harmoniosa, teriam como resultado uma insuperável qualidade de vida.
O meio ambiente sempre se constituiu, sem dúvida, um dos guardiões de uma vida física e psíquica saudável. Se a nossa natureza estonteante já nos ofereceu tanto, a mão do homem deveria se cercar de toda a sua inteligência e tecnologia disponível para saudá-la, reverencia-la e mantê-la em plena dignidade.
Próximo às Olimpíadas esse assunto me parece fundamental. Em um momento em que provas náuticas estarão para acontecer, lamento profundamente o estado da nossa esplendorosa Baía de Guanabara. É bem constrangedor oferecer aos atletas mundiais, um cenário degradante e que coloca em risco a saúde dos competidores.
A agência de notícias Associated Press divulgou, ao mundo o resultado dos exames que confirmam que existem nessas águas vírus e bactérias, em níveis muito mais altos do que os desejados, e que podem contribuir para doenças como hepatite e rotavirus. É do conhecimento público que alguns atletas americanos sofreram problemas de saúde ao se exercitarem na baía.
É evidente que a despoluição da baía sempre foi um desafio, porém quem se candidata a um desafio deve enfrentá-lo e não maquiá-lo.
Há mais de vinte anos, se brinca com o meu dinheiro (visto que sou uma contribuinte) e nada de concreto foi efetuado para devolver à cidade este cenário maravilhoso, ideal para esportes náuticos. Como seria fantástico a população dos bairros do Flamengo e Botafogo se pudessem usufruir de duas ótimas praias, abençoadas pelo Pão de Açúcar.
A resolução desse problema sempre se deveu ao dinheiro, aliás ao tal do dinheiro que nunca faltou quando a proposta é a construção de qualquer coisa que seja grandiosa, bem gênero Dubai, mas se for para o meio ambiente ele some. Impossível dissociar ambiente da vida, mas aqui os dois se assemelham a inimigos.
Thomas Weber, vice-presidente do Búzios Convention & Visitors Bureau, sugere que as provas sejam efetuadas em Búzios, belo cenário, acostumado a receber esportes náuticos. Afinal, a cidade pertence ao Estado do Rio de Janeiro e ainda conta com a vantagem das embarcações e seus atletas não serem acompanhadas pelo lixo.
Creio que a proposta é bem sensata não há necessidade de exportarmos para o mundo uma grandiosa baía, beleza natural extraordinária, contaminada com lixo e esgoto. É melhor que os jogos aconteçam em Búzios, assim evitamos mais um vexame internacional, mas pelo visto eles serão realizados aqui mesmo, negando a realidade.

Será que, se nós passarmos por um vexame mundial, mesmo assim tudo continuará igual?

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A bagunça das vagas no Leblon



A política de quem manda nas ruas são os carros demonstra uma falta de consciência ambiental e de visão sem limites.
Há seis anos venho denunciando um grave fenômeno no Leblon. Um relevante número de moradores deixou, em meu poder, um abaixo-assinado queixando-se da atuação da Guarda Municipal. São permitidas toda sorte de irreverências praticadas por motoristas de carros, de caminhões e micro-ônibus à Rua Gal. Urquiza e Alfredo Russel, no trecho a partir da Rua Dias Ferreira.
No ano de 2010, uma frota de vans escolares, que foram substituídas por micro-ônibus, tomou de assalto essas ruas. Os funcionários dessa empresa, aproveitando-se do clima paradisíaco que aqui existia, deixavam as portas dos veículos abertas, onde lanchavam e dormiam. Horrorizados, recorremos à Leonardo Spritzer, Chefe da Região Administrativa, que rapidamente, tomou as devidas providências para que tivessem um mínimo de compostura, mas infelizmente, só isso foi possível. 
Tudo nos leva a crer que ordens superiores o impediam de retirar essa aberração das ruas.  Protegidos pela lei (imagino que a lei do mais forte) os micro-ônibus permanecem, até hoje ocupando vagas que deveriam ser de todos. Esses monstrengos ficam meses parados e também nos fins de semana, às nossas portas, imundos, repletos de folhas, barro e poeira.
Com as obras do Metrô o terreno do estacionamento do quartel foi, em parte, desativado e os policiais passaram a estacionar nessas pequenas ruas, próximas ao quartel. Até aí nada demais, é até justo, só que as esquinas foram inteiramente bloqueadas de modo ilegal. Mesmo havendo vagas mais à frente ou na rua Gal. Urquiza, sentido praia, os carros permanecem nas esquinas.  
Estacionamentos dos dois lados das ruas, não acontecem em outras pequenas ruas do bairro. Por esses dias a João de Barros cujo estacionamento é à direita, recebeu da CET-RIO sinalização proibindo o uso da esquina. Quanto a nós, os desprotegidos, são as esquinas, sobre as calçadas, nas zebras do chão, nas nossas garagens. O choque visual é tão desagradável que invade nossas almas. Podem escolher a aberração mor: temos fretes, caminhões, carroça do Tio Sam, repletas de quinquilharia, caminhões e carros velhos abandonados.

O que nos causa indignação é que os residentes destas ruas as escolheram porque elas competem em beleza e agradabilidade com as praias e agora estamos encurralados de modo claustrofóbico.
Essas duas ruas se tornaram insalubres, pois não há possibilidade de serem varridas. A insegurança também faz parte do nosso cotidiano, carrinhos de bebê não conseguem passar pelas esquinas e vêm pelo meio da rua. Os transeuntes também se sentem ameaçados, pois esses monstros altos e enormes nos exigem ultrapassa-los para que possamos atravessar a rua. Já presenciei diversos acidentes por conta da obstrução das esquinas.
A desordem que se inicia pela manhã bem cedo, termina de madrugada, pois saindo a Valorosa Guarda, entram os outros donos da rua os Valet Park e os que descobriram outro tipo de vale, o Vale Tudo. Só a ORDEM É PROIBIDA.
A política de quem manda nas ruas são os carros demonstra uma falta de consciência ambiental e de visão sem limites. Gostaria de lembrar que essa discriminação promove não só um crime ambiental, como também um outro tipo de crime que é a opressão aos moradores, que pagam seus impostos e que não podem concordar com qualquer tipo de ingerência que esteja a serviço da desordem urbana.


sexta-feira, 31 de julho de 2015

A COMLURB É PODA...

Árvores e Fios perigosa combinação
As "coisas pequenas" da cidade que, não precisam de licitação e não aparecem nos jornais quando são inauguradas, são fundamentais para o bom funcionamento da cidade. Essas miudezas como bueiros, podas de árvores, estacionamento irregular e calçadas são imprescindíveis, porém desprezadas pela atual administração.

Não consigo entender qual o motivo da entrega das árvores da cidade à COMLURB. A empresa que, há alguns anos, era exemplo de eficiência, hoje não consegue dar conta nem do lixo e da varredura das ruas, trabalho que atualmente é executado pelos porteiros, quanto mais responder pela poda das árvores.

Os funcionários não têm preparo para a realização desse tipo de tarefa e nem possuem instrumental necessário, assim sendo, quando conseguem efetuar alguma poda, o que é raríssimo, o resultado é um grande desastre. As árvores se tornam desfiguradas, cortam os galhos embaixo e deixam a copa lá no alto, magrinha e abandonada.

A última atuação dessa aberrante empresa chegou a ser hilária. Após dezenas de súplicas minhas, um Secretário do Município, Marcelo Queiroz, condoído pela minha tristeza de perder duas lindas árvores cobertas de erva-de-passarinho, além de uma terceira que adentrava pela casa de uma família, solicitou à COMLURB para que nos atendesse.

Após um ventinho, mais uma vítima da falta de poda
Em um sábado ouço o barulho dos funcionários da empresa que estavam todos paramentados, inclusive com escada, para proceder aos trabalhos e cortar os gigantescos  galhos que insistiam em entrar nos apartamentos carregando gambás e macacos.

Vários moradores apareceram para assistir ao milagre, mas os trabalhos foram feitos pela metade. Podaram somente um pedaço, a área em frente à uma garagem, pois nas outras áreas havia carros estacionados. A logística necessária para esse procedimento, que consiste em colocar placas com aviso de proibição ao estacionamento na véspera, não fora executada.

Pensam que o show do absurdo terminou? Próximas a esta árvore, que foi semi-atendida, estão outras tomadas pelas ervas daninhas que poderiam ter sido cuidadas, porem os valorosos funcionários foram embora felizes e tranquilos, e nunca mais voltaram.

Essa é a história do carioca, não possui histórias agradáveis para contar sobre o meio ambiente, talvez os moradores dessa cidade nem se deem conta da maravilha que é viver em uma cidade onde a ambiência é fator fundamental e levada a sério.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Aniversariante do Mês: O Leblon

O Leblon está completando 96 anos, de um pequeno bairro residencial, dono de um requinte simples, transformou-se em um bairro efervescente, repleto de bares, restaurantes e comércio desproporcional ao seu tamanho. É considerado, por muitos, bem charmoso. Sou apaixonada pelo Leblon, e por isso mesmo, me dou ao direito de mostrar o que não deu certo.

A crítica que faço ao Leblon se deve à forma como as mudanças foram realizadas. Poderia dizer que o nosso bairro estava preparado para dar uma bonita festa para cinquenta convidados, porém convidaram mais cem pessoas. Não se preocuparam em preparar o jardim, com toldos e cadeiras, com o objetivo de que todos ficassem confortáveis.

Portanto, o que faltou ao nosso maravilhoso bairro foi a capacidade do governo de planejar, de pensar que, tamanha modificação, necessitaria de uma infraestrutura que comportasse as mudanças, o que não foi feito, portanto como dizem os arquitetos, esgarçou-se o tecido urbano.

Perdemos a oportunidade de construir  garagens subterrâneas. Como embelezaria o bairro, livrando-nos do aspecto sufocante da absurda quantidade de carros que atravancam nossas ruas. Se for uma bela rua interna, aí sim, joga-se a sujeira em cima do tapete. Não se respeitam esquinas nem garagens, os motoristas ligam o motor em espera e lá permanecem. Em época alguma se presenciou tanta complacência com os micro-ônibus escolares, estacionados e escondidos, as férias inteiras nessas ruas, às portas de nosso edifícios. Poluição visual e ambiental fazem parte dos pacotes que nos obrigaram a engolir.

Não nos incomodaria a existência de bares e restaurantes, caso as regras fossem respeitadas, se nos fosse possível transitar pela calçada e a lei do silêncio estivesse sendo rigorosamente obedecida. Nós moramos, andamos e vivemos aqui, acima de cada imóvel que abriga um tipo de comércio existe um edifício residencial.

Sei muito bem que o bairro atravessa um período difícil devido as obras do Metrô, mas não consigo entender, e muito menos aceitar, o terrível abandono a que estamos submetidos, nós e todos os bairros. Nosso Prefeito Olímpico que embevecido com o fato de ser o Poderoso Chefão do Circuito Olímpico, esqueceu-se dos moradores que o elegeram. Aliás, no item abandono, a COMLURB merecerá uma postagem especial. Tenho boas histórias para contar...

Por enquanto, está a salvo o Cinema Leblon, que ainda não veio abaixo porque o momento econômico não convida, nosso alcaide não se importa com essas bobagens de tombamento e muito menos com o densamento populacional.

Os factoides não param de chegar, teremos parquímetros, o nosso canal da Avenida Visconde de Albuquerque está com o projeto pronto, as ruas receberão melhor asfalto. Tudo não passa de uma simples promessa ao desprestigiado aniversariante.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Deitado Eternamente

Tartarugas Avante!
Há muitos anos questiono o atraso que existe no nosso país, mas o discurso vigente em vários grupos tentava amortecer a minha inquietação, afinal o Brasil ainda era jovem, nascera há 515 anos. Jamais concordei com argumento tão absurdo.

O dinamismo de países evoluídos, sempre me encantou e o contraste se acirra diante da pobreza, dos casebres, crianças abandonadas, sem o mínimo necessário para uma vida digna. Nosso orgulho se vangloriava de sermos a sétima economia do mundo, afinal, nossos ricos possuem uma riqueza poderosa. Fico perplexa ao constatar que se passaram 515 anos e, no atual momento, milhares de pessoas comemoraram o que chamam de distribuição de renda.

Há uma infindável lista impeditiva que colabora para manter o país carregando a lanterninha em vários segmentos fundamentais para o acesso ao desenvolvimento, mas só citarei alguns.

Podemos começar por uma sistêmica corrupção que certamente desestrutura qualquer país. Hoje mesmo se tem notícia de que, em uma pequena cidade no município do Rio cujo hospital está totalmente desabastecido de medicamentos e profissionais, existe um prefeito que ama Ferraris, helicópteros e desfila pelas ruas, confiante na legalidade de seu projeto, que é ser rico à custa do erário.

Faz parte da lista, o populismo e políticas imediatistas, que não valorizam o saber, mas os gráficos numéricos indicadores de sucesso dos governantes. A educação, baluarte de um país que se preocupa com as crianças e com um futuro promissor, é mais do que lamentável, é insustentável. O verdadeiro objetivo da escola que é preparar as crianças para a vida, através de um ensino que privilegie o raciocínio, o julgamento e a capacidade criativa, está a léguas de distância. O número de cabeças brilhantes no país deveria ser bem maior.   

Com 515 anos, esse nosso Brasil é a imagem do atraso, pois possui grande extensão sem saneamento básico. A queixa de engenheiros e arquitetos em relação à execução de qualquer tipo de obra é o desalento em relação a uma burocracia descomunal, como se isso fosse impedir atos ilícitos, parece que é ao contrário, servem para fortalecê-los.

Para exemplificar esse fato, o engenheiro Francis Bogossian, Presidente do Clube de Engenharia, faz referência aos órgãos reguladores que não se comunicam entre si.  É claro que esses pareceres são da mais alta importância, mas um entrosamento se faz necessário, pois evitaria embargos, ou ao contrário a permissão de obras que, por pressões políticas, não deveriam acontecer. Sempre me preocupo com o dispêndio absurdo de dinheiro que não reverterá em benefício para a população.

Investidores que se interessam pelo país precisam estar preparados para mudanças repentinas, inúmeras vezes se muda a regra do jogo, no meio do jogo. Caso recente aconteceu no Porto Maravilha. Este local havia sido escolhido para que fosse instalada a Mídia estrangeira, entretanto de repente, pensaram que na Barra da Tijuca a localização seria melhor e uma mudança radical se processou.   

Essa insegurança política e até jurídica, não por falta de leis, mas sempre por inúmeras interpretações da lei, afastam pessoas que desejariam aqui investir, mas que temem não obter o retorno esperado do seu investimento.

Considero significativa a falta de conservação do que aqui existe, quer se trate de bens tombados ou até pracinhas. Desleixo também é símbolo do atraso.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Desocupando a mente

Diante de um mundo circundante tão desconjuntado, torna-se difícil enfrentar as turbulências emocionais que invadem nossas vidas. A reação mais imediata é a tentativa de evasão, se afastar dos acontecimentos, afinal o que os olhos não veem os corações não sentem. Quem sabe, com essa manobra, aquietamos a ansiedade que teima fervilhar em nossas almas e evitamos sermos invadidos pela insuportável dor psíquica?

A busca obsessiva pela internet é um dos caminhos. O sujeito tem a ilusão de que está se informando, participando de tudo, buscando o contato, na medida em que rapidamente devora pequenas notícias que congestionam e deformam a mente. O pensamento é alijado e a saída é a repetição de tudo que lemos e nada processamos. A aparência é de que temos o mundo aos nossos pés, mas no meu modo de entender, estamos a perder o nosso mundo pessoal.

Servem, também, como rota de fuga, o futebol, odiado no momento, porque de forma impiedosa está sempre revivendo o 7x1,  não oferecendo renovo à população. Festas, práticas obsessivas de exercício físico, e toda sorte de entretenimento funcionam como uma espécie de droga que acalma, temporariamente, o nosso sofrimento subjacente.

O nosso pensamento reflete um automatismo que se afasta de um raciocínio lógico, o  movimento é de fragmentação, compatível com um aparelho psíquico desatento. Sobra inércia psíquica, falta criatividade e soluções. O país parou: Política? Nem pensar.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Quando os Ratos Abandonam o Navio...

Lula, nosso Capitão Schettino
As declarações incongruentes do ex-presidente Lula surpreenderam a nação.

No imaginário da população brasileira, Lula e o PT formam uma simbiose tão profunda que seria quase impossível separá-los, um sucumbiria com a ausência do outro.

O que se questiona são as motivações que levaram o ex-presidente, no atual momento, a criticar o PT e toda a política traçada pelo partido ao longo desses anos, como algo injustificável, que nunca fizera parte de sua ideologia e, portanto, merecedor de seu repúdio.

Lula parece desconhecer que as trajetórias, de seu governo e também o da Presidente Dilma, foram direcionadas à tomada de posições dentro do Estado Brasileiro de modo a garantir sua hegemonia e seu obsessivo projeto de poder.

O sistema idealizado precisou contar com o apoio de alianças políticas que cobravam ministérios, cargos e boquinhas. O ex-presidente sabia de tudo que se passava no país e nem por um momento criticou o modelo, ao contrário, esforçou-se loucamente pela reeleição de Dilma.

O ex-presidente sempre foi visto como o gênio da política, capaz de vencer qualquer eleição, com um carisma tremendo, um verdadeiro Deus. Com todo respeito, Lula, em minha opinião, não é um estadista. Não se preocupa em unir a nação, ao contrário, é capaz de provocar cisões gravíssimas, tais como o “nós contra eles” e parte do princípio que as apurações das irregularidades são atitudes revanchistas.

As declarações dele ao culpabilizar o PT e se denominar volume morto, convocando o partido a se renovar, não me parecem fruto de autocrítica, nem a sua famosa esperteza descobriu uma carta na manga.

Em minha opinião, o ex-presidente está se sentindo em perigo, em outras palavras, desesperado. Chegou ao ponto de criticar a presidente por não tentar obstruir a Lava-Jato e agora convoca o PT para desmoralizar a operação. Sua onipotência não admite que o governo tenha limites, porém ainda há instituições independentes, como a justiça por exemplo.

Lula está sofrendo uma humilhação sem precedentes, a criatura Lula está se deparando com a devastação econômica do país, a falta de rumo das instituições, a esquizofrenia que tomou conta do poder, e o fracasso de sua proposta política, a ruptura do PT e a perda de controle de seus fantoches.

A explosão de notícias e acontecimentos negativos o contaminou de tal modo que está vivendo o insuportável, para se aliviar joga o peso de sua irritação no PT, afinal os petistas deixaram rastros na execução dos malfeitos. Seu poderoso instinto de sobrevivência o impeliu a sacrificar uma parte dos seus companheiros roedores para se manter vivo.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A Cilada do Fies

Escola do Maranhão
Nós vivemos em um país que apresenta uma forma anômala de funcionar.

Há exemplos dessa afirmativa em profusão. Vou me limitar ao ingresso nas Universidades. Incentivado pelo poder público, o sonho da população é possuir um diploma do terceiro grau. As Universidades públicas são em número reduzido, as particulares caras e, nem sempre de excelência, então se criou o Fies. Em princípio uma saída bastante favorável. Os alunos que não pudessem arcar com o pagamento das mensalidades obteriam um empréstimo da Caixa Econômica para financiar seus estudos. O bolsista é invariavelmente surpreendido com tamanho da conta a ser paga no final e a inadimplência é grande.

É da norma do Fies que o candidato possua avaliação positiva. Para minha surpresa, este ano poderiam ser matriculados alunos com nota zero na redação, até que encontraram uma saída tentando ser honrosa, isto é zero não ia ser aceito, mas qualquer outro número sim, desde que perfizessem quatrocentos e cinquenta pontos.

 A consequência dessa anomalia é que os alunos estão despreparados para assumir o rigor científico que uma universidade deveria exigir. Para completar esse quadro patético, as universidades que acolhem esses alunos têm o faturamento garantido e muitas delas são vergonhosas em termos acadêmicos. Como quase tudo no Brasil não é fiscalizado elas estão no auge da felicidade e com pouca transparência.

Enquanto isso o Pronatec, destinado a alunos de nível médio, cujo objetivo é atender a educação profissional e tecnológica, está economicamente incapaz de manter os cursos, desviou-se recursos para o Fies. Também se constatou que muitos desses alunos não conseguem acompanhar os programas devido às falhas daquele que deveria ser a primeira preocupação de qualquer governo bem intencionado, o ensino fundamental.

A sequência desse texto mostra a anomalia. Cheguei por último ao local de onde deveria ter partido: a educação primária, que infelizmente, encontra-se em estado terminal. Nem currículos adequados e mais atraentes existem, as escolas em si são feias, maltratadas, pouco convidativas.

Espaço para atividades extracurriculares de modo a despertar o interesse e a descoberta de aptidões é puro sonho. Esse espaço, valioso e inexistente, seria uma oportunidade de se tirar as crianças das ruas e incentivar o convívio interpessoal. Crianças encaminhadas na vida estariam longe dos desvios de conduta, da marginalidade e aí sim, a democracia estaria sendo exercida de modo real. Todos deveriam ter os mesmos direitos e estariam preparados ou não para o ingresso ao nível superior.

Esse absurdo vem denunciando dia a dia a queda do padrão universitário. O país necessita de pesquisadores, de cientistas, de tecnologia de ponta e não de doutores de nada.

Entretanto, nossos maquiadores profissionais não se preocupam com a farsa que é o nosso ensino do fundamental ao terceiro grau. Os diplomas do curso superior estão nas mãos de quem mal sabe ler e escrever, quanto mais pensar, avaliar e ter juízo crítico. Esse é o retrato da inversão: tudo que um governo populista deseja! E os professores então, hein? Coitados!!!!

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Os Riscos do Piloto Automático

Feliz dia dos namorados
Estamos mergulhados no mundo da informação, ela nos chega via internet e mídias. Política, economia, guerras e violência, nacionais e internacionais e outros assuntos mais amenos são de domínio público. O mundo contemporâneo é complexo e quase incompreensível.

Nós não estamos sob o poder nefasto de um Estado Islâmico, mas as guerrilhas são diárias contra o tráfico, no trânsito, contra os maus políticos, homens que se julgam poderosos, cuja ideologia se traduz pelo poder do dinheiro, prevalecendo sobre os direitos da criatura humana. É vergonhoso constatar que senhores, de idade avançada, são pegos em transações ilícitas, se apossando do dinheiro do contribuinte cujo destino deveria ser o atendimento ao povo em suas necessidades mais básicas.  

O que fazemos com essa enxurrada de informações aberrativas que entulham as nossas mentes e têm a velocidade dos cliques da internet? Ficamos felizes por nos sentirmos informados e antenados? Evidentemente não nos aprofundamos em nada, não existe nem interesse nem tempo para uma reflexão mais profunda. Optamos pela superficialidade, se a informação oferecer mais de quinze linhas a ansiedade desponta, afinal estamos perdendo outras notícias.

Dizer que vivemos em um mundo virtual que toma conta de nossas vidas não é nenhum exagero. Nossos companheiros de cama e mesa são smartphones e toda a parafernália eletrônica que existe. Somos esmagados pelas notícias, robotizados, não existe tempo para pensarmos sobre o que nossos olhos viram, vivemos à base do sensorial.

Não posso deixar de reconhecer que a grande vantagem imediata desse tipo de vida é escapar dos nossos sofrimentos emocionais, que são intensos, acrescidos da descrença que se agiganta, bombardeados que somos por mentiras transformadas em verdade.

Como é possível alcançarmos alguma compreensão diante de duas lideranças políticas, suspeitas de envolvimento na Operação lava-Jato, que conduzem o nosso país, driblando o aprofundamento das investigações? É óbvio que esses dois figurões deveriam se ausentar até que tudo se esclarecesse. 

Entretanto, enquanto fugimos de nós mesmos, acabamos oprimidos, nossas mentes sucateadas por notícias sórdidas se tornam incapazes de processar nossa vida emocional, e descobrir soluções para nós. Tudo é mais do mesmo, e a estupidez impera.

A opressão mental inviabiliza o necessário escrutínio e a reflexão. Uma absurda inércia nos ataca e as bolhas de violência não encontram a natural válvula de escape. O que presenciamos é a violência cega, despropositada, saindo aos borbotões, de modo desembestado.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

O Diabo Veste Toga


Temos notícias nada elogiáveis a respeito do judiciário. A imprensa mencionou alguns preocupantes acontecimentos a respeito do Superior Tribunal de Justiça, conhecido como “tribunal da cidadania”. Esse tribunal possui 33 ministros, 2930 cargos efetivos, sendo 1817 cargos de confiança ou funções gratificadas. Um staff fantástico de motoristas com carros de primeira linha que servem aos juristas; cozinheiros, copeiros, ascensoristas, além de uma grande diversidade de profissionais terceirizados, inclusive juazeiros, profissão que ninguém sabe do quê se trata, estão disponíveis para o mais completo conforto e atendimento.

As cifras despendidas são astronômicas, quase todas acima do teto institucional, claro que tudo bem legalizado, como deve ser no corpo judiciário, já que os aditivos não são considerados salários.

Para que ninguém morra de tédio, mais artimanhas nos prepararam os juízes do Tribunal de Justiça do Rio. Foi aprovada na Assembleia Legislativa a lei 7014/15 que concede bolsas de estudo aos filhos de juízes, desembargadores e servidores do Tribunal de Justiça do Rio. O valor estipulado é de R$ 953,47, quer eles estudem em escola pública ou particular. O texto aprovado na Assembleia incorporou dez emendas parlamentares, várias delas sugeridas pelo próprio Presidente do Tribunal de Justiçado Rio, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho. Tudo como é de se esperar, ou seja, a maior imoralidade dentro da mais perfeita legalidade.

Nós, brasileiros estamos acostumados com as notícias veiculadas através da mídia, de que determinadas classe profissionais se concedem direitos e prerrogativas que são negados aos demais contribuintes. A lei é igual para todos, mas nem todos são iguais perante a lei. O que me espanta é perceber que esse fato está tão encravado no DNA desses indivíduos que eles não se sentem pertencentes aos demais cidadãos, vivem em um universo particular e não se dão conta nem das graves distorções nem do atual momento recessivo.

Diante da série de violências que a população vem sofrendo, tentando lidar com tudo que presencia sem surtar, eis que surge o Ministro Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho com a publicação de um artigo no O Globo, dia 3 de julho sobre outro tipo de violência, que são a série de assassinatos brutais na cidade cujo título é: “Até quando reféns de corrupção e violência?” São palavras de Sua Excelência: “é preciso cessar o festival de horrores”; “o tratamento de direitos humanos-exceto por demagogia- não serve apenas para proteger bandidos”; “Não se pode esquecer a vampiresca face da corrupção que nos atinge desde 1500”; “corrupção e violência são faces siamesas da barbárie que se banalizou.”

O Ministro conclama a reação dos diversos segmentos da sociedade assim como do Estado, pois a corrupção e a violência não podem continuar impunes até porque breve haverá filas nos cemitérios para enterrar os mortos.  

Vossa Excelência tem toda razão, ele sabe da importância da educação e o quanto ela será necessária como um dos pilares do combate à delinquência. Afinal, o que será do Brasil, se os filhos dos nossos heróis de toga não tiverem uma educação de qualidade? Sabemos das paupérrimas condições de vida que esses bravos homens, defensores da legalidade, enfrentam todos os dias, incluindo salários baixos. Avante Exmo. Srs. Cruzados na luta contra os sanguessugas e vampiros que se aproveitam do estado, mesmo que sejam vocês próprios!


sexta-feira, 29 de maio de 2015

Contrariando Cacá Diegues

Nosso cineasta Cacá Diegues, em seu artigo no jornal O Globo de 24/05/2015, questiona o fato do brasileiro não gostar de ser feliz ou não se achar no direito de ser feliz. Assim sendo, as pessoas buscariam a punição, mesmo antes de serem felizes, antecedendo ao castigo. Felicidade e punição seriam indissociáveis. Tenta sustentar esse argumento fazendo referência a Freud.

Menciona, também, que não existe o ser feliz ou infeliz, mas que vivemos momentos de felicidade e outros de infelicidade.

Acho que esses dois assuntos merecem um tratado, mas vou abordar alguns pontos. O brasileiro sempre foi considerado um povo alegre e feliz. Turistas, mídia fazem constantes referências a esse estado de espírito da população. Nossas praias, o carnaval, o futebol e o rock despertam muita alegria na população e funcionam como elementos compensatórios a tudo que sempre lhes faltou, isto é, uma vida digna com suas necessidades mais prementes atendidas. No meu modo de entender até se exagera na dose dos mecanismos de defesa.

Estamos longe de ser uma população melancólica, no momento estamos enlutados, pois mais uma vez vivenciamos perdas imensas. Não lamentamos só as perdas econômicas, mas muitas outras fundamentais para que possamos nos sentir razoavelmente seguros.

Perdemos a crença nos líderes públicos, as nossas instituições apresentam rachaduras nos seus pilares, as benesses distribuídas para determinadas categorias continuam nos atacando, afrontando a nossa inteligência e trazendo no rastro a marca da indiferença e indignidade. O que se faz com o dinheiro do contribuinte não tem nome. Estamos agarrados em uma boia que se denomina Sérgio Moro, mas o Oceano de Insensatez e tramoias nos ameaça. Podemos escorregar às profundezas do abismo tornando nossas esperanças quase inalcançáveis.

No luto há uma desorganização mental muito grande, medos profundos que foram adormecidos despertam de modo intenso, há desconfiança, incerteza, desamparo, extrema ansiedade, desinteresse e outros componentes emocionais que perturbam a vida cotidiana.

Infelizmente Cacá, neste momento, não há como passar chispando das coisas ruins como você diz. Devemos sim cuidar para não mergulhar nas profundezas de um luto patológico, desses que não tem fim, mas por bom tempo temos de conviver com a infelicidade. Afinal é enlouquecedora a perda de emprego de um pai ou mãe de família, as crianças sem a mísera educação a que tinham direito e sem a saúde. Epidemias estão aí florescendo dengue, tuberculose, malária e a mais nova delas a das facadas.

Para terminar gostaria de lembrar que uma felicidade razoável é possível sentir, embora entrecortada por momentos difíceis, mas para que isso ocorra é necessário que as nossas estruturas e instituições políticas estejam voltadas para a vida do nosso povo, e não para disputas pessoais, infantis e ridículas. O País Precisa Ser Sério, Com Líderes Públicos Humanizados que se preocupem com a população, que recuperem a nossa confiança e a segurança, dois ingredientes importantíssimos na construção da felicidade.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Jaime Gold

Vivemos uma semana de luto, a perda desnecessária de mais uma vida pela violência nos deixa atônitos. Enquanto se exercitava na Lagoa, o médico Jaime Gold, de 57 anos, foi brutalmente agredido à facadas para ter sua bicicleta roubada. Segundo testemunhas, o agressor era um menor de idade, já identificado e apreendido, com diversas passagens pela polícia, inclusive de assaltos armados com a fatídica faca.

Tragédia essa anunciada, os assaltos na Lagoa Rodrigo de Freitas voltaram a ser comuns, e há pouco tempo um jovem de 17 anos foi agredido da mesma forma, com uma faca, em frente ao Clube do Monte Líbano.

Vivemos em uma cidade violenta e tentamos não pensar sobre o assunto para não enlouquecermos, mas só o pensamento nos ajudará a sair desse horror. O sítio da violência é constante, até nos locais que julgávamos seguros, o medo voltou a imperar. Shoppings, áreas de lazer e na até então “segura” zona sul, não se pode mais andar sem a preocupação de que algo pode (ou vai) acontecer.

Muitos vêm questionando a consternação com o caso, julgando que uma vida perdida na Zona Sul teria maior valor do que uma na baixada. A violência na zona sul pode ter maior impacto pela proximidade dos locais em que vivemos, mas para mim, que sou inteiramente voltada aos cuidados com vida, é um grande sofrimento a morte trágica em qualquer lugar, seja aqui, na baixada ou na Síria.

Sociólogos, psicólogos, educadores, secretário de segurança, delegados discutem o quê fazer diante da violência e crueldade. É terrível descobrirmos que se mata até por prazer. Muitas medidas precisarão ser tomadas, mais segurança, por exemplo, é uma delas. Entretanto, pouco adiantará se não adotarmos uma política de atenção às crianças desde a mais tenra idade, inclusive dando responsabilidades às mães e também cuidando da punição à delinquência. Punição passou a ser vista como algo fascistóide, mas sem ela chegamos onde estamos, ou seja, na barbárie.


Em um país em que os legisladores pensam neles antes de tudo e que fogem de todos os seus erros, o que estou escrevendo parece utopia, mas medidas paliativas não resolverão esse problema gravíssimo. No Brasil, ser bandido ainda vale a pena. É só prestar atenção ao fato de que o país não dispõe nem de um sistema penitenciário decente e os poucos presídios são apenas escolas de crime.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Corredeiras Artificiais de Dinheiro

Não há quem consiga entender as contradições que a população presencia de modo impotente.
Só os materiais custaram 20 milhões de reais, a Prefeitura do Rio não informa o custo total da obra.
Serão 26 milhões de litros de água, em plena crise hídrica.
A construção do Parque Olímpico de Deodoro vem consumindo uma elevada quantia de recursos do nosso combalido Brasil. Serão necessários, também, vinte e seis milhões de litros de água, em uma época em que o apelo à economia de água é grande, para a construção de um rio com corredeiras, necessário para a prática da canoagem. Entretanto, o meu pesar e de todas as pessoas que acompanham a deterioração da cidade inteira, tem em Deodoro o mais flagrante exemplo: duas piscinas públicas no mesmo bairro foram fechadas, pois não dispõem de cloro para a limpeza e nem salva-vidas. Sem nenhum ceticismo, posso visualizar o pós-olímpico.

É do senso comum que as UPP só obteriam sucesso nas comunidades se houvesse investimento maciço na área social. Acontece que o Morro do Alemão recebeu esse tratamento. Construíram-se escolas, piscinas, quadras poliesportivas, a dança e artes cênicas foram incentivadas e milhares de moradores passaram a usufruir da nova vida. Hoje, a região está desértica, a piscina virou uma pocilga, as escolas se esvaziaram, todos os moradores se recolheram e deram passagem ao império do tráfico.

Portanto a premissa inicial não parece verdadeira. Qual seria a solução para as comunidades viverem em paz? Talvez mais e melhores policiais, isto é, com bom nível de treinamento? Ou será que só um investimento maciço em preparação para a vida resolveria o problema? Ou a falta de planejamento habitacional redunda sempre em um desastre? Há muito que se refletir...

Outra contradição terrível: a população é chamada ao sacrifício, cortes em investimentos, em salários, em aposentadorias, mas o Planalto continua com seus trinta e nove ministérios e duzentos e cinquenta mil cargos em comissão ocupados por companheiros. Não há ser humano que possa se sentir satisfeito em passar grandes apertos econômicos, para auxiliar um governo que, devido à péssima gestão, nos colocou nessa situação e que resiste em dar a sua colaboração.

Acho que vou fazer uma comunicação semelhante à propaganda de cigarros: colaborem com o governo, assumam o masoquismo, sem nenhuma contestação, mas a Secretaria de Saúde adverte: viver assim pode causar esquizofrenia.