sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Um para FRENTE dois para TRÁS

As pessoas que me acompanham sabem que que não defendo partidos e nem ideologias. Combato com muita força, os pilares que destruíram a nação. O caos econômico e social do Brasil para mim se deve a:

1) corrupção;
2) nomeação de políticos para cargos públicos que as usam em benefício próprio sem compromisso com o povo;
3) gestões dispendiosas e incompetentes;
4) total falta de ética;
e 5) impunidade.

Submersos que estamos em clima nebuloso, surgem três desembargadores do TRF-4. Concursados, minuciosos e competentes, pautados nos fatos demonstrando com convicção o que grande parte da população já suspeitava, havia no caso de Lula corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Também lamento muito que um presidente tão promissor como Lula estivesse sendo julgado exatamente por tudo que sempre condenou: a corrupção.

Não podemos esquecer que ele ainda é réu em outros processos, inclusive no bilionário esquema de corrupção da Petrobrás no qual deveria depor e vem adiando sempre. Lula cometeu graves erros contra o país, mas a síndrome de intocável, o impeliu a fazê-lo.

Não sou adepta de violência e não me agrada intimidação, acho que é maneira dos fracos se defenderem. É evidente que a gritaria e a revolta de Lula e do PT chegaram rápido. Inclusive a paranoia, segundo Lindbergh Farias a decisão do histórico dia 24 de janeiro tem participação dos Estados Unidos (!).

Como é que o Deus Lula vai ser julgado? O ex-presidente se levanta da derrota de 3x0 dado pelo TRF- 4 e proclama galhardamente que não vai obedecer à decisão judicial. Atitude esperada, pois egos inflados não autorizam a se dar conta da realidade e muito menos a aceitá-la.

A pergunta que me faço é, afinal quem deixou o Brasil nessa situação tão miserável, completamente saqueado, impune, desprestigiado internacionalmente, com uma gigantesca população desassistida, comprometendo a vida dos cidadãos? Ninguém? Todos são inocentes?
Entretanto esses jovens magistrados juntamente com a Polícia Federal e o Ministério Público que estão tentando tirar o ranço e as traças desse Brasil, já contabilizaram uma quantidade enorme de réus, fora as centenas dos que estão protegidos por essa indecência de foro privilegiado. Há muitas pessoas responsáveis pela tragédia brasileira.

Como já era de se esperar, o Supremo Tribunal Federal que havia decidido a prisão dos condenados em segunda instância e que deveria rever essa posição em setembro, está correndo rápido para decidir a questão “Lula”.

Nós que somos simples cidadãos e que vamos ser chamados para mais e mais sacrifícios, estamos de olhos, mentes e pensamentos voltados para este Supremo. O problema maior não é a liberdade ou prisão de Lula, mas o valor da legislação e a subsequente desmoralização dela.

Embora vários ministros tenham sido indicados pelo ex-presidente, existe um compromisso do judiciário para com a população, que paga seus salários, que é fazer com que as instituições funcionem de modo haja segurança e responsabilidade. Não podemos continuar a viver isolados e desamparados.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A Terra dos Aspones

Hoje está sendo um dia difícil para mim devido ao atropelamento da Avenida Atlântica, mas não poderia deixar de convocar os cariocas para a passeata dia 23, às 18h, na Avenida Atlântica posto cinco, em Defesa da Justiça. Acho, também, que seria uma forma de apoiar a esses jovens que desejam um país novo e, que de modo destemido, lutam tanto pelo Brasil.

Penso que é necessário que se atente para a Justiça, em um sentido mais amplo, e não só a condenação de Lula, Temer ou outro qualquer, pois nós estamos completamente massacrados pela politicagem existente que nos condenam a viver em um país onde a mediocridade impera.

Há muito tempo a palavra excelência não faz parte do nosso Brasil. Não temos políticos notáveis, competentes, não temos ministérios comandados por cidadãos criativos e experientes em gestão pública, não temos em postos-chaves da nação pessoas interessadas no progresso do país e dos brasileiros, nem técnicos de carreira são convidados para as chefias.

A meritocracia foi substituída pelo compadrio, todos são nomeados pelos caciques que apoiam o governo, haja visto a inundação de funcionários públicos, o quanto cresceu e o quanto ineficiente se mostrou nos últimos anos.

É difícil acreditar na finalidade de nossas leis quando os quatro vice-presidentes da Caixa Econômica, banco de alta importância, foram entregues pelos caciques do poder às pessoas investigadas pela justiça, apesar de ter sido determinado que esses postos seriam indicados pelo Conselho da Caixa.

A Caixa está junto com a Petrobrás no rol das estatais saqueadas por esquemas políticos de corrupção. Entretanto o presidente, professor de Direito Constitucional, continua na sua ânsia de poder não atendendo às solicitações do Banco Central.

Basta olhar os ministérios do Temer que são contundentes provas de descaso à lei da ficha limpa, e para completá-lo nomeou para o Ministério do Trabalho, Cristiane Brasil que está às voltas com a própria Justiça do Trabalho por não pagar aos seus motoristas o exigido por lei.

Essa sobreposição às leis, à ordem e à busca de padrões competentes para nos guiar, além de dar um exemplo hediondo aos jovens faz com que eles  não tenham motivação para estudar. A incompetência e a falta de planejamento levam o país ao improviso, ao imediatismo e a decadência operacional e moral.

Hoje, sofremos por falta de homens e mulheres probos e capazes, pessoas que ambicionam colocar esse país tão rico no patamar de primeiro mundo. É uma tremenda injustiça que se comete contra os brasileiros de bem coroar os sanguessugas com cargos importantes.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Miséria e Informalidade

Moradores de todos os bairros, seja da zona norte, sul ou oeste se queixam do abandono e da desordem urbana aos quais estamos submetidos. Há dezenas de descontentamentos, todos absolutamente pertinentes, mas vou me limitar a um que considero um grave problema, o mercado ambulante.

O drama do desemprego é algo que me toca profundamente, mas devemos ter cuidado com soluções que estamos acomodando. Corremos o risco de aumentar ainda mais o problema ao lançar mão de atalhos que são insustentáveis e que canibalizam o mercado de trabalho e comércio já tão combalidos. O comércio informal não paga impostos e é um canal de distribuição de produtos roubados.

Respeito e lamento o desemprego a que fomos condenados, mas é muito leviana a solução encontrada. A crise de identidade cultural é profunda, e estamos em uma regressão intensa, como cidade, como qualidade de vida e como pessoas.

O Secretário municipal de ordem pública, coronel Paulo Amêndola tem diante dele o problema da invasão de camelôs na cidade inteira. Não há bairro que escape à sujeira deixada por esse balcão de negócios, que usam nossas ruas, de modo irreverente. Sem nenhuma organização, padronização e higiene, acintosamente vendem bem à frente da Guarda Municipal.

Dos trens da SuperVia, que passou a se chamar Shopping SuperVia, às calçadas dos bairros, cujos camelôs formam duas filas paralelas, deixando a pequena parte central para a passagem de pedestres, se lamenta o ambiente degradante.

Enquanto as lojas que pagam impostos vão se fechando, e nós perdemos os espaços, os camelôs que estão ali porque não têm trabalho, ocupam as calçadas, dando à cidade um aspecto sufocante

Quanto às nossas praias, pontos atrativos de quem nos visita, elas estão presas nas malhas do atraso e do pouco cuidado com o ambiente. Foram tomadas por barracas pavorosas cobertas de plásticos azuis e panos pendurados com o nome dos donos, repletas de isopores sujos, que são desenterrados das areias pela manhã, vendendo bebidas e tudo que lhes aprouver.

Prefeito Crivella, os moradores desta cidade escolheram o senhor para cuidar do nosso Rio de janeiro, a primeira cidade do planeta a receber o título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana. Essa cidade maravilhosa, que teve a honra de receber esse título, não pode se apresentar ao mundo e a nós, que aqui residimos, como uma cidade desorganizada em quase todos os itens que dignificam a vida urbana.

Sabemos das dificuldades econômicas que lhe apareceram, mas nosso descontentamento se refere à ausência de autoridade, de vigilância, de vontade política e de se fazer cumprir as leis que permitam uma vida em que se preze o compromisso com o meio ambiente e com o povo.

A decadência do Rio salta a olhos vistos, cultiva-se a desobediência das regras que tornam a cidade em um monumento ao desprazer. Sofremos com a economia, com o maltrato dos bairros e até com descuido das nossas lindas paisagens que ainda são de tirar o fôlego. Exportávamos para o mundo uma cidade maravilhosa, hoje vivemos no lixo.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Analgesia

Costumo dizer que a paixão do carioca por festa transcende aos maiores contratempos que estamos enfrentando na nossa cidade. Mais de 2 milhões de pessoas em Copacabana, sendo 604 mil turistas brasileiros e 93 mil estrangeiros, esbanjando felicidade. Estes dados desafiam qualquer lógica, mesmo assim tentaremos explicar esse fenômeno.

O clima de alegria, de festa, de cumplicidade diante de dias festivos, é espetacular, mas totalmente dissonante de uma vida cotidiana, onde impera a violência, o descuido dos bens comuns de cidade, a agressão à natureza, ao meio ambiente e aos próprios indivíduos entre si. 

É escandalosa a violência no trânsito, meios de transportes são queimados ou destruídos, estações de BRT quebradas e fechadas, inutiliza-se o pouco conforto adquirido, pois a ausência de verbas impossibilita o conserto. Impera um horroroso clima de anarquia.

A festa do Ano Novo em contraste com a violência cotidiana me faz pensar que, após décadas de miséria, onde bolsa família é um presente notável, a população se acostumou a esse tipo de vida.

Não sei se por descrença, por conformismo, por sobrevivência do dia a dia ou falta de credibilidade de que mudanças são possíveis, o fato é que se omitem e não lutam por uma cidade melhor. Procuram as festas que lhes dão alegrias imediatas e são oferecidas ao povo.

Brasileiro é obcecado por tudo que seja “de graça” e, por algumas horas todas as angústias, discrepâncias sociais, desconforto interno e externo somem e cedem lugar ao paraíso, a um imenso prazer.

Após esse banho de imersão na fantasia, os trezentos e sessenta dias do ano se apresentarão nus e crus e os frutos de um poder político alarmante, atrasado e corrupto se perpetuarão, amargurando nossas vidas. O destino dessa sobrecarga emocional certamente será um caudaloso rio de violência.   

Ficaria imensamente feliz se essa maravilhosa multidão que esbanja felicidade levantasse a bandeira da cidadania, e fosse às ruas em uma demonstração inequívoca de que não desejamos uma classe política recheada de corruptos e delinquentes destruindo nossa cidade e nosso país.

Nem desejamos malas de dinheiro desviadas Brasil afora, fruto de impostos escorchantes que nos são cobrados, cujos destinos espúrios invalidam o retorno à população.

Seria uma ótima solução que a força dessa multidão tão coesa pudesse provocar mudanças consistentes e banir a violência de nossas vidas.