sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Nem Ódio Nos Une

Favorece ao projeto ambicioso e maníaco de poder do Presidente Temer essa confusão política em que o país se encontra. Bradando resultados econômicos e chamando para si o papel de gestor de reformas, algumas até estapafúrdias como o semipresidencialismo, Temer vai pavimentando seu caminho. Como todo governo autocrático, se apropria das festas natalinas, e enquanto a população se distrai tudo que lhe seja favorável é aprovado.

O Brasil é um país caracterizado pela injustiça, arrecada-se uma fábula em impostos da classe trabalhadora, mas a reversão desse dinheiro se esvai em roubos, gestões fraudulentas, falta de projetos a longo prazo, falta de lealdade ao povo, não chegando à população em termos de benefícios.

Enquanto essa fantástica e perversa manipulação de “melhoria Brasil” vai se infiltrando nas mentes brasileiras, é chocante a constatação de que milhões de vidas são perdidas devido ao sucateamento da saúde e da falência da segurança.

Perdemos o valor da vida, a dignidade humana, e as mortes passam a ser tratadas como algo cotidiano, banal, que não nos afetam porque são os outros que estão morrendo e não nós, até o dia que ela se apresente à nossa frente, seja pela violência ou pelo infortúnio de se depender do Estado. 

Alardeia-se que o desemprego está em queda, mas não se declara que 75% das vagas criadas são informais ou seja: dos 2,3 milhões de vagas, 1,7 milhão não têm carteira assinada, dados divulgados pelo IBGE. Poucos observam que estamos em época de festas e por isso mesmo os contratos são temporários. 

Não se cogita mencionar, e muito menos questionar, o aumento a cada dia, em progressão geométrica, da pobreza e da miséria brasileira que explode em nossos corações, enquanto 10% dos mais ricos detêm 43,4% dos rendimentos do país (dados do IBGE). A aceleração da desigualdade é acachapante.

A conta dessa balbúrdia presidencial geradora de tramoias, chega até nós, poucos investimentos, incertezas e uma tremenda violência. Nas redes sociais tanto faz direita ou esquerda, o ódio a Temer é enorme, mas isso não os une. A população está se odiando, brasileiros contra brasileiros, não se importando a classe social ou grau de instrução em um movimento autofágico.

É inacreditável que o foco, objeto de indignação e irritação, que deveria estar centrado em Brasília, esteja entre nós e essa desunião impede reações conjuntas. Enquanto isso em Brasília...

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