sexta-feira, 23 de junho de 2017

O Aumento de 100% do IPTU no Rio de Janeiro

Os cariocas precisam ficar atentos à notícia que está chegando: “O IPTU com aumento de 100%”. Esse absurdo deve recair especialmente sobre os moradores da zona sul. Parece-me que os ares do Rio de Janeiro estão contaminados pela insensibilidade política, estética e econômica das autoridades municipais.

Entendo que a situação financeira da cidade está muito difícil, até porque Eduardo Paes se permitiu esbanjar fortunas em obras, todas compatíveis com o tamanho do seu ego.

A proposta da prefeitura seria rever os valores imobiliários devido à defasagem existente em relação aos imóveis. Entretanto a maior incidência dessa derrama está prevista para a zona sul.

Estamos vivendo uma grave crise econômica e no Rio podemos dizer que ela é catastrófica. Será que os secretários do prefeito imaginam que morar na zona sul é sinônimo de riqueza? Em que planeta vivem que não percebem que, a cada dia, se perde o poder de compra e como consequência estaremos diante do decréscimo de arrecadação para o município?

Aumentar os impostos não necessariamente aumenta a arrecadação. Um conceito econômico chamado curva de Laffer mostra que depois de um determinado valor, o aumento de impostos pode até reduzir o valor arrecado por ser um desincentivo à produção e pelo aumento da sonegação.

A prefeitura optou por cobrar mais de quem já paga muito. Não seria mais justo incluir na arrecadação, nem que seja bem pouco, aqueles que nada contribuem? Melhor ainda seria executar a dívida daqueles que devem e não pagam, os inadimplentes, e dos que tem isenções que ninguém sabe explicar o porquê da isenção.

A classe média, por ser a classe pagante, vive eternamente na mira do governo que se dedica a aumentar a carga tributária. Efeito simplista para governantes e injustos para com os contribuintes.

sábado, 10 de junho de 2017

Pacto com o Diabo

Venceu a impunidade no processo de cassação da chapa Temer-Dilma, pelo TSE. Afinal, dois que votaram contra foram trocados em abril, indicados pelo próprio presidente Temer, em pleno curso do processo, o terceiro detesta a Lava Jato e o voto de Minerva foi dado pelo conhecido Gilmar Mendes. Tudo previsível.

Imagine só poder escolher quem vai lhe julgar, qual seria a única opção possível que não a fidelidade? De largada, dois dos sete votos já estavam definidos.

Além disso, como ministros podem opinar sobre provas factuais e inequívocas de maneiras tão diversas? Os que condenaram não tinham a menor dúvida sobre a existência de abuso de poder econômico, caixa 2 e um esquema de corrupção que alimentava as campanhas. Já os que absolveram não viram nada de irregular na campanha e nas evidências. Não consigo pensar em palavra melhor que esquizofrenia para ilustrar caso.

Se há algo de bom nesse julgamento foi chegar aos nossos olhos o trabalho do ministro Herman Benjamim. Tranquilo, meticuloso, elegante e principalmente sabedor das artimanhas da corrupção e como ela abala a democracia. Acompanhado por Rosa Weber e Luiz Fux, deram ao país, tão descontente com o judiciário, a prova de que muitos são confiáveis.

Esses três sabem quantos meses de nosso trabalho são retirados dos contracheques e da plêiade de impostos abusivos que pagamos, para acabarem em cuecas, meias, malas, e até no mar. Destino vergonhoso que suja as mãos dos políticos, sem escrúpulos e sem piedade do povo que nada recebe em troca.

Quanto ao ministro Gilmar sua tese é de que não se pode trocar de presidente todos os dias, que temos de manter a estabilidade. Que estabilidade ministro? É possível que alguma coisa fique estável com um presidente no meio de uma instabilidade política gigantesca? É só pensar que estamos falando de um presidente, já sem legitimidade, e com várias granadas apontadas para si. Alguma vai explodir!

Creio que a curto prazo, a saída de Temer traria algumas dificuldades, entretanto estaríamos caminhando em uma estrada livre, distante da certeza da impunidade total que tanto mal nos faz. Estaríamos construindo algo mais sólido para o futuro do país.

A vida precisa ser condicionada por impulsos construtivos, de calma, segurança, amor ao povo e não direcionada pelo ódio, corrupção, desfaçatez.

Esse resultado dado pelo TSE já era conhecido antes do inicio do julgamento. TRISTE MESMO É A POPULAÇÃO EM CASA, INERTE, VENDO A SOBERANIA POPULAR DESTRUÍDA.

sábado, 3 de junho de 2017

O Rio de Janeiro na Degola

O ex-Prefeito Eduardo Paes definitivamente deixou o Rio de Janeiro completamente sem recursos. Embora tenha executado inúmeras obras, elas foram entregues às empreiteiras, investigadas, e muitas não ofereceram o projeto executivo. Sendo assim, coube aos cofres públicos custos altíssimos graças aos inúmeros aditivos de modificações não planejadas.

O gestor precisa ter uma visão de gastos do presente e do futuro. Muitas obras foram desnecessárias, mas o ex-prefeito ouviu o canto do passarinho que lhe falava sobre os milhões de turistas que viriam conhecer as maravilhas que ele construíra, o célebre retorno das Olimpíadas.

É uma verdadeira aventura passear em uma cidade que, quase falida, ainda é caríssima. Aqui impera uma poluição vergonhosa e desenfreada de lagoas e rios. A segurança da cidade está nas mãos dos bandidos, ou seja, insegurança total. Não importa quão belo seja nosso Rio, nenhum turista em sã consciência deveria vir para cá.

Hoje o Prefeito Crivella está atrapalhado, só quarenta por cento dos moradores pagam o IPTU e sua primeira opção é reavaliar os imóveis para um reajuste. O mais importante, em minha opinião, é fazer com que os não-pagantes contribuam, caso contrário estaremos sendo mais uma vez penalizados.

Em breve, os honestos deste país serão motivo de chacota, afinal mandam todas as contas para nós, quer de roubos, de inadimplência, ou de superfaturamento.

Como se não bastasse, a penúria chega à merenda escolar. Os recursos para esse objetivo cessarão no fim do mês. As parcerias públicas-privadas não estão disponíveis. Quem desejaria entrar em parceria com uma cidade à beira da falência?

Nós precisamos ter muito cuidado ao votar, precisamos de pessoas competentes e honestas, sem autoritarismo e arrogância. Muitas vezes o candidato pode não ser um  especialista em recursos públicos, mas que se cerque de pessoas capazes de serem bons gestores.

Uma boa medida seria fazer com que os secretários fossem anunciados junto ao candidato durante as eleições. Afinal, eles é quem, de fato, ficam à frente das questões.

Ninguém suporta mais a escolha de incompetentes, mas que trarão votos na câmara. Até porque do jeito que se trata a coisa pública, a falência é tão grande que, nem teremos assuntos a serem votados.