segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Brasil que Eu Não Quero

Diariamente vemos os vídeos da campanha da Globo sobre qual Brasil elas desejam. São diversas pessoas, de todos os lugares e classes, discutindo o Brasil que gostariam de ter. Eu aproveito a oportunidade para falar do país que eu NÃO quero ter.

Não quero viver em uma pátria onde acontecem 60 mil assassinatos por ano, número próximo de países em guerra, com menos de 1% de resolução. Raríssima é a descoberta dos assassinos porque não temos uma polícia investigativa preparada e equipada, já que falta ciência, tecnologia e serviço de inteligência eficazes. As séries na televisão, embora ficção, mostram aparelhagens que provocam inveja.

Não quero um país onde educação é negligenciada, onde os professores são vilipendiados e agredidos pelos alunos e não se reciclam. Muito menos admitir que as Universidades Públicas, que vivem às custas de nossos impostos, sejam reféns de ideologia não permitindo o diálogo. 

Restringe-se a capacidade dos alunos e impera um sistema educacional cuja ignorância é tão grande que muitas vezes professores que não compactuam do mesmo pensamento, algo essencial nas universidades, são expulsos das salas de forma truculenta. Todo essa ignominia está a serviço de um projeto de poder.

Não quero contribuir para um estado onde se pagam tributos escorchantes e ainda somos onerados com os custos absurdos de tudo que precisamos para vivermos com dignidade. 

Caminhamos para o extermínio da classe média. Marilena Chauí teve a coragem de dizer o que os governos do PT pensam. Para ela a classe média é uma abominação ética, política e cognitiva, também terrorista e fascista (sic). O projeto de poder foi eficiente, hoje estamos no processo para termos somente pobres e miliardários. A nova loja da McLaren, em plena crise, é prova disso.

Não quero fazer parte de um lugar onde os salários são baixíssimos. A miséria cresce junto com as favelas de forma vertiginosa. Hoje se contabilizam 763 comunidades só no Rio onde milhões vivem sem saneamento básico. 

Nesse descalabro, trabalhadores convivem com milicianos e traficantes sob chuva de balas. Há anos venho relatando o grave problema habitacional.  

Não quero viver em um Brasil onde a aposentadoria, dada pelo INSS, é mínima. Não satisfeitos, agora pretendem uma reforma seletiva, protegendo os militares e juízes. Quem não é favelado vai se tornar.

No cardápio das barbaridades temos um desemprego enorme que junto à salários vergonhosos, são responsáveis por um crime ambiental em nossa cidade. O Patrimônio da Humanidade foi transformado em um camelódromo a céu aberto e muita sujeira. Visão clara de uma cidade pobre, desorganizada e abandonada.

Não quero um país onde a corrupção e banditismo imperam, existindo um tremendo conluio entre o crime organizado, a classe política e o judiciário. Hoje quem manda e aterroriza é o poder paralelo.

Também faz parte do rol os que não respeitam as leis, a ausência de fiscalização e de conservação. O cenário cultural e histórico é lamentável.

Esse é um país onde a primazia é do roubo, da incompetência, da falta de amor humano e do mal caráter. Esse é o país que eu não desejo.

sábado, 5 de maio de 2018

Pávido Colosso

Durante muito tempo a maior parte da população do país mostrava-se avessa à política, fato claramente comprovado, visto que apenas as mais altas esferas do Brasil determinavam o nosso destino. Entretanto, essa omissão gerou graves problemas nacionais que foram se acumulando ao longo de todos esses anos.

A lista de erros clamorosos é infindável, coloquei alguns, mas essa mentalidade ignorante e mal caráter que assolou o país deixou marcas intensas e destruiu o pouco que tínhamos.

Atualmente o panorama descortinado pela operação Lava Jato, nos revela um esquema político criminoso que deixou a população atônita e estarrecida, e por conseguinte o foco passou a ser a política.

Os assuntos passaram a girar em torno de situações constrangedoras para o país entre a Odebrecht, por ex. com suas construções mal- feitas e o ciclo de propinas com o governo.

Um problema antigo, mas que estourou agora nos colocaram diante do perdão da dívida da Venezuela e Moçambique cujas cifras superam um bilhão.

Existe ainda a caixa preta tenebrosa que é o BNDES. O Banco que foi super saqueado em valores de bilhões para financiar as empresas aliadas ao governo e obras internacionais feitas pelas empreiteiras investigadas. Lembrem-se sempre que esse dinheiro é nosso, pago através de poderosos impostos, cujo rombo e extensão da corrupção ainda não vieram a luz.

De forma a controlar os demais poderes, o executivo distribuiu emendas parlamentares para comprar apoio e inúmeros penduricalhos em forma de benefícios ao judiciário, e agora ninguém mais sabe quem ganha, quanto ganha ou por que ganha.

O que têm feito a câmara e o senado? Nada é colocado em votação e ainda culpam a intervenção do Rio de Janeiro, mas bem antes, já estavam à disposição de defesas do Temer e deles mesmo. As leis recebem vários adendos de modo que os que estão implicados em falcatruas não sejam punidos.

No STF, vemos um malabarismo trabalhoso e sofisticado de alguns ministros que teimam em proteger bandidos e que nos causam profundo descontentamento e descrença. A suprema corte virou sinônimo de impunidade.

Soluções simplista e imediatas de última hora como a reforma da Previdência não conseguiriam dar ordem ao caos econômico, social e cultural que abateu sobre nós.

A falência das instituições públicas que nos governam é tão grande que cada vez mais estamos vendo pessoas defendendo uma reforma total do sistema. Algo preocupante e perigoso. O Brasil não irá se resolver num passe de mágica.

Para nós resta a tristeza, depressão, sentimento de perda, abatimento e dor moral diante da vida imoral criada pela ganância de poderosos.