segunda-feira, 30 de maio de 2016

Belezas de Leblon, deixarei as desventuras para outra ocasião

As notícias que nos vem chegando são tão hediondas que optei por mostrar belezas do Leblon. As desventuras deixarei para depois.
Praça Baden Powell


Antigo prédio, simplesmente encantador

Praia do Leblon, uma visão rara, sem as horrendas barracas azuis

Baixo bebê, alegria das crianças

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Aristocracia Tropical

A classe artística anda protestando contra o fechamento do Ministério da Cultura. Não sou, de forma alguma, adversária da Cultura, mas parece que os artistas pertencem, na estrutura social, a um patamar diferenciado do restante dos brasileiros, uma espécie de aristocracia tropical.

Até Caetano Veloso se manifestou através de uma carta aberta, o que fez com que vários profissionais da área se posicionaram, aplaudindo e até enfatizando que a referida carta era educada demais. São palavras de conhecido dramaturgo: “acho a carta suave demais, diminuir o status político da Cultura, antes de tudo é um desaforo, uma falta de educação. Com quem eles pensam que estão falando”? Esta fala é a prova maior que estamos diante de um grupo privilegiado.

Parece extemporâneo esses arroubos de “poderosos e vaidosos”, em um momento em que todos são chamados a contribuir e apertar o cinto. Se o cargo de Secretário da Cultura for preenchido por um bom gestor, conhecedor dos problemas existentes nesta pasta, ele poderá fazer valer muita coisa em favor da Cultura do país. Artistas, de um modo geral, podem ser muito criativos.

A Cultura tem um orçamento de 2,6 bilhões de reais, dinheiro que segundo os artistas não fará diferença à nação. É claro que ficaria com menos recursos com a fusão, mas me parece que o problema é de gestão, endividando-se e gastando-se o que não se tem. No momento, há quatro peças Hollywoodianas em cartaz, projetos comerciais com ingressos caríssimos, seriam assim tão necessários?

Causa-me estranheza a relativização do dinheiro, atualmente. Como os roubos são de milhões, a verba da cultura passa a ser pequena. Sei que há muitos projetos e programas culturais, mas poderíamos pensar em levar arte para as escolas públicas, através de professores de música ou de artes mesmo. A arte nas escolas é da mais alta importância, pois ajuda a socializar as crianças e incentivar o pensamento, mas este está longe dos holofotes.

Sempre me intrigou que a classe artística em peso, com pouquíssimas exceções como Suzana Vieira, Marcio Garcia e mais alguns, não se pronunciaram nem uma vez contra os desatinos do governo Dilma, com a quebra da Petrobrás e do país. A maioria dos nossos célebres artistas fez o contrário, são fervorosos adeptos da Presidente afastada. Seria por ideologia? Ou será o glamour de se dizer de esquerda e ao lado dos trabalhadores? Curiosamente muitos foram beneficiados pelos últimos governos.

Enquanto temos 50 milhões de reféns da bolsa família que não têm acesso ao emprego, em grande parte porque não estão qualificados para trabalhar, muitos biliardários agraciados por um partido político que se diz de esquerda, estão sangrando os brasileiros.

Geralmente, não gosto de especular sobre os pensamentos dos outros, mas só agora a grande dama do teatro brasileiro, Fernanda Montenegro, após a saída de Dilma, se declarou decepcionada com Lula. Viu o Brasil se desmoronar e ficou quieta. Gostaria de não acreditar que seja mais um caso de “farinha pouca, meu pirão primeiro”.


Mas o chororô dos artistas parece que foi ouvido, com grande pressão de Renan Calheiros, tudo indica que Temer irá retroceder e o Ministério da Cultura voltará a onerar os cofres públicos em sua plenitude. Incrível como uma minoria poderosa é capaz de mobilizar o país, enquanto uma nação de seres invisíveis padecem por falta de atendimento nos hospitais.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O Ódio à Divergência

A intolerância tomou conta dos Brasil, passamos a nos ver como inimigos e deixamos de ser todos brasileiros. Qualquer opinião contrária parece uma tremenda injúria.

Um país não pode existir sendo nós contra eles, não é possível vivermos como se estivéssemos em um campo de futebol, com os nervos à flor da pele, brigando, xingando quando qualquer divergência surja. Se até no Congresso Nacional, um local onde deveria haver debates de alto nível, nossos deputados recorrem a agressiva cusparada como forma de protesto, é porque as coisas estão muito ruins.

A impossibilidade de discussão empobrece o pensamento, o crescimento é fruto das divergências. A convergência total de opiniões só existe em uma ditadura totalitária.

Parece que somos obrigados a partilhar os mesmos pensamentos sobre todos os assuntos. Por exemplo o sistema de cotas, no lugar de discutir a escola primária são feitas acusações de racismo. Se você não concorda com todas as pautas do feminismo é machista e do Movimento LGBT, homofóbico! Há inclusive uma crescente intolerância contra as pessoas que praticam a religião.


Quando colocamos nossos interlocutores em “caixinhas rotuladas”, fica mais difícil sentirmos empatia por eles e consequentemente analisar seus argumentos. É uma forma de bestializar o outro, tornando o “inimigo” mais odiável. Afinal, discordar não significa ser inimigo.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Temer e a Oportunidade de Ouro

“Eu não quero viver em outro país, quero viver em outro Brasil” creio que esta frase resume a opinião de todos nós. Temos de ficar bem atentos caso se configure o Governo Temer e cuidar para que não se repitam os erros passados. Os milhões de brasileiros que foram às ruas querem é mudança.

Um presidente necessita de apoio parlamentar em qualquer lugar do mundo, mas é impossível tolerar a voracidade dos futuros ocupantes dos ministérios. Excesso de ministérios têm como corolário a inoperância e, no momento, esse apoio parlamentar não poderá ser adquirido à custa do loteamento de cargos. Não desejamos, de forma alguma, que se diminua somente três ministérios. A conta do prejuízo é de todos nós.

Cada ministério consome uma barbaridade de recursos da União. Podemos citar o orçamento do Ministério da Cultura que é de 2,6 bilhões e o da Educação, apesar de tão necessário, no governo Dilma dispende 45 mil cargos em comissão. A parcimônia se faz necessária, principalmente em um país em franca recessão.

Na minha opinião, a meritocracia deveria ser a primeira condição para a escolha dos futuros representantes ministeriais. Raposas velhas, cheias de vícios ou jovens inexperientes não deveriam nos representar, mas sim pessoas que pensem, que planejem, que saibam o que estão fazendo e que cortem excessos, um time de profissionais, chega de amadorismo que nos conferiu dez anos de atraso.

Sei da dificuldade que o futuro presidente está encontrando, pois muitos declinam do convite para o cargo de ministro, e que o possível governo Temer terá pouco tempo para tantas mudanças que a população clama. No entanto a direção que o novo presidente dará ao país deverá estar alinhada com as nossas expectativas, afinal fomos às ruas pelo Brasil que queremos e não pelo Temer.


Ele terá uma oportunidade de ouro de realizar uma mudança real de paradigma e fazer valer a democracia no sentido da vontade do povo que tanto batalhou por esta mudança.