sexta-feira, 31 de outubro de 2014

As Urnas mandaram sua Mensagem (3%)

Após doze anos de governo, o PT, partido que apregoava a ética, o zelo pela população, o desejo de acabar com a fome no Brasil, vem mergulhando em um rio caudaloso assoreado por toda sorte de entulho formado pela corrupção e condutas muito pouco democráticas. Sempre se valendo e se jactando de ser o partido que mais contribuiu para erradicar a pobreza, reinou  absoluto por muitos anos. A população parecia aplaudi-los, de modo que não havia oposição forte que questionasse a série de irregularidades e, quando se insistia em apurá-las, tudo acabava em pizza.

Entretanto, o gosto pelo poder, a vaidade, a prepotência, as manobras políticas, o autoritarismo, foram substituindo o Lulinha Paz e Amor e as antigas propostas do partido por uma volúpia de se manter no poder a qualquer preço. Exercitaram-se de modo chocante na tarefa de destruir qualquer candidato que aparecesse pela frente.

O Brasil assistiu a cúpula do PT e os seus militantes desencadearem uma campanha assombrosamente escabrosa, passeando entre os discursos demoníacos às tramoias de não entregarem a propaganda de Aécio, boicotada pelo Correio em Minas. Todo o Ministério parou de trabalhar para reeleger a presidente Dilma que, diga-se de passagem, obteve pequena margem de diferença de votos.

A campanha que assistimos não trazia em seu bojo nenhuma preocupação com o país, neste delicado momento em que se encontra, era simplesmente uma campanha destilando ódio e destruição ao adversário.

A vitória do PT pode ser considerada uma vitória amarga, ou quase derrota, até sua bancada de deputados diminuiu. Metade da população brasileira, que apoiou Aécio, sofreu um duro golpe pela deslealdade da campanha e pela ausência de espírito cívico em um momento tão importante de nossas vidas. As marcas e as mágoas são profundas e estamos em pleno processo de elaborarmos o nosso luto e nosso sofrimento que certamente passarão. De nossas mentes mais calmas e esclarecidas surgirá algo que o PT não vê há muito: uma oposição forte e vigilante, não vingativa, mas atenta, não concordante com os desmandos costumeiros.

A presidente não percebeu ainda que o seu reinado acabou, tanto que, no dia seguinte à eleição, após falar em diálogo, ela enviou o projeto dos “conselhos populares” à Câmara, sendo negado imediatamente. Ela se esqueceu de que o Brasil agora mudou. Mantendo o respeito que cabe à Presidente da República, a população clama por exercer seu direito de não concordar com todas as aberrações que ela propõe.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Semeando o Ódio entre as Classes

Estamos vivendo nessa eleição um momento muito grave. Trata-se do fomento da divisão entre nós brasileiros. O ex-presidente Lula e a atual presidente, além de inverdades, injustiças e distorções, mencionam fatos com o objetivo de provocar a cisão da população onde duas classes de brasileiros aparecem como inimigas entre si.

Com frequência há referências às elites e ao povão, entre nós e eles, entre os habitantes do  nordeste e os do sul, na tentativa de acirrar os ânimos entre as classes sociais, incrementando ódio e preconceito entre nós, como se só uma parte dos brasileiros, os pertencentes à  estrela vermelha, fossem dignos de representarem o povo brasileiro. Não é por mero exercício de retórica que de dez palavras faladas, oito se referem à democracia, justamente porque este tipo de comportamento fere à democracia.

Nestes comícios o ex-presidente retira o seu terno Ricardo Almeida, usado em palestras ou em momentos onde era homenageado, e se veste como o metalúrgico, utilizando um vocabulário chulo, como se fosse bacana, entre as classes menos favorecidas, proceder desta maneira. Os autoelogios proliferam, subvertendo os fatos por eles criados durante doze anos, como por exemplo, as recentes condenações pelo STF como sendo um reflexo de maior transparência e capacidade investigativa do próprio partido, o que é um descalabro. Após o comício, o ex-presidente procura, para não abandonar seus hábitos elitistas, repousar na suíte presidencial do Copacabana Palace. Deve ser cansativo conciliar o papel de pai dos pobres com seus hábitos requintados e aos luxos aos quais se acostumou. Um pequeno detalhe, estes pobres há doze anos não saem da linha de pobreza, até porque se deixarem de ser pobres para quem o ex-presidente falará?

A vitimologia também faz parte do enredo de comícios do ex-presidente; o marqueteiro do PT planta histórias escabrosas na mídia; e os seus militantes também procedem deste mesmo modo através do telefone e das redes sociais, destilando um ódio pavoroso. Posteriormente, ao encontrarem reação por parte de Aécio, passam a se referir a ele como se fosse um delinquente que desrespeita e agride a presidente.

Essa bandeira do ódio e desejo de vingança manipula os fatos e as mentes, profetizando perdas significativas, instaurando um clima de medo à qualquer mudança. Contamina e afeta a população que passa a desenvolver ojeriza ao candidato adversário. As pessoas se tornam impermeáveis ao que realmente ocorre. Desvinculados do que é real, o processo consciente efetuado para a escolha do candidato se torna prejudicado. Uma verdadeira esquizofrenia coletiva.

A desintegração enfraquece o país, mas legitimiza o desejo de poder, mesmo que isto custe caro a uma significativa parcela da população que foi vilanizada: a tal da elite branca.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Uma Mentira contada mil vezes...

"Uma Mentira contada mil vezes,
 torna-se uma verdade" -Joseph Goebbels
O PT cumpre a sua campanha para a presidência da República nos mesmos moldes de sua carreira política, isto é, louvando os seus méritos e conquistas inusitadas, e se articulando com ataques agressivos na tentativa de sair da desqualificação em que se encontram. A proposta é atribui-la ao candidato adversário, revertendo a perspectiva. Em um pleito desta natureza o que nós, povo brasileiro, gostaríamos de presenciar seriam as metas a que cada candidato se propõe e a logística para atingi-las.

Infelizmente, a ânsia pelo poder ultrapassa todo entendimento, quer nos debates, quer nas mensagens de propaganda da presidente e candidata Dilma enviadas, via televisão. O arsenal de acusações e inverdades prima pela falta de ética e de respeito ao candidato Aécio e a nós. Acho chocante a propositada linguagem facial da presidente, ora denotando desprezo, ora enfado, ora ódio, incompatíveis com o cargo que ocupa.

A marca da propaganda petista tanto nos debates, como na propaganda eleitoral, não é baseada, como tem chegado ao meu conhecimento, na desconstrução do candidato adversário, porque quando se apela para a desconstrução mantem-se as partes, assim sendo torna-se possível a reconstrução. Entretanto a frente ofensiva do PT se propõe a destruir o candidato, isto é fulmina, estabelecendo a meta de não deixar vestígios do que existiu.

A população, de um modo geral, tem a percepção superficial do que vem ocorrendo durante a gestão da nossa presidente. Entretanto está longe de enveredar pelos meandros da política e perceber o clima perverso instalado nos mais altos escalões para manter o domínio. Aqui não me refiro só a recursos econômicos que prestam bons serviços aos bolsos dos políticos, mas principalmente ao que se fez com a educação durante doze anos com o objetivo de manter os olhos do povo bem fechados.

O grande contingente formado por essas pessoas caba sendo atingida por uma propaganda tremendamente enganosa, sujeitos a uma verdadeira lavagem cerebral. Conheço pessoas graduadas que fizeram a opção de votar na presidente, devido ao risco da Petrobrás ser estatizada.

Com voz soturna e grave anuncia-se um futuro aterrador para quem pretenda votar em Aécio através de mensagens tais como: a Bolsa Família será cancelada, os bancos do governo cortarão o crédito, a Petrobras será privatizada (pensei que já tivesse sido privatizada pelo PT) e Armínio Fraga, um “verdadeiro bandido” será ministro da fazenda. Nem Pablo Escobar seria tão nefasto à nação.

O que vem à minha mente, diante do comportamento da presidente e da violenta campanha, é que essa equipe do PT não tem muito a oferecer até porque se tivessem competência para administrar o Brasil, sob a visão de uma política desenvolvimentista já o teriam feito nos doze anos que aqui estão.

Só posso desejar que Aécio reaja, não aceite a reversão dos papeis, retruque com firmeza, porém sem essa chocante agressividade e que possa oferecer ao povo o resultado da elaboração do seu programa e a viabilidade para executá-lo. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Das Cinzas ao Segundo Turno

Quem viu na Band o debate entre os candidatos presenciou a solidão de Aécio Neves e o abandono a que foi submetido pelos políticos. Com a rápida subida de Marina que chegou a trinta e cinco por cento nas intenções de voto, colocando Aécio em terceiro com quatorze por cento, seus parceiros não hesitaram e alçaram voo em busca do ninho de Marina. Enquanto Dilma e Marina estavam cercadas de pessoas que as acompanhavam na plateia, durante o debate, não havia ninguém do PSDB, prestigiando Aécio. Seu candidato à vice deixou o recinto antes mesmo de se iniciar o debate. Fiquei chocadíssima com esse fato.

No dia seguinte, lá estavam seus correligionários, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique, como a oferecer apoio do PSDB à Marina. Fui eleitora do nosso intelectual Presidente que teve uma equipe econômica excelente. Impossível esquecer a inflação avassaladora que corroía nossos salários, a posterior conquista da estabilização da nossa moeda, assim como a contribuição de seus vários Ministros competentes e corretos. Entretanto, no meu modo de entender, o ex-presidente não mantinha e nem mantem um bom diálogo com o povo. Encastela-se na sua intelectualidade e profere alguns comentários pouco sensíveis e que ferem as pessoas. Mais de uma vez trouxe embaraços à candidatura de Aécio. Parece que o ex-presidente Fernando Henrique se esqueceu do que dizia Garcia Marques: só se tem o direito de olhar um homem de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se. O que se viu foi um empurrão para desacreditarmos na candidatura de Aécio.

Desejo abordar as enormes dificuldades que Aécio, como candidato, passou ao se perceber completamente só, em um incrível estado de abandono, presenciando a retirada dos companheiros que pleiteavam a sua candidatura à Presidência da República. Era um revés e tanto, capaz de deprimir, de enfraquecer qualquer um. Ressurgir das cinzas é bem difícil, mas ele virou uma fênix. 

Sozinho retoma sua batalha, confiante em sua carreira política de governador de Minas Gerais, onde obteve boa avaliação e como senador também aprovado. Empenhou-se em sua campanha e o seu telefone que já não recebia chamadas teve o seu destino mudado. Passou a funcionar, prestando “relevantes serviços”, atraindo novamente a classe política, mostrando-se vivo e disposto a lutar, levando alento e confiança à sua equipe assim como a necessidade de prosseguir em campanha.

Obviamente Aécio deveria estar muito humilhado com a atitude de seus correligionários que, além de não incentivá-lo, considerando-o perdedor bandearam-se para o lado de Marina oferecendo o talento dos técnicos do PSDB. Justiça seja feita à Armínio Fraga que não compactuou com esse movimento. Não tiveram nem tempo de pensar o que estava acontecendo e o que poderiam fazer para reverter aquele quadro desolador. Não compreenderam que perdedores eram eles que consideraram a batalha perdida antes da hora.  Como crianças acreditaram no fenômeno Marina, pode-se até pensar que o objetivo seria retirar o PT do poder, mas é claro que também procuravam um ninho para pousar.

Na campanha de Aécio parece que era proibido se referir a qualquer deficiência de Marina, pois ela precisaria ser poupada para se eleger. Ela, Marina poderia criticar Aécio, mas ele não, uma proposta maluca para quem está competindo. Foi nesse momento que ele decide se tornar um competidor e mencionar o comportamento de Marina, principalmente nas idas e vindas do seu programa. De candidato acuado, passou a apresentar uma desenvoltura compatível com a sua vontade de vencer, sem as amarras que pudessem prejudicar Marina.

A sua subida nas pesquisas foi lenta, mas cada pontinho lhe dava força, até que, sem nenhuma cola saiu-se muito bem no debate da Rede Globo, evidenciando o conhecimento que tem do país que deseja governar e muito preocupado com os rumos da economia. Conseguindo quase   empatar com Marina, Aécio percebeu a plateia do último debate preenchida, inclusive por Fernando Henrique. A essa altura, diante do seu ótimo desempenho, a revoada de pássaros  retornou.

Aécio demonstrou várias características psicológicas que são importantes para o cargo de Presidente da República: um grande espírito de luta, resiliência, confiança e esperança para prosseguir mesmo a frente do mais sombrio desfecho, pois se acreditava que Marina iria lhe tirar votos até dos mais leais seguidores em função do voto útil. Aécio conseguiu administrar as injunções psicológicas oriundas das humilhações e do desprezo que lhe impuseram. A confiança em se sentir o candidato mais bem preparado para ocupar a presidência foi um fator individual importantíssimo que permitiu a retomada de sua campanha. Apesar de toda essa trajetória sofrida, agiu com elegância nos debates, evitando agressões contundentes e tem se portado com a dignidade que o mais alto cargo do país merece.


Agora é continuar na tentativa de livrar o Brasil de um pesadelo.   

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A Insistência no Erro

Como se explica que a corrupção seja fator quase inócuo no momento de se decidir uma eleição? Sempre imaginei que uma tenebrosa corrupção, nos mais altos escalões governamentais, poderia desfavorecer e até impedir a eleição de um candidato. Entretanto, parece que não existe correlação entre o desvio de vultosas quantias, de escândalos diários, do comprometimento de quase todas as Instituições em falcatruas e a nossa Presidente, que se diz não saber de nada, estar se mantendo em primeiro lugar.

Não posso deixar de levar em conta que a classe menos favorecida foi contemplada com algumas melhorias. Entretanto, se os recursos que foram surrupiados estivessem direcionados a favorecer todas as áreas que compõem o IDH, imagino o gigantesco salto em qualidade de vida que poderia ser alcançado por todos nós cidadãos brasileiros.

Levanto a hipótese de que estas pessoas passam a se agarrar ao pouco que têm com medo, diante da assustadora propaganda política, de que vão lhes tirar todos os benefícios (acredito que um deles deva ser deixar de tomar iogurte). Estudos apontam que as pessoas se tornam mais avessas ao risco quando estão em situações de falta ou escassez.

A escolaridade da nossa população é mantida a ferro e fogo nos mais baixos padrões. Não existe preocupação alguma com o ensino justamente para manter boa parte do povo nas mãos de políticos populistas. A proposta dos governantes é impedir que a população alcance um nível de instrução que lhes permita pensar o Brasil de um modo maior, onde haja significativo desenvolvimento do país na sua totalidade, beneficiando a todos nós.

Já me perguntaram se o povo é conformado e eu acho que é paralisado.

Segundo uma pesquisa realizada, a população que reside em favelas respondeu que se sente muito feliz em residir lá e não desejam se mudar de jeito nenhum (os gastos com serviços inexistem é verdade). A preocupação é com o dia a dia, desconhecem o significado da palavra cidadania e não percebem que contribuem para a monumental arrecadação tributária. São trilhões arrecadados que não lhe são devolvidos sob a forma de serviços essenciais básicos.

A cultura tem sido extremamente beneficiada nesse governo e lhe presta grande devoção. Aplacam a sua consciência referindo-se à inclusão social, à distribuição de renda e fecham a consciência diante de tudo que é surrupiado e que poderia ter sido evitado como a falência da saúde, transporte, habitação, infraestrutura e etc.

Torna-se totalmente incompreensível para mim que pessoas da classe intelectual, ditas da esquerda, não se envergonham de compactuar com os inimagináveis recursos que abastecem as contas bancárias dos tais protetores dos pobres que se fartam de mordomias esdrúxulas. Ou os nossos intelectuais não pensam ou odeiam a população carente e desejam que ela fique do jeito que está para que eles não percam, na escala social, o lugar de classe média.

Há um grupo de pessoas esclarecidas que veem e não veem a corrupção. Para elas é necessário manter, a todo custo, a sua crença de que o PT é o único partido que é capaz de se preocupar com o social e a pobreza. Não cabe, na sua realidade psíquica, a constatação da verdade de que esses anos todos eles têm apoiado um erro.

Na lista dos quarenta por cento que apoiam a nossa presidente estão os maus empresários, aqueles que superfaturam obras, que desconhecem a palavra planejamento, com o intuito de arrecadarem o máximo que puderem e sempre oferecendo o mínimo, com obras de péssima qualidade, algumas até desabando. Oferecem fortunas nas campanhas, sempre de olho no retorno deste investimento que é muito rentável.

Enigmática é a posição dúbia de Frei Beto que, fazendo parte do governo, se desincompatibilizou do cargo que ocupava por não concordar com as trapaças. Ele tem plena consciência da corrupção transcendental que assola o nosso país. Difícil é tirar o PT de dentro dele.     

Essa maneira de governar, mentindo, enganando o povo, fazendo uma campanha dolorosamente vergonhosa e traz consequências morais sérias. Hoje em dia não há a preocupação com o próximo, com a qualidade dos serviços prestados, com os preços exorbitantes cobrados, com o vale tudo institucionalizado. O negócio é ficar rico.


O exposto acima é uma tentativa de explicar os quarenta por cento da população que opta por votar no PT. Tento entender o que se passa nas cabeças dessas pessoas que insistem em apoiar um partido que se move através de esquemas criminosos fazendo de tudo para se manter no poder e que ironicamente surgiu como o partido da ética.