sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Teatro do Absurdo

Brasília inovou, lá se passa o tetro do absurdo: entre os três poderes surgem os mais escabrosos conchavos! Os artistas trabalham para si mesmo, distantes da platéia (a população do país), mas são de primeira grandeza.

Temer é a estrela principal, usa as mãos, de forma frenética, aliviando o enorme constrangimento de quem tem só 3% de aprovação e ainda convoca o Banco Mundial para mostrar que um órgão internacional aprova a Reforma da Previdência.

Moderno e inovador, “nomeou” um primeiro ministro, Rodrigo Maia, que se fantasia de estadista e organiza o leilão na casa legislativa para a compra de votos favoráveis ao governo. Congresso e o Supremo Tribunal também caminham juntos, como o coro desse teatro.

Como é que a sociedade brasileira pode cogitar ser representada ou intervir nessas tramoias? Aspectos importantíssimos são votados em um clima de vilania ética e moral nunca vistas. Pessoas compromissadas com a corrupção, e não com a nação, direcionam nossos destinos. Decisões são tomadas sem termos toda a convicção de que são necessárias.

Como o teatro é do absurdo, eles esquecem que há pessoas competentes para opinar. Maria Lucia Fatorelli, ex-auditora da Receita, diz que a dívida pública do Brasil é feita não para pagar as contas do governo, mas para transferir dinheiro ao sistema financeiro.

Os auditores da Receita Federal questionam o rombo calculado pela equipe econômica e se há falta de recursos, por que não reduzir as isenções fiscais que são dadas cotidianamente? No Rio de Janeiro, até joalheria possuía isenção. E as dívidas da previdência porque não são cobradas? Além disso, em qualquer produto que se compre, uma fração é da previdência, alia isso ao fator previdenciário, imaginem a soma dessa dinheirama ou derrama.

Quanto ao Congresso, os “artistas” estão negociando o que vão receber para aprovarem esse pacote. Cada vez que eles relutam em votar, eu tremo! Sinal que mais dinheiro precisará entrar em cena para pagar pelos votos.

O elenco do Supremo também quer uma fatia desse espetáculo, afinal ninguém é de ferro. O nosso intelectual Ministro Dias Toffoli, profundo conhecedor da Constituição, pediu vistas do processo que reduz o foro privilegiado. Ou seja, vai colocá-lo na gaveta com o objetivo de ganhar tempo, senão como os personagens dessa trama vão escapar da prisão e serem reeleitos?

Esse espetáculo chocante parece imutável, um sistema político podre e um judiciário confuso parece que vieram para ficar. O quê fazer? As pessoas estão vivendo sem esperança, sem fé, sem rumo. Um país de zumbis.

Os protegidos que formam esse espetáculo não serão atingidos por nenhuma reforma. Como esperar mudança daqueles que não querem que nada mude para si? Se algo for mudar, vai para nós que pagamos a conta (cada vez maior).

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A Máfia no Poder

O mais grave problema desse país é a corrupção, que vem tomando proporções assustadoras, se alastrando pelo Brasil e, de modo especial, no Rio de janeiro. É uma metástase, segundo o juiz Marcelo Bretas, as teias que ela constrói englobam o país que só funciona à base de propina.

Emblemático é o caso dos dois deputados da Alerj, chefiados por Jorge Picciani, condenados por unanimidade pelos juízes do Tribunal Regional Federal da 2ª região. Eles cometeram o crime de receber propina em troca de benefícios fiscais em favor de empresas e empreiteiras, porém nos últimos cinco anos, causaram um prejuízo na arrecadação de 183 bilhões, poderosa cifra, que deixou o Rio de Janeiro em estado financeiro comatoso.

Esses corruptos que, a meu ver, deveriam ser rigorosamente punidos por cometerem um crime, que poderia ser considerado hediondo, ainda são agraciados pelo STF com a possibilidade de serem julgados pela Alerj. Sim, foi o STF, por conta da decisão no caso Aécio Neves que relegou ao legislativo o poder decisório final. A infeliz decisão foi capitaneada pela Ministra Carmem Lúcia representando um judiciário politizado, com raras exceções.

A Alerj que há 13 anos elege Picciani como seu presidente, só na última votação lhe concedeu 60 votos em um total de 65, é que o julgou. O cardápio da votação de hoje foi o de uma quadrilha analisando o seu líder. 

Corrupção não significa só desvio de dinheiro, ela é irmã da violência porque o dinheiro surrupiado, destrói de tal modo o país e os estados que gera o caos nos baluartes da vida humana como saúde, educação, segurança. Perverte de tal modo que, as pessoas detentoras do poder se tornam insensíveis, mentirosas, cínicas, debochadas e desumanas.

Na contramão dessa podridão temos no país o Juiz Sergio Moro, um “juizeco” de primeira instância (segundo nossos togados que se acham deuses) e que se comporta como um verdadeiro brasileiro. Ele, por ser humano, pode até falhar, mas tem uma coragem, uma capacidade de trabalho, um equilíbrio e um amor pelo país que chega a me comover. Formou uma equipe primorosa, incluindo nosso Marcelo Bretas. Todo seu trabalho está sendo desmontado pelo legislativo e judiciário coniventes com a corrupção

Portanto, se havia alguma possibilidade de sairmos dessa malha nojenta que enredou o país em uma verdadeira catástrofe econômica, moral e ética, está sendo desperdiçada.

Creio que a falta de apoio da população ao juiz Moro e sua equipe autoriza nossos legisladores, que são em grande maioria delinquentes, a fabricarem leis que impedirão todo o trabalho de uma equipe, que veio para nos libertar da escravidão da corrupção. Afinal, somos escravos, trabalhamos, pagamos e não temos os requisitos básicos que define um cidadão.

Por incrível que pareça, as homenagens à Sergio Moro provem de áreas internacionais, cujas pessoas acreditam na força da grandeza humana.

Entre outras homenagens já recebidas ele será, desta vez, o orador convidado da 173ª turma de formatura da Universidade de Notre Dame nos Estados Unidos. Essa homenagem é dada à importantes personalidades que contribuíram para o aprimoramento dos valores da vida e das instituições. Segundo o presidente da Universidade, o nosso juiz tem valores que devem nortear a vida dos jovens. 

Lista dos que votaram pela soltura dos deputados:
Andre Correa (DEM)
André Ceciliano (PT)
André Lazaroni (PMDB)
Átila Nunes (PMDB)
Chiquinho da Mangueira (Podemos)
Christino Áureo (PSD)
Cidinha Campos (PDT)
Coronel Jairo (PMDB)
Daniele Guerreiro (PMDB)
Dica (Podemos)
Dionisio Lins (PP)
Fabio Silva (PMDB)
Fatinha (SDD)
Figueiredo (PROS)
Filipe Soares (DEM)
Geraldo Pudim (PMDB)
Gustavo Tutuca (PMDB)
Iranildo Campos (PSD)
Jair Bittencourt
Janio Mendes (PDT)
João Peixoto (PSDC)
Luiz Martins (PDT)
Marcelo Simão (PMDB)
Marcia Jeovani (DEM)
Marcio Canella (PSL)
Marcos Abrahão (PT do B)
Marcos Muller (PHS)
Marcus Vinicius (PTB)
Milton Rangel (DEM)
Nivaldo Mulim (PR)
Paulo Ramos (PSOL)
Pedro Augusto (PMDB)
Renato Cozzolino (PR)
Rosenverg Reis (PMDB)
Silas Bento (PSDB)
Thiago Pampolha (PDT)
Tio Carlos (SDD)
Zaqueu Teixeira (PDT)
Zito (PP)

Votaram pela manutenção das prisões
Benedito Alves (PRB)
Carlos Macedo (PRB)
Carlos Minc (sem partido)
Osorio (PSDB)
Dr. Julianelli (Rede)
Eliomar Coelho (PSOL)
Enfermeira Rejane (PC do B)
Flávio Bolsonaro (PSC)
Flávio Serafini (PSOL)
Gilberto Palmares (PT)
Luiz Paulo (PSDB)
Marcelo Freixo (PSOL)
Marcio Pacheco (PSC)
Martha Rocha (PDT)
Samuel Malafaia (DEM)
Wagner Montes (PRB)
Waldeck Carneiro (PT)
Wanderson Nogueira (PSOL)
Zeidan (PT)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O Elefante na Sala de Estar

Estamos arrepiados com as notícias desta semana. Fatos gravíssimos foram revelados, os quais sempre me fizeram pensar. O Ministro da Justiça Torquato Jardim acusou e criticou a polícia Militar do Rio de Janeiro dizendo o seguinte: “Os comandantes dos batalhões são sócios do crime organizado no Rio. O comando da PM decorre de acerto com deputado estadual e o crime organizado”.

Esse foi um dos temas do filme Tropa de Elite e imagino que a população do Rio, também, questiona a aberração que é o sistema de segurança na cidade, entregue à bandidagem. Creio que muito se discute, muitos especialistas opinam e nada se realiza de forma satisfatória.

Chegou-se ao cúmulo de se fazer uma operação, traçada pelas mais altas patentes do Estado para ser executada na Rocinha, e o resultado foi de fazer corar até a um sem vergonha, nada se conseguiu.

As manobras operacionais nas comunidades carregam em seu bojo muita tristeza e morte de crianças, adolescentes e policiais. Tiro para todos os cantos, helicópteros sobrevoando, a população apavorada, mas o resultado é nulo. Operação “enxugar gelo”! Onde está o serviço de inteligência? E a ABIN?

Diante desse arsenal de bombas que o Ministro soltou, os políticos e governantes enlameados, são incapazes de tomar qualquer atitude de averiguação. Tentam desmoralizar o Dr. Torquato Jardim, mensageiro de terríveis notícias, acusando-o de irresponsável ou de que sua declaração tem finalidade eleitoreira.

No entanto, quem teria coragem de checá-las de verdade? Rodrigo Maia, sempre se mostrando preocupado com os avanços do país, mas bem distante em seu passeio, menciona que essas declarações atrapalham parcerias da União com o Estado do Rio de Janeiro para combater o crime.

Parece que nosso deputado federal pelo Rio não lê as notícias, só no mês passado o Comandante da UPP do Caju foi preso por fornecer armas e munições ao tráfico. Quem foi o responsável por sua indicação?

Vamos combater algum crime desse jeito ou como sempre vamos fingir que estamos trabalhando e deixando mortos inocentes no rastro?

Estas acusações não foram proferidas por qualquer pessoa, mas por um jurista, com bom currículo e que prometeu, em sua posse, estudar a segurança pública com prioridade máxima. Que o crime organizado tomou conta do país não é novidade. Nossa capital, em Brasília, me parece ser a sede.

Agora, onde está a povo dessa cidade e desse país? E os grupos sociais inertes nas situações mais escabrosas pelas quais estamos passando? Nesse clima hediondo, insalubre, inseguro, violento, não se pode continuar. A segurança em um país é da mais alta importância para a sociedade, para a economia e principalmente para o Rio, cidade turística.

Que se apure essa situação, se for pura ilação do Ministro que ele seja punido.