sábado, 25 de março de 2017

Dia 26 será dia de Nós Todos

Não posso aceitar a sociedade sequestrada por ódios e ressentimentos que impedem a voz do coletivo.

Há quem defenda a luta de classes, sintetizada pelo “Nós e Eles” que foi uma frase criada, com esmero, capaz de gerar ódio, intolerância, desrespeito, incapacidade de dialogar, deboche e muita violência. Essa ideia é compartilhada por muitos políticos que agora são os poderosos, os opressores que estão no comando.

O que eu proponho é que essa divisão não seja dos ricos ou dos pobres, mas sim daqueles que defendem a ética, a moralidade e a justiça, contra aqueles que se aproveitam da ingenuidade e raiva do povo. Só assim todos teremos dignidade.

Desejamos um país mais humano, onde se enaltecem as preocupações com o bem comum e que pune quem se aproveita de seu cargo para enriquecer. É preciso saber distinguir o bom do ruim, e não se enganar com jogadas momentâneas, típicas de um “cala boca” etc.

Enquanto essa divisão prospera e cria apreensão, estamos nós, vivendo isolados, perdendo cada vez mais a nossa cidadania. Essa separação é deletéria e enfraquece os nossos objetivos. Não estamos falando de partidos, e nem cabe porque os que estão aí me parecem em fase terminal, estamos falando de população brasileira, do resgate da República.

Será que vale a pena ficarmos em casa, desunidos, diante dessas ameaças? Tirar algumas horas do descanso ou lazer em benefício da pátria traz tantos prejuízos assim?

Estamos assistindo, passivamente, o país degringolar e essa omissão tem consequências desastrosas.

O convite para as ruas está feito, dia 26 de março domingo, a decisão é sua. Pretendemos mostrar nossa insatisfação com a corrupção e o foro privilegiado, pois os dois permitem a impunidade. Em cada um de nós há muito que protestar,  reformas tortuosas estão à nossa espera.

sábado, 18 de março de 2017

A Carne é Fraca e Nós Também

Cada dia é um novo escândalo! Hoje nos deparamos com a carne contaminada, ameaçando nossa saúde e as exportações desse país já combalido.

Incrivelmente milhões de brasileiros não consideram a corrupção uma grande covardia prejudicial ao povo. Parece que a roubalheira é um método aceitável.  Em um país onde o caixa dois está prestes a ser perdoado, os fins justificam os meios, o importante é que seus ídolos estejam a salvo de qualquer crime.

A corrupção se alastra pela sociedade de um modo geral. Como um vírus vai contaminando pessoas, quer sejam políticos, instituições, funcionários ou empresas. Muitos fascinados pelo dinheiro, mesmo ilícito, e outros tentando copiar modelos de imoralidade.

Há dois níveis de corrupção, um que rouba bilhões, geralmente proveniente de recursos do Estado, e o outro que rouba para completar salários baixíssimos, marca atual do povo brasileiro. Um se aproveita do outro.

Do ponto de vista da qualidade de vida, as consequências desses roubos são devastadoras. O prejuízo gerado por estes grandes assaltos aos cofres públicos creio que todos já conhecem. A maioria da população vive de modo indigno, cujo padrão é típico de países subdesenvolvidos.

A corrupção que nos cerca cria um sentimento de degradação doloroso. Tomou conta dos olhos que se fecham, das mentes e dos corações ausentes para combater atos delituosos que ferem as leis. ESTAMOS PARALISADOS INCAPAZES DE REAGIR!

Essa inserção de boa parte da população na ilegalidade passou a ser rotina. Precisamos protestar e lutar, doa a quem doer, para combate-la. Chega desse vale tudo para os políticos que até por autoanistia estão votando, mas isso começa por nós.

domingo, 12 de março de 2017

O Moro Precisa de ajuda

Quero ver toda essa energia exibida no Carnaval, principalmente pela população jovem, na passeata do dia 26 de março, em apoio à operação Lava Jato e também a essa gente valente que deseja ajudar o país a não cair no precipício.

O Brasil merece um grande ato cívico que não é de um bairro, não é de um partido, mas de todas as cidades e do pais que está vivendo dias sombrios e uma insensatez política que supera todo entendimento.

Os políticos brasileiros andam brincando com fogo. Basta olhar o carnaval e medir a pressão do ar. Faltou muito pouco para a coisa toda explodir. Não me parecia simples alegria escapista, a folia fugiu dos padrões da normalidade e estava mais para desespero.

Mais importante que a catarse, a força do brasileiro precisa se voltar para o momento presente. Vivemos uma oportunidade de ouro para virarmos essa página de corrupção e de maus políticos.

O ataque à Lava jato tem vem se evidenciando através de interpretações dadas às leis e à perseguição ao juiz Sergio Moro. Basta olhar os malabarismos e os jogos de palavras para postergar os inquéritos dessa perversa classe política. No momento, a verborragia se destina a evitar que o caixa dois seja criminalizado e com isso livrar os réus da condenação.

Esses políticos que há décadas vem destruindo o país são possuidores de recursos absurdos proveniente de fundo partidário e de grandes empresas às quais serão sempre regiamente retribuídas.

A violência desse processo lesa o Brasil e manda a conta para nós do óbvio superfaturamento de tudo que se se faz ou se constrói aqui. Esse círculo vicioso não pode continuar porque deixa em seu rastro um país miserável, sempre com o fantasma da recessão e do desemprego batendo às nossas portas.

Se forem perdoados, a mudança política irá por água abaixo, e deixará em nós um amargo gosto de impunidade. Sem dúvida ficaremos retidos nesse descalabro político, social, econômico e institucional.

No meu modo de pensar, a cassação dessas pessoas e o retorno do dinheiro que surrupiaram é até mais importante do que suas prisões.

sábado, 4 de março de 2017

Carnaval no Bairro dos Outros é Refresco

A foto é de 2015, mas a cena acontece em todos
os dias de carnaval.
No domingo de carnaval o inacreditável aconteceu na rua Dias Ferreira, pequena rua abarrotada de bares e restaurantes e muitas residências. Pois bem, milhares de pessoas, procedentes de todos os bairros, desciam de metrô e saiam de todas as ruas rumo ao santuário do carnaval.

Desafiando as leis da física, vários corpos tentavam ocupar o mesmo espaço. Desnecessário dizer que se espalharam pelas ruas vizinhas, sempre de latinha na mão ou garrafa de alguma bebida, que depois eram solenemente largada nas ruas.

Na Dias Ferreira acontece de tudo: urina-se nas árvores de todas as ruas, o cenário libidinoso convida ao sexo explícito e o respeito passa longe desses jovens foliões que acabam com muito álcool na cabeça e poucos neurônios. Formam uma muralha humana, impedindo a passagem e completam esse programa com uma música enlouquecedora, como se todo o bairro pertencesse ao carnaval.

Vinte dias anteriores ao autoritário evento, os bairros já se encontram desfigurados com a proteção que se dá às jardineiras, porque senão passa-se por cima delas com a maior tranquilidade.
Sob o efeito do álcool os instintos vêm à tona e a responsabilidade sai de cena. Chamam a isso de alegria, se fosse genuína alegria não necessitariam de tanta bebida...

Moro afastada da Dias Ferreira o que não me impede de pensar nos que ali residem. Fico imaginando o desespero que deve ser no caso de alguma doença ou de se precisar de ambulância.
Vem, então, o desafio do dia seguinte à passagem de vossas majestades, os foliões: Como tudo no Rio de Janeiro é “vai que dá certo”, sem planejamento para suportar uma multidão, a rua é eleita o banheiro oficial e odor incrível precisa ser suportado compulsoriamente pelos moradores que não conseguiram fugir no feriado. Estes devem suportar tudo, bem caladinhos, afinal é carnaval.

A cidade é de todos, e não só dos carnavalescos. Fato incontestável é que não são três dias de festa, porém muitos dias antes e alguns depois da folia de Momo, mais um pouco e viraremos a Bahia. Hoje e amanhã desfilarão por essa cidade trinta e cinco blocos, ninguém aguenta.

Os moradores da Barra, nos arredores da praia do Pepe, conseguiram cancelar um bloco que sairia hoje, sábado. A reclamação foi feita à subprefeitura, após péssimas experiências com blocos anteriores.

Convido aos moradores do Leblon e aos de outros bairros que se sentirem cerceados a fazerem o mesmo. O carnaval de rua saiu do controle.