sexta-feira, 20 de julho de 2018

A População por um Fio

Vivemos uma situação inusitada em que o Brasil consegue estar capenga tanto nas áreas políticas, econômicas, sociais e jurídicas ao mesmo tempo.

Época das raposas tomando conta de galinheiro. Nós somos presas fáceis dessas subversões da ordem e da ética.

Podemos começar com a parte econômica que ainda lida com a maior recessão de nossa história e um desemprego sem precedentes. Motivados pela falta de recursos da União, Estado e Municípios, a falência da máquina pública afeta a todos.

Segundo Everardo Maciel, ex-diretor da Receita Federal, empresas foram desoneradas em 2017 em mais de 80 bilhões de reais, e apenas no primeiro trimestre de 2018 foram mais de R$24 bilhões.

Pensemos que mundialmente se propõe a abertura de mercado, enquanto o nosso patina e dança na abertura para a América Latina. Eta! Que pobreza abissal.

Outro motivo perigoso para a economia do país é a insegurança política e jurídica que conduz empresários estrangeiros a um clima, tão nebuloso, que qualquer investimento se assemelha a suicídio econômico. Ninguém confia em nós.

Inacreditável que os economistas só vejam salvação na reforma da Previdência. Tudo bem que se faça acertos na Previdência, mas o que nos espera é a seletividade de alguns setores e uma tunga poderosa nos trabalhadores. Enquanto
isso para eles...

Podemos continuar o caminho da perplexidade: o diretor da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) declara que essa não pode estar a serviço do consumidor. Afinal, as propostas estão à serviço de quem? Das empresas de saúde? Quem vai defender o consumidor? É lamentável perceber que agências reguladoras perderam a independência e estão politicamente aparelhadas.

E assim vamos vivendo um intrincado jogo político no judiciário onde a convicção em nossas leis passam a ser substituídas por firulas individuais, descortinando um assustador desequilíbrio emocional na população que não sabe o que pode acontecer no próximo minuto.

O turbilhão de resoluções de última hora, a delinquência política e o poder ilimitado do Estado têm consequências deletérias sobre a sociedade. Sofremos os efeitos de vivermos em um país atrasado, um Estado amarrado, ainda no tempo do “petróleo é nosso”, enquanto avança a tecnologia mundial em biodiversidade. 

A sociedade se fragmenta, cultiva ódio e fica impedida de discernir entre o bem e o mal, apegam-se a pensamentos rígidos na tentativa de evitar confusão. Parece que é melhor ter uma ideia fixa do que o vazio existencial.

Enfrentar essa desorganização social é muito desgastante, o cardápio é amplo: incertezas, insegurança diária, a angústia nossa companheira, violência no seu mais amplo sentido, desde a falta de amor e respeito à população até a barbárie explícita.

Estamos diante de componentes emocionais imbatíveis que corroem nossas defesas físicas e mentais e nos trazem doenças, algumas erradicadas há tempos, e que retornam triunfantes sobre nós.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

E Nós os 67%?

O que fazem os 67% dos brasileiros não petistas?
Enquanto a maior parte da população levava sua vida distante da política, tentando lidar com as dificuldades, usando futebol, festas, carnaval, bandas de música como alívio para suas mazelas, a máquina petista trabalhava febrilmente.

O PT vem se preparando para tomar o poder há várias décadas. Basta olhar o Foro de São Paulo, criado em 1990 e que se reunirá em Havana na semana que vem. É uma iniciativa que une os partidos de esquerda Latino-Americanos que buscam disseminar no continente as características supostamente socialistas, embutindo claramente outros propósitos.

O partido dos trabalhadores sempre visou essa hegemonia continental. No Brasil, foram tomadas medidas com esse objetivo, como o aparelhamento do Estado, a incursão de petistas em todos as instituições necessárias, inclusive o judiciário. Tudo para dar prosseguimento ao obsessivo projeto de poder através de uma corrupção desvairada de modo a dar suporte econômico, político, social e cultural às suas propostas.

Entretanto esse arcabouço teórico e prático não imaginava que em 2013 iria surgir um grupo de juízes, procuradores do Estado, policiais federais, que iriam averiguar todo o esquema de corrupção e malversação do dinheiro público.

Era de se esperar uma violenta reação à Lava Jato. O espetáculo que foi a prisão de Lula, o grande líder dessa mixórdia, durou dias. Verdadeira apoteose! A consagração de um santo, a vítima da “inquisição” se vislumbrava diante do resto dos brasileiros atônitos.

Líder dissimulado, Lula que, segundo Antonio Ermírio, pede votos ao pobres e dinheiro aos ricos, pagos depois regiamente, digo eu, enquanto mantem os pobres esperando na miséria e na ignorância: seu grande reduto eleitoral.

A enxurrada de advogados, deputados e pessoas comuns entulhando o judiciário com habeas corpus já julgados, na esperança de encontrar juízes petistas, tinham a intenção de continuar a luta desvairada pelo poder.

O desembargador Favreto sabia muito bem que não havia nenhum fato novo, mas o enorme tumulto jurídico trouxe em seu bojo a vitimização do “paciente”. Isso é o que importa.

Temos no Brasil 33% de petistas, que estão paralisando a nação, sem o menor escrúpulo. Quero saber o que fazem os 67% de brasileiros, muitos deles desempregados, vilipendiados observando toda a infraestrutura de um país falindo e falhando escandalosamente. Os que possuem algum recurso econômico estão dispondo-o fora do Brasil, o que piora ainda mais a situação econômica.

Vamos continuar a ficar nas redes sociais enquanto o tecido brasileiro se esgarça a cada minuto? Vamos ficar gastando nossa criatividade fazendo memes e piadas, que apesar de muito bem-feitas, são inoportunas para os momentos de tanta inquietude?

Não podemos, após tantos anos perdidos de indolência, trabalharmos como o PT, mas precisamos nos mobilizar, indo às ruas e atendendo à chamada de grupos organizadores. Está na hora, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.       

Obs: precisei me afastar por algumas semanas, mas estou de volta à nossa rotina semanal.