sexta-feira, 22 de março de 2013

Quanto vale a vida do brasileiro?


Promessas vazias, tragédias frequentes
  1. No início de 2013, já contabilizamos 31 mortos e mais de 1000 pessoas desabrigadas. Foram inúteis os esforços da UFRJ que há dois anos sinalizaram para os riscos das encostas do Bairro Quitandinha. Há 15 mil famílias em área de risco, só em Petrópolis.
  2. No Brasil cerca de 700.000 pessoas vivendo em áreas encostas perigosas. Uma situação dessas, sem nenhuma providência, é de estarrecer qualquer ser humano que preze a vida.
  3. Com o fechamento da seção de Transplantes de Fígado e Rim do Hospital de Bonsucesso, devido à precariedade técnica e de pessoal especializado, assistimos horrorizados a morte de duas crianças, fora os adultos. A SAÚDE PEDE SOCORRO!
  4. O nosso sertão, cantado em prosa e verso, sob os efeitos de uma seca terrível, mais uma vez amarga com a destruição da agricultura e perda do gado. A população recorre a São José que, num gesto de misericórdia, providencia as primeiras chuvas para alegria de todos. É o Poder Divino substituindo o poder público (com letra minúscula representativa da sua inoperância).
  5. Viadutos, pontes, elevados como o do Joá, que recebeu sinal de alerta da COPPE UFRJ, e que está sendo remendado porque nosso prefeito não dispõe de recursos, todos gastos com os próximos eventos, e nem quer perder seu precioso tempo com “firulas”. Os rios que cortam a cidade se apresentam completamente assoreados, sem dragagem, levando a população ao desespero com inundações que destroem seus pertences. A desculpa do governo: choveu em cinco horas mais do que o mês todo. 
  6. Saneamento básico em estado insustentável. Grande parte da população não o possui e os que o tem estão sujeitos a frequente mau cheiro e rompimento de tubulações bem fragmentadas.
  7. Estradas sem conservação e motoristas irresponsáveis que levam a um número  de mortes compatível com os resultados de uma guerra. Imaginem se não houvesse a Lei  Seca.
  8. Praias poluidíssimas ameaçando a saúde da população com doenças graves,  como hepatite e afecções dermatológicas e para completar, ambulantes vendendo insalubridade.
  9. O ENEM,  que vem evoluindo, chegando ao top - a mais nova aberração, que confere pontos a estudantes debochados e irreverentes, com suas receitas de miojo e letras de hinos de clube que deveriam receber nota zero. Não dá nem para pensar como é que um avaliador dá a nota máxima à erros grosseiros de português. Essas correções díspares podem levar os alunos mais responsáveis a crises de desconfiança, ao desânimo e a insegurança, atrapalhando e conturbando seu psiquismo ou até incentivando a preguiça dos mais malandros, já que se cair na mão de um corretor benevolente, qualquer coisa serve. O mais justo, no meu modo de entender, é erradicar a redação e substitui-la por questões objetivas que incluam grafia e concordância, infelizmente, até que surjam corretores mais responsáveis.
  10. O exposto acima conferiu à sétima economia do mundo, o vergonhoso 86º lugar no ranking mundial relativo ao IDH.
Então, quanto vale a vida do brasileiro? Pelas aparências, NADA.


sexta-feira, 15 de março de 2013

Desconstruindo a COMLURB

Vandalismo na rua Des. Alfredo Russel
Frequentemente leio no jornal O Globo reclamações a respeito da COMLURB e a poda das árvores. Realmente, já passei por situações dificílimas e até perigosas devido ao estado em que as árvores da cidade se encontram.

Na primeira, uma árvore gigantesca tombou sobre a calçada há menos de três metros de mim. A segunda se referiu à necessidade de cortar uma belíssima árvore, que por não ter sido tratada, ameaçava tombar. Precisamos pedir autorização à COMLURB, já que esta não se manifestara nem para cuidar da árvore e nem para derrubá-la. Só então podemos processar a retirada da mesma.
Atualmente, duas belas árvores estão cobertas de erva de passarinho em frente à minha casa. A COMLURB foi podá-la e fez um verdadeiro assassinato. Como não possuíam escada apropriada, as ervas ainda estão lá.

Se o Corpo de Bombeiro não dispõe de escada, imagine a COMLURB!!

Acontece que a COMLURB foi uma empresa exemplar. As praias tinham suas areias revolvidas e peneiradas, atualmente só encontramos pombos, restos de alimentos e proliferação de microrganismos. Penso que isto ocorreu por dois motivos:

O atendimento à população se expandiu, a cidade cresceu e cobertor ficou curto. A limpeza diária das ruas não se faz com a mesma frequência, e atualmente porteiros são convocados pelos moradores a varrerem as ruas. Para se ter uma ideia, até móveis, sofás e entulhos de obras que são colocados em esquinas, por vezes até por uma semana.

O pessoal da COMLURB não está preparado para cuidar das árvores. Ficamos com uma empresa deficiente e desfigurada que aliada a uma população sem princípios ou educação, convergem para uma enorme desordem e sujeira.

Até hoje não entendo o porquê retiraram da Secretaria de Parques e Jardins a responsabilidade do cuidado das árvores que hoje estão doentes e ameaçam tombar sobre nós.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Saudades de Paris!



A ocupação do espaço público, feita de modo irregular e atabalhoado, me deixa indignada.

A partir da notícia publicada no Jornal O Globo de 27 de fevereiro de 2013, sobre a praia privê do Forte de Copacabana, confirmou–se a minha observação de que a desordem nesta maravilhosa cidade não tem nome,  telefone e nem endereço. Até o Exército está contribuindo para a usurpação do espaço de nossa cidade.

Apesar de ignorar o tipo de contrato feito, mesmo assim penso se tratar de uma aberração.
Grande parte da limpeza no Leblon é
feita pelos porteiros, cadê a COMLURB?
Espaços públicos precisam ser privilegiados, cuidados, pois está se tornando extremamente desagradável caminharmos enfrentando verdadeira maratona de obstáculos: buracos nas calçadas, desníveis, raízes expostas de árvores, moradores de rua que ressurgiram firmes e fortes, esgoto fluindo a céu aberto (não estou me referindo às favelas, mas parece não é?) e atualmente os mais modernos adversários da população – os comerciantes.

Nosso bar campeão de
abusos lotando as calçadas
Nossas calçadas, espaço destinado ao ir e vir, abrigam mesas cadeiras, valet park  e fregueses, estes esparramados , bem à vontade, almoçando e jantando ao ar livre, em meio a uma tremenda poluição, já que o movimento de veículos é incessante, muito saudosos de Paris (só que na França pedestre é respeitado ). Agora, nós moradores, temos de assistir as cenas verdadeiramente prosaicas como, por exemplo, o macarrão escorrendo pelo canto da boca do freguês.

A nossa exuberante praia passou a ser descontroladamente ocupada por quiosques que impedem a espetacular visão do mar. O que dizer dos tapumes que encobrem o “arma-desarma” das quadras esportivas e palcos de show? E as kombis, velhíssimas, abrigando cadeiras e isopores das centenas de ambulantes?

Em plena luz do dia, moradores de
rua fazem da calçada sua moradia
Outro aspecto que contribui para a degradação da cidade é que qualquer rua se encontra abarrotada de carros estacionados e, se for uma rua um pouco mais isolada, torna-se o paraíso das vans escolares que não tem o menor escrúpulo em permanecerem estacionadas em férias e finais de semana. ­­­­­­Não há planejamento de garagens subterrâneas, ou proibições para flagrante desordem, ou seja, nada que possa impedir que a cidade se degrade e de forma tão rápida.

Os Moradores de rua voltaram ao Leblon
Existe no ar uma euforia de que o Rio de Janeiro é maravilhoso, e a campanha para isso é intensa, que é ótimo para a realização de negócios e para se viver. Realmente é tudo isso, daí a minha indignação, pois ela não merece o desleixo e o abandono que crescem em progressão geométrica. O Porto Maravilha vai muito bem, porém a cidade, tombada pelo Patrimônio, vai muito mal.

Para finalizar, a cidade Maravilhosa recebeu mais um título: A SEXTA CIDADE TURÍSTICA MAIS SUJA DO MUNDO (pesquisa do TripAdvisor). Com a palavra a outrora maravilhosa COMLURB que, atualmente, passa vários dias sem aparecer no Leblon deixando o bairro imundo.

A mais nova modalidade de aberração: Antenas de
Telefonia Celular agora nas calçadas do Leblon!