sábado, 25 de fevereiro de 2017

A Máscara da Felicidade

Que país é esse que vive uma crise recessiva, com grande desemprego e corrupção e, no entanto, a população está em massa nas ruas em festa, explodindo de alegria e cores?

Penso que são inúmeros os mecanismos defensivos que envolvem o carnaval.

Creio que o sentimento de liberdade é um deles. São livres para dançar, gritar, para se divertir, tomar as ruas, sem nenhum impedimento, fantasiados ou não, e muitas vezes curtindo com a cara dos políticos.

Também é um alento esse sentimento de pertencimento. Todos estão brincando juntos e são foliões, um sentimento de igualdade os une.  Essa unidade que deveria haver sempre no país é inexistente no dia a dia, mesmo quando o patriotismo nos convoca à união.

Podemos pensar nas fantasias que revelam sonhos de riquezas   que, à essa época, se tornam realidade. As escolas de samba se apresentam, com indumentárias luxuosíssimas. Joãozinho Trinta, mestre dos mestres, já dizia que pobre adora luxo, já que a vida cotidiana é de uma pobreza infinita.

O samba também é convocado para se dançar e brilhar nos pés das passistas que se exibem, de modo glorioso sob holofotes, para o mundo inteiro. Um grande espetáculo que assombra turistas e um ótimo conforto para suportar o peso Brasil.

É assim que entram as multidões atrás dos blocos, e nestas horas, dançam e cantam, geralmente músicas de épocas mais calmas, uma verdadeira catarse. Nesse ambiente mágico, não há lugar para dores, temores, angústias, preocupações, revoltas, pensamento e nem para o amanhã.

Existe também uma sensualidade explícita, um exibicionismo e voyeurismo exacerbados pela própria proximidade entre as pessoas nos cordões carnavalescos. Homens e mulheres de todas as idades sambam e se curtem o tempo todo nessa folia, extravasando suas tensões.

No entanto, não é possível esquecer que o brasileiro é um povo muito oprimido e até hoje temos resquícios da escravidão. A discrepância entre a poderosa riqueza de poucos e a miserabilidade de muitos precisa ser suspensa.

Sair da tenebrosa realidade brasileira e viver o colorido da vida, lava a alma do brasileiro, nem que seja por poucos dias.

Como todos os mecanismos defensivos são incompletos, mesmo os usados no Carnaval, entra a cerveja para salvar essa parte. Haja cerveja!!! A AMBEVE sabe o que faz, deixou o camarote da Sapucaí para patrocinar o carnaval das ruas.

A fantasia dura até quarta-feira de cinzas onde a “realidade colorida” se desfaz e nos obriga ao retorno do deprimido.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Proposta indecente

Acorda Brasil!!! Está passando da hora de salvar a Lava Jato. De nada vai nos ajudar esse empenho frenético na economia, que diga-se de passagem, mal se move, se a impunidade permanecer nesse país.

Está armado o maior esquema de cumplicidade para se apoiar todas as medidas propostas pelo governo e que nos trarão mais sacrifícios. Concomitante a isso, planeja-se fuzilar a Lava Jato.

Escolheram o momento certo, o Carnaval, paixão do povo, para trabalhar febrilmente contra a população. Nomes mais caquéticos, quase todos envolvidos pelo menos em citação, na Lava Jato dando as ordens salvadoras para eles mesmo.

Esses parasitas estão tentando salvar o hospedeiro (o governo) através da recuperação econômica. Isso nos coloca em uma posição onde temos que escolher entre salvar o país dos ratos ou salvar a economia. Proposta indecente.

De mãos dadas com os parasitas estão as mega empresas, donas do pedaço, que se beneficiam da corrupção fazendo lobby, ganhando licitações de presente e prejudicando a concorrência.
Maneira mais eficiente de garantir a reeleição e a eleição dos rebentos não existe.

A população, coitada, leva o bolo. A voracidade chega a assustar e em seu rastro deixa um país quebrado, um povo deprimido que perde as esperanças de dias melhores, de ter escola, segurança, salubridade e cada vez mais se tornam dependentes de bolsa família.

Só quem pode acabar com esse ciclo repugnante é a Lava Jato. Esses jovens que tiveram a coragem de enfrentar esses milicianos do poder e que têm a coragem de puni-los.
Entre 1998 e 2010, dos quinhentos parlamentares investigados pelo STF só um foi punido. Um espetáculo de eficiência! Todo mundo quer ser julgado pelo STF.

A Lava Jato é uma oportunidade de ouro que não podemos perder. O desespero dos políticos é um grande sinal que estamos na direção certa, suas manobras cada vez mais óbvias denunciam suas intenções.
É nosso dever salvar a Lava Jato ou o Brasil continuará nesse vergonhoso ciclo.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Silêncio no Abatedouro


 O que leva nosso país, há tantos anos, conviver com políticos mestres na politicagem e insensíveis aos anseios da população?

Trafegam em direção contrária aos valores morais e da ética e, no momento, muitos estão citados ou indiciados ou até são réus na Lava Jato, mas isso não parece incomodar grande parte dos brasileiros.

Multidões foram às ruas protestar contra esses desmandos, mas estão bem distantes da quantidade gigantesca dos seguidores dos blocos de Carnaval ou da Parada gay.

Entre muitas hipóteses, para a permanência dessas antiquadas raposas, penso que alguns tem a admiração dos jovens que sofreram lavagem cerebral através dos livros do MEC e que torcem por um país comunista, ausentando-se da discussão do atual momento.

A população ao ver a completa falta de consequências dos atos praticados pela classe política, se sente no direito também de ter seus atos ilícitos tolerados. “Ora, se eles podem, eu posso também, está tudo errado mesmo”, são frases que escuto por aí.

O modelo de ser esperto, de roubar até aparelhos de hospitais, de não sentir vergonha, de enganar e mentir parece que compensa a carência sentida pela inoperância do poder público em todos os setores da vida.

Os saques aos estabelecimentos comerciais, aos caminhões de transportes são semelhantes, em menor escala, aos saques que nos têm sido feitos por essa classe abjeta de políticos, com raras exceções.

Estamos vivendo uma falência moral do brasileiro. Aqui é um país de espertos e otários, e os otários estão cada vez mais raros. Em uma sociedade assim é difícil uma mobilização por mudança verdadeira e profunda.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Novo Presidente, mesma Presidência

Não posso deixar de lamentar nosso triste destino, o país perde a credibilidade, desconsidera-se uma nação que anseia por pessoas de bem. Temo pela juventude que há tempos têm como exemplo pessoas indiciadas em vários processos e precisa ser muito forte para sair dessa cultura de desonestidade.

Após pressões políticas, o presidente Temer está vivendo um momento cercado de correligionários por todos os lados, pronto para fazer as reformas que supostamente deveriam colocar o país em movimento.

Foram meses fazendo costuras e conchavos para conseguir ser apoiado em suas pretensões, não se importando com o credo de cada um

Itamar Franco quando soube que havia alguma suspeita sobre seu amigo e colaborador, Hargreaves, o afastou imediatamente, e só retornou ao seu cargo quando sua inocência foi comprovada.

Agora, quantos ministros do presidente estão envolvidos com a Lava Jato? No momento, até Moreira Franco, citado na investigação, tem foro privilegiado.

Glorioso mesmo é o senado com a dupla Eunício de Oliveira, mencionado na Lava Jato e Renan, réu, posando de cavalheiros da legalidade, ambos “defendendo” a luta contra a corrupção. Dominam o senado e debocham de nossos protestos.

Infelizmente o foro privilegiado está aí para proteger a nuvem negra que insiste em nos acompanhar.