sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Eike Juiz, Eike Porsche, Eike Aberração !

Não é incomum as pessoas, inclusive os juízes, desconhecerem sentimentos mais profundos e até emoções negativas pertencentes à sua vida mental e que podem influir insidiosamente em seu trabalho.

Triste História
O Estado confere privilégios a algumas profissões: deputados, vereadores, senadores e juízes. Os salários atingem o teto mais alto e são acrescidos de vários aditivos cujo objetivo é promover uma condição econômica mais confortável e, na pirâmide social, pode-se dizer que gozam de um vigoroso status.

Atualmente nos têm chegado um número grande de excentricidades e abuso de poder por parte de alguns juízes, não que antes arbitrariedades não ocorressem na esfera judicial, mas atualmente, passaram a ser assuntos que a sociedade vem discutindo por se tratar de verdadeiras aberrações que vieram a público.

Comecei a pensar nessa profissão de juiz. Para muitos, a escolha dessa carreira traduz duas características gerais de quem a escolhe. A primeira, antes mesmo do salário, trata-se da fascinação pelo poder e pela aura que a sociedade confere aos juízes. A segunda são as credenciais para tomar decisões em relação aos cidadãos. A causa a ser avaliada ou a pessoa que cometeu o delito é o outro, dessa maneira o juiz se tranquiliza porque ao estar julgando está a salvo, acima de qualquer julgamento. O poder assimilado pelo magistrado suplanta qualquer entendimento de que ele poderá agir contra a lei e ser julgado também.

Se pararmos para refletir, vamos entender os juízes como pessoas que ocupam um cargo importante, mas como todos nós, estão sujeitos às mesmas emoções, algumas turbulências, sonhos, fantasias, voracidade, inveja e até traumas existentes em suas vidas. Cada um é marcado por sua história e a maneira como a vivenciara.

Não é incomum as pessoas, inclusive os juízes, desconhecerem sentimentos mais profundos e até emoções negativas pertencentes à sua vida mental e que podem influir insidiosamente em seu trabalho.

Penso que esse é o caso do magistrado responsável pela ação penal contra o ex-poderoso Eike Batista, que diante do desmoronamento de sua fortuna, com consequentes prejuízos de acionistas, foi submetido à força da justiça.  Começam aí as aberrações... Cabe a um juiz ser cuidadoso e eficiente no trato dispensado a uma ação tão séria e que certamente trará muitos desdobramentos.

Surpreendentemente, o juiz  em vez de se portar com extrema discrição, procurando estudar a ação, dirigiu-se à mídia oferecendo a seguinte pérola: “Eu vou esmiuçar a alma dele. Pedaço por pedaço” e “eles (Eike e a família) continuam numa ostentação que é totalmente incompatível a quem tem dívidas bilionárias”. Nesse momento o juiz teve o seu minuto de fama, mas só isso. Em seu íntimo, veio a pergunta: de que me adianta possuir poder e não conseguir, em minha vida, acesso a este tipo de fortuna?

Mas seus mais subterrâneos desejos e sonhos romperam a barreira do real e ele saiu dirigindo um Porsche, de propriedade do Eike, realizando seu desejo de milionário, ao mesmo tempo que acolheu em sua garagem, que só podia acomodar um veículo, mais dois carros do caso em julgamento.

Por algum tempo, sonho e realidade se fundiram e lá estava o juiz, incorporando a vida e os bens de um milionário.

Triste história no meu modo de entender, mas que mostra como juízes deveriam estar, acho eu, mais ciente de suas dificuldades emocionais de modo que suas ações fossem isentas de quaisquer desvios interiores e direcionadas exclusivamente aos autos do processo.

Profissões dotadas de tão grande importância e que causam estresse em demasia deveriam contar com avaliações psicológicas ou psiquiátricas, como acontecia no passado. 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Carnaval: Da Catarse às Cinzas

Bloco é bom na rua dos outros
Onde ficaram as balas perdidas, os tiroteios, as mortes de civis e policiais na semana do Carnaval? Será que a violência é inversamente proporcional ao número de blocos e ao volume de pessoas que saem às ruas nessa semana da folia?

A cada ano que passa a multidão se agiganta e superlota todos os bairros. O Leblon foi invadido por milhares de pessoas que ao som de músicas ensurdecedoras, uma quantidade absurda de bebida alcoólica, um calor senegalês, muita vontade festejar, cair na brincadeira, azarar e principalmente extravasar, inundou o bairro.

Presenciamos a um verdadeiro processo catártico. No lugar da crescente violência nas ruas, surge o Carnaval. A população, mesmo que muitos se distanciem das notícias cotidianas, é atacada por tremenda poluição visual, auditiva e sensorial que nos chegam diariamente e que somos obrigados a engolir.

O clima de suspense quanto ao nosso futuro, a descrença, a insegurança, os cofres vazios para enfrentar tantas demandas, o PIB em retrocesso, só podem nos indignar e mexer com o leão adormecido dentro de  nós, ou seja, a agressividade . A explosão interna que teima em nos queimar encontrou nas festas de Momo uma válvula de escape.

As ruas sofreram uma enxurrada de lixo nunca visto, representação concreta de tudo o que temos vivido, a ponto de um batalhão da COMLURB, de vassoura em punho, caminhar junto aos blocos, mas enquanto se procedia à faxina, novos detritos surgiam na retaguarda. Aliviavam-se nas ruas mesmo, sem cerimônia, no clima do vale tudo, e a cada brisa que soprava o odor entrava pelas nossas janelas.

O Carnaval é a imagem do faz de conta, a Guarda Municipal correndo atrás dos ambulantes, que vendem bebidas a menores, e eles se escondendo para voltar um segundo depois. Cabeças esvaziadas e copos cheíssimos. 

Entretanto esse extravasamento mental é passageiro e não possui nenhuma condição de provocar qualquer mudança no congestionamento emocional de nossas vidas e muito menos no clima político, justamente o impossível de acontecer nesses momentos é a capacidade de pensar.

Se para milhares de pessoas a catarse funcionou, para nós moradores do bairro nos trouxe muito desconforto. Trata-se de um grave problema que, tanto a Prefeitura como as Cervejarias incentivam e autorizam, proibindo o trânsito e até a nossa passagem. Tornamo-nos reféns da massa humana que se forma em uma verdadeira esbórnia, ilhados e presos em casa.

Mais tarde as grades se expandiram até a beira da calçada
Curralzinho Privê
A insanidade toma conta das cabeças premiadas da Prefeitura que insistem em desrespeitar as pessoas que ou são idosas ou por outro motivo qualquer não puderam se afastar do Rio. Pode ser muito bom para turistas encontrar já às oito horas da manhã as portas desse monumento à IGNORÂNCIA E IRREVERÊNCIA que se chama BOTECO BELMONTE, um trio elétrico despertando a população que aqui reside.

Agora imagine você, que está lendo, em plena segunda-feira, depois de sobreviver ao caos e ao confinamento do carnaval no Rio de Janeiro, ter seu último direito alijado, a santidade do sono violada pela algazarra que se inicia bem cedo. Lembro-lhe que o carnaval carioca não dura só um dia, ou uma tarde, cada vez começa mais cedo e termina mais tarde, multiplicando sempre o número de blocos.

O prefeito, que se considera acima de qualquer mortal dessa cidade, deve estar envaidecido e inebriado com os turistas que aqui chegaram e que presenciaram não só o Leblon, mas muitos bairros, literalmente fechados para o Carnaval. Deve haver alguma maneira, caso o respeito resolver dar as caras, e o pensamento funcionar, de promover a festa e poupar os moradores dessa asfixia.

A permissividade do Rio é mundialmente conhecida, mas realmente o Prefeito “trabalhador” a reinventou, em especial no Leblon.  

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Vestindo a Máscara da Felicidade

Creio que nunca o Carnaval foi tão esperado, uma semana de trégua e, nós do povo, poderemos optar por deixar a cidade e até o país, ou mesmo mergulhar na folia, afastando das nossas mentes o país desagregado em que estamos vivendo. É hora de deixamos ressurgir em nós o lúdico que, nocauteado, ainda teima em existir, felizmente.

Os náufragos da desastrada e irresponsável política vigente em nosso país, também estarão a salvo de aparecerem nas manchetes dos jornais ou encarcerados na Polícia Federal.

Quanto à nossa Presidente, ao dizer que faria o diabo para ocupar o mais alto cargo da República, não imaginava que Ele iria lhe fazer companhia, colocando-a em um fogaréu escaldante. O país que ela vendeu, de forma delirante, para a população mais pobre e para muitos intelectuais ruiu. Há muitos anos atrás a nossa realidade foi dourada, hoje é degradante, vítima de maltrato e malfeitos.

Os intelectuais que votam e defendem o PT tem obsessão pelo partido e sempre apostaram nele, mesmo assistindo às situações mais espúrias preferiram acreditar e manter o sonho de se construir um país mais justo. Entretanto, não se pode apostar em um partido, mas sim nas pessoas que compõem esse partido. Boa parte da equipe governamental do PT não conseguiu demonstrar competência e lisura necessárias para ocupar postos chaves e para atuar em empresas poderosas.

A avidez dos petistas que é como um polvo gigante que usa seus tentáculos para ocupar todos os cargos, passou desapercebida pelos ditos intelectuais. O resultado aí está, um país desacreditado mundialmente, sem interessar aos investidores, com uma dívida enorme e inflação. Não quis nem mencionar as “caixas pretas” das estatais quebradas e do BNDES, para não comprometer o lúdico que está se levantando para o carnaval.

A conta agora chega para nós, afogados que estamos, ainda precisamos contribuir com mais sacrifícios para equilibrar finanças e começar tudo de novo, afinal estamos sempre recomeçando.

A presidente está ameaçada de impeachement, não saberia dizer se é uma boa coisa, embora a situação atual a cada dia se torna mais insustentável.  Também não acho que seria um golpe, dado que o estelionato eleitoral, ainda não tipificado como crime, é moralmente inaceitável.

O que tenho pensado é que a cúpula do PT precisa se responsabilizar pelo que fez e resolver a equação econômica deficitária que nos legou. A população será prejudicada, pois as medidas são duras e pertencerão ao governo do PT, “quem pariu Matheus que o embale”.

Não acho justo colocar na presidência alguém de fora do PT e que será eleito o Carrasco do Brasil, aquele que, para equilibrar as contas, nos trará anos de sofrimentos. Certamente será execrado e o “VOLTA LULA” soará aos quatro ventos.

Precisamos cobrar da Presidente Dilma que saia do “país do faz-de-conta” que ela, seu marqueteiro e correligionários construíram. Devemos convidá-la a descer da sua arrogância e contribuir para o enxugamento da máquina governamental.

Considero masoquismo da população viver em plena recessão e ainda termos que suportar trinta e nove ministérios, com toda exuberante incompetência de seus administradores, sem recursos para agilizar suas pastas e com enormes despesas.  E os cargos em comissão que precisam existir para acomodar os companheiros (são 250 mil)? Enquanto isso, milhões de brasileiros estão perdendo seus empregos ou pedindo falência.

Acredito que a população unida, de forma pacífica, muito poderá fazer, por enquanto vamos vestir nossas fantasias e receber o Rei MOMO. Afinal a nossa especialidade é continuar exportando a fantasia de que esse é o país mais alegre do mundo, que todos vivem felizes e que riem tanto da sorte quanto da dor.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O melhor e o pior do Leblon em fotos (Jan/15)

O Leblon é uma terra de contrastes, o belo, o feio, o imoral e o ilegal convivem de forma nada harmônica com a triste realidade das tragédias humanas. Um bairro chamado  nobre ou dos "bacanas"  sofre dos mesmos problemas e descaso do resto da cidade, afinal não é uma ilha como muitos idealizam.

Essa é uma coletânea de fotos, do melhor e do pior, do bairro de janeiro de 2015.

Beleza da natureza

A desgraça da humanidade

Esquina obstruída

Outro ângulo da mesma cena desrespeitosa

O abuso de sempre do bar Belmonte

O caos noturno que se faz na rua


Olhando a rua parece um sonho

Nem essa beleza resiste ao descaso da COMLURB

O mundo é só dele!

Pedestre, mantenha-se na rua, o acesso à calçada é proibido

Sou apaixonada pela beleza dos flamboyants