sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Estado de Sítio

O Rio de Janeiro está sitiado, guerra contra o tráfico, vias fechadas em pleno Rock in Rio, transtorno para o ir e vir da população, crianças nas escolas e o tiroteio comendo.

A cidade, Patrimônio Mundial da Humanidade, é a imagem da desordem. A faceira Rio de Janeiro, elegante, que destilava charme, cultura e exportava para o Brasil um modo alegre de viver, hoje está nos causando horror.

Desprovida de recursos até para a conservação, ela é testemunha ocular da grave situação financeira que vive, enquanto poderosas verbas desfilam pelo judiciário, legislativo e executivo, quer federais ou estaduais.

Nesses três poderes há uma fábrica de funcionários, alguns nem se sabe para que existem, mas são regiamente pagos, muitos ganham mais que um professor federal, concursado com doutorado ou um médico-cirurgião do SUS.

Enquanto a realeza brasileira esbanja dinheiro, a nossa cidade não dispõe de verba para escolas, hospitais e segurança. A mendicância chegou às Forças Armadas que precisaram diminuir o número de operações, pois não recebiam a verba necessária.

O roubo de cargas é de tal ordem, que somos obrigados a pagar um preço muito acima do que deveríamos, pois tudo que compramos leva o repasse do prejuízo dos roubos. Várias fábricas estão se mudando, inclusive a L´Oreal.

O ataque aos caminhões de abastecimento são a matéria prima do mercado que é parte do crime organizado e que infesta a cidade, deixando o ambiente inóspito, prejudicando o comércio honesto que paga aluguel e altos impostos.

Empresários sobreviventes dessa chacina moral e ética precisam pagar pedágio mensal para funcionar, porque os milicianos estão expandindo suas áreas de atuação.

Para completar o desvario, a guerra do tráfico nas centenas de comunidades que cercam a cidade que sofrem o abandono do poder público. Muitas vidas perdidas, crianças morrendo antes de nascer e as que sobrevivem sentem a ausência de saneamento e de serviços básicos, um desprezo total!

Pessoas que vivem de forma degradada, em casas coladas umas nas outras, padecem. Quando alguém consegue, com seu esforço pessoal, ter uma moradia melhor, compartilha as agruras do vizinho cuja edificação não é emboçada e a chuva inclemente vai dar seu passeio dentro da casa arrumadinha.

Quem sabe vossas altezas enviarão brioches para a galera. Maria Antonieta nunca esteve tão viva.

Apesar de nos chamarmos SOS Leblon, nossas preocupações vão muito além do nosso bairro.

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