sexta-feira, 9 de outubro de 2015

OS SEM VERGONHA

Parece uma feira e é, só que de imoralidades.
Viver uma crise não é tarefa fácil, ao contrário, exige grande dose de paciência, resignação e 
entendimento.

Sabemos muito bem os sacrifícios necessários para sobrevivê-la, mas quando estamos num casamento eternizado e indissolúvel com uma classe política tão deplorável, sem moral e sem vergonha, a crise se torna um completo desespero, capaz de levar a sociedade toda ao precipício da moralidade. Vivemos a exceção, onde o correto é o errado, e crime é a norma. Para tempos assim dizer a verdade é um ato revolucionário, como profetizado por George Orwell.

Faz parte dos meandros da política, de qualquer país, entendimentos entre o governo e as Câmaras de deputados e senadores para que os projetos possam fluir. Mas não é o que estamos presenciando, a luta por um ministério, por um cargo ou por uma benesse qualquer, parou o país que está quase em estado terminal. Briga-se pela última gota de sangue do moribundo. Mentem, trapaceiam, impõem nomes para ocupar cargos importantíssimos de pessoas que não possuem as credenciais e a qualificações necessárias para presidirem instituições de grande relevância para a população.

Enquanto isso, sentimos nossa qualidade de vida decaindo a cada dia, desassistidos em nossas necessidades básicas, apesar da elevada carga tributária que pagamos e que, pelo visto, não está dando conta de cobrir manobras cada vez mais sinistras. E esses mesmos imorais e sem credibilidade ainda acham que podem exigir que nós paguemos o pato calados e dóceis.

A avidez, a prepotência, o conluio ao crime, todos vestidos com terno e gravata, sugerindo respeito e elegância, deixam escancarado, sem nenhuma vergonha, que não estão preocupados conosco.

A capacidade de nos envergonharmos e com isso pautarmos nossas vidas de modo digno é fundamental para que qualquer organização floresça, desde a organização familiar, à organização política e governamental. Ela contribui para nossa dignidade na medida em que atos ilícitos, dos mais simples aos mais tenebrosos, sejam censurados. A naturalidade com que aceitamos todos os tipos de desvios, demonstra a degradação moral da nossa sociedade.

Há momentos em que penso que estamos num eterno carnaval quando o assunto é moralidade:
São três dias de folia e brincadeira
Você pra lá e eu para cá
Até quarta-feira  



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