sexta-feira, 20 de novembro de 2015

"Se essa rua, se essa rua fosse minha..."

Todos sabemos que nossa cidade anda abandonada. Parece que o poder público (municipal, estadual e federal), pouco andam fazendo, parece que só se importam com grandes obras e as Olimpíadas, mas o cuidado com a cidade tem que ser nas coisas pequenas que fazem muita diferença na vida das pessoas que aqui moram. Basta olhar as calçadas que estão em péssimo estado e vivem causando acidentes graves.

O governo assumiu diversas responsabilidades, e nos cobra impostos por isso, mas não cumpre sua parte do contrato, deixando um enorme vácuo. Por outro lado, tenho visto a iniciativa de moradores que mesmo pagando impostos assumem tarefas do poder público, tomando conta de suas ruas. Seja varrendo as suas calçadas (obrigação da COMLURB que não dá as caras aqui há muito tempo...) ou simplesmente fazendo jardins em volta de árvores.

Tenho reparado em prédios residenciais antiguinhos, bem cuidados, floridos e que são verdadeiros encantos para a rua. Eles contrastam com os novos prédios, mostrando toda a diversidade da cultura arquitetônica do bairro.


Precisamos disso, de cuidar do que é nosso, das nossas calçadas, das nossas ruas, dos nossos prédios como se fosse nossa propriedade, por que no fundo é.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O Evitável no Brasil é sempre Inevitável

O drama do descuido com a vida
Nesta semana assistimos a uma tragédia de proporções bíblicas, a barragem em Mariana se rompeu. O por que ainda não é claro, mas tudo indica que foi falta de cuidados que permitissem uma segurança adequada e manutenção, tema recorrente em nosso Brasil. A displicência mais uma vez custou vidas e, neste caso, também uma cidade inteira.

Gostaria de pensar que a tragédia de Mariana é um caso isolado, mas nossa história cotidiana está repleta de pequenos exemplos que ameaçam a vida. Talvez por terem magnitudes menores não são levados a sério, mas se somados veremos números assustadores de quantas mortes poderiam ser evitadas.

Estou falando de calçadas que são armadilhas para os mais idosos, e os nem tão idosos assim, devido a sua má conservação. Estou falando dos ônibus desta cidade que arrancam e freiam bruscamente enquanto são dirigidos por pessoas em condições desumanas. Estou falando das árvores que todo verão desabam na época de chuvas porque não foi feita poda e cuidado adequado ao longo do ano. Estou falando dos hospitais que são incapazes de oferecer o mais básicos à população mais carente. Estou falando de outros milhões de exemplos que todos conhecemos muito bem.

Quando o evitável ocorre, a resposta das “autoridades” é sempre a mesma, isso quando respondem, um verdadeiro empurra de responsabilidades que sempre acabe em impunidade.
O empurra chega até o cidadão, cobram dele, também, a responsabilidade de fiscalizar e denunciar, o que é correto. Mas quando alguém se dá ao trabalho de denunciar encontra as mais variadas barreiras e ninguém lhe atende. Sei bem, pois denunciei várias vezes o estado das árvores na Rua Desembargador Alfredo Russel, durante ANOS, e ninguém nunca fez nada. Essa semana o evitável ocorreu, por sorte não tivemos fatalidades...


Temos que continuar lutando pela vida e exigir que o governo peça perdão, não só com palavras, mas com ações reais. Perdão e desculpas “sociais” não queremos mais ouvir, tampouco justificativas esfarrapadas e o tradicional empurra de responsabilidades. A vida deve ser tratada como sagrada, só assim não precisaremos mais repetir tragédias como de Mariana, Santa Maria, Teresópolis, Morro do Bumba e tantas outras menores que nem viram notícia...