sexta-feira, 7 de julho de 2017

"Amanhã pode ser a gente"

O Brasil caminha aos pedaços, uma fragmentação perigosa para o país e para os cidadãos. Chegou a hora do salve-se quem puder.

O Presidente Temer, acusado de tantas irregularidades, teve seu processo fatiado, e está tentando fazer malabarismos para permanecer no poder. Toda a cúpula governamental é mobilizada para salvá-lo da vergonhosa situação em que se meteu, aliciando parlamentares descontentes que não apoiam a corrupção. Alianças inusitadas estão surgindo, afinal “amanhã é a gente”.

Senadores e deputados, muitos na lista do Janot, não sabem o que fazer, mudando de opinião a toda hora, o que os torna além de confusos, bem divididos. Boa parte deles se esqueceu que deveriam trabalhar para o povo e passam seu mandato se dedicando à mudança de leis que tragam impunidade para si.

Impossível desconsiderar a cisão dentro do PSDB. Aécio, que deveria estar preso, encabeça a lista dos “Amigos do Rei”, imaginando que desta maneira estaria livrando a própria pele. Do outro lado, Tasso Jereissati, até agora isento de qualquer suspeita, sabe que a ingovernabilidade do presidente faz o país caminhar ao mais profundo do poço.

O que dizer do judiciário? Um juiz prende e o outro solta, o mesmo cidadão submetido a julgamentos controversos. O fim da força tarefa exclusiva da Lava Jato em Curitiba, anunciada pela Polícia Federa, com tanto trabalho pela frente, é uma festa para as centenas de indiciados e um aceno para a impunidade. A própria Lava Jato, em processo de cisão, nos fala da falta de perspectiva e a autorização para que o país continue no lamaçal em que se encontra.

O país funcionando nessa falta de integração provoca na população perplexidade, paralisação, desalento, desesperança e insegurança. Não há nenhum movimento que promova uma reação. O povo, diante de autoridades doentes e desconexas, se infantiliza. Assim há um comprometimento da personalidade, um convite à alienação.

Poucos ainda têm condição de pensar e até de reagir, muitos atônitos esperam que essas mesmas autoridades, que além de corruptas estão desvairadas com medo da prisão, tomem um rumo. Não tomarão, porque se pensarem no Brasil não serão reeleitos e ainda correm riscos de ficar atrás das grades sem o foro super privilegiado.

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