sábado, 10 de junho de 2017

Pacto com o Diabo

Venceu a impunidade no processo de cassação da chapa Temer-Dilma, pelo TSE. Afinal, dois que votaram contra foram trocados em abril, indicados pelo próprio presidente Temer, em pleno curso do processo, o terceiro detesta a Lava Jato e o voto de Minerva foi dado pelo conhecido Gilmar Mendes. Tudo previsível.

Imagine só poder escolher quem vai lhe julgar, qual seria a única opção possível que não a fidelidade? De largada, dois dos sete votos já estavam definidos.

Além disso, como ministros podem opinar sobre provas factuais e inequívocas de maneiras tão diversas? Os que condenaram não tinham a menor dúvida sobre a existência de abuso de poder econômico, caixa 2 e um esquema de corrupção que alimentava as campanhas. Já os que absolveram não viram nada de irregular na campanha e nas evidências. Não consigo pensar em palavra melhor que esquizofrenia para ilustrar caso.

Se há algo de bom nesse julgamento foi chegar aos nossos olhos o trabalho do ministro Herman Benjamim. Tranquilo, meticuloso, elegante e principalmente sabedor das artimanhas da corrupção e como ela abala a democracia. Acompanhado por Rosa Weber e Luiz Fux, deram ao país, tão descontente com o judiciário, a prova de que muitos são confiáveis.

Esses três sabem quantos meses de nosso trabalho são retirados dos contracheques e da plêiade de impostos abusivos que pagamos, para acabarem em cuecas, meias, malas, e até no mar. Destino vergonhoso que suja as mãos dos políticos, sem escrúpulos e sem piedade do povo que nada recebe em troca.

Quanto ao ministro Gilmar sua tese é de que não se pode trocar de presidente todos os dias, que temos de manter a estabilidade. Que estabilidade ministro? É possível que alguma coisa fique estável com um presidente no meio de uma instabilidade política gigantesca? É só pensar que estamos falando de um presidente, já sem legitimidade, e com várias granadas apontadas para si. Alguma vai explodir!

Creio que a curto prazo, a saída de Temer traria algumas dificuldades, entretanto estaríamos caminhando em uma estrada livre, distante da certeza da impunidade total que tanto mal nos faz. Estaríamos construindo algo mais sólido para o futuro do país.

A vida precisa ser condicionada por impulsos construtivos, de calma, segurança, amor ao povo e não direcionada pelo ódio, corrupção, desfaçatez.

Esse resultado dado pelo TSE já era conhecido antes do inicio do julgamento. TRISTE MESMO É A POPULAÇÃO EM CASA, INERTE, VENDO A SOBERANIA POPULAR DESTRUÍDA.

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