segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Causa e Efeito

“No Brasil até o passado é incerto” - frase proferida por Pedro Malan ex-ministro da Fazenda.

Eu acrescentaria que o presente é caótico e o futuro se desenha de modo temerário.

Boa parte da população brasileira não tem, do ponto de vista do pensamento, noção de causa e efeito. Muitos acabam presos ao último fato do presente, à situação emocional, à mitos e dogmas, ao apego ao consumo e à ideia de que é bacana ser intelectual e socialista.

Lula e o PT são casos marcados por esses atributos. Há dois anos o partido dos trabalhadores caiu em desgraça, devido a fatos chocantes de corrupção, gestões perigosas e fraudulentas, poderosos recursos enviados à países “amigos”, cisão política, financeira e ética de nossas Instituições.

Atualmente os institutos de pesquisa colocam o PT em primeiro lugar. Isso marca uma mudança de pensamento.
O que provocou essa mudança? Esqueceram um caminho anterior de desvario? Encontro algumas explicações: muitos provem da classe pobre, maravilhados com o consumo, que obtiveram no primeiro governo Lula, pois conseguiram adquirir uma TV de plasma ou até um carro.

Ninguém menciona o básico dos básicos: saneamento e moradia digna, 20% moram em comunidade, entre traficantes e milicianos. Os que têm carro (vários não conseguiram quitar o financiamento) levam quatro horas para chegar ao trabalho, pois o engarrafamento é monumental. Não anseiam por um transporte público qualidade? Nem falamos da saúde, educação e segurança em estado terminal.

Estranhamente existe um grupo que persiste alheio à realidade, formado por intelectuais e artistas. Possivelmente pelo narcisismo ferido, é raro encontrar alguém que confesse a sua frustração com o governo petista.

Consideram ser de bom tom mencionar que lutam pelos trabalhadores, como se fossem solidários, mesmo sabendo que esse trabalhador não tem saúde, nem escola para os filhos e uma péssima qualidade de vida. Parece que a solidariedade aplaca a culpa das diferenças. Afinal suas vidas são o oposto da classe pobre em tudo.

Os artistas que se deram muito bem com a lei Rouanet fazem parte deste grupo, mas não levaram cultura para as classes mais pobres. Preferiram se exibir na zona sul e continuam suas vidinhas de celebridades.

O último grupo é o dos milionários. Ah! Esses amam e são amados pelo PT. As desonerações fiscais são monumentais, até Coca-Cola e Ambev fazem parte desse grupo. É enorme a quantidade de pessoas jurídicas isentas de impostos, enquanto a classe média tem seu contracheque reduzido quase à metade para financiar essa baderna. Há montadoras isentas até 2030. Os lucros dos bancos se assemelham aos de xeiques árabes.

Parece que essas pessoas se esqueceram que a corrupção é assassina, que gestões incompetentes destroem as instituições e que os infratores estão sendo perdoados pelos amigos do Lula. Vivem um “faz de conta” de um mito acabado e preso. Não se importam que a conta que nos chegou seja do caos, do desemprego, da desesperança, da violência e do ódio entre irmãos.

Não adianta chorar por segurança, pois quem desconecta passado e presente acaba encontrando soluções errôneas que comprometem nossas vidas hoje e no futuro. O Brasil precisa aprender causa e efeito.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Os dois Lados da Moeda Populista

O diário do caos  nos trouxe três notícias:

1) Estado do Rio acumula dívida de R$ 6,2 bilhões só na saúde
2) Sem verbas, a Capes ameaça cortar 200 mil bolsas em 2019
3) A Medalha Fields, maior honraria da matemática, foi roubada do jovem iraniano em menos de 30 minutos após sua entrega

Enquanto isso na corrida eleitoral temos como os dois candidatos mais populares segundo os Institutos de Pesquisa: Lula e Bolsonaro.

O primeiro atualmente ocupa uma cela da Polícia Federal em Curitiba, condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, por enquanto. Mesmo inelegível pela lei de Ficha Limpa, é o único candidato do PT e não deseja indicar um substituído, pois não reconhece ninguém à altura do seu porte político e da sua capacidade de articulação.

Diga-se de passagem, trabalha febrilmente, mesmo atrás das grades, através de seus advogados que se prestam ao papel de pombos correios, manobrando seus companheiros desenhando o quadro político do Brasil.

O ex-presidente quer entrar para a História como perseguido político e não como responsável pela podridão que tomou conta do Brasil. Seu interesse é pessoal, aliás como sempre foi, agora o objetivo é salvar sua biografia e sair o mais rápido possível da cadeia.

O segundo mais bem colocado nas pesquisas é o capitão Jair Messias Bolsonaro que foi para a reserva ainda como capitão por estar insatisfeito com o salário dos militares e acusado de planejar um atentado com bombas para desestabilizar seu comandante.

Em 1989 entrou para a política, passando sempre a pleitear melhorias salarias para o exército, defendendo a categoria. Com essa fama conseguiu não só se eleger múltiplas vezes como também diversos membros de sua família.

Bolsonaro não está envolvido em corrupção o que é excelente, mas em 26 anos de atividade e 171 projetos de lei, só conseguiu aprovar DOIS.

O que me espanta é que o Brasil o elegeu como salvador da pátria. Ele que canta aos quatro ventos que detesta bandido, mas enquanto parlamentar, nenhum dos seus projetos relacionados à segurança pública e fronteiras foi aprovado, o que denota uma clara dificuldade de articulação política.

Quem o assistiu no Roda Viva percebeu sua falta de embasamento de economia, gestão pública e política. O candidato nem vice consegue. Sua falta de profundidade sobre os temas nacionais é clara.

Voltando às três notícias do diário do caos, entendemos que o nosso país ser pensado seriamente por um presidente que tenha planos e capacidade de aglutinar uma equipe de Ministros de primeira categoria.

Carregamos uma dívida interna absurda, ultrapassamos todos os limites de gastos possíveis, estamos em uma recessão como nunca vista com 13 milhões de desempregados, sem contar o mercado informal que não paga imposto, inferniza a cidade e fecha o comércio.

Em uma terra que parece o faroeste, Lula e Bolsonaro são os dois lados da mesma moeda. Ambos se apresentam como salvadores da pátria, mas cada um carrega com si o peso de um histórico questionável, um sujo e o outro inepto.

O país precisa de cérebros que saibam o que estão fazendo, que pensem que os jovens estão sofrendo e muitos estudantes acabam se suicidando, sem esperança e perspectivas.

Agora cabe ao povo brasileiro escolher o desfecho dessa história e quem será o mocinho – que até não precisa ser nenhum desses.