segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A bagunça das vagas no Leblon



A política de quem manda nas ruas são os carros demonstra uma falta de consciência ambiental e de visão sem limites.
Há seis anos venho denunciando um grave fenômeno no Leblon. Um relevante número de moradores deixou, em meu poder, um abaixo-assinado queixando-se da atuação da Guarda Municipal. São permitidas toda sorte de irreverências praticadas por motoristas de carros, de caminhões e micro-ônibus à Rua Gal. Urquiza e Alfredo Russel, no trecho a partir da Rua Dias Ferreira.
No ano de 2010, uma frota de vans escolares, que foram substituídas por micro-ônibus, tomou de assalto essas ruas. Os funcionários dessa empresa, aproveitando-se do clima paradisíaco que aqui existia, deixavam as portas dos veículos abertas, onde lanchavam e dormiam. Horrorizados, recorremos à Leonardo Spritzer, Chefe da Região Administrativa, que rapidamente, tomou as devidas providências para que tivessem um mínimo de compostura, mas infelizmente, só isso foi possível. 
Tudo nos leva a crer que ordens superiores o impediam de retirar essa aberração das ruas.  Protegidos pela lei (imagino que a lei do mais forte) os micro-ônibus permanecem, até hoje ocupando vagas que deveriam ser de todos. Esses monstrengos ficam meses parados e também nos fins de semana, às nossas portas, imundos, repletos de folhas, barro e poeira.
Com as obras do Metrô o terreno do estacionamento do quartel foi, em parte, desativado e os policiais passaram a estacionar nessas pequenas ruas, próximas ao quartel. Até aí nada demais, é até justo, só que as esquinas foram inteiramente bloqueadas de modo ilegal. Mesmo havendo vagas mais à frente ou na rua Gal. Urquiza, sentido praia, os carros permanecem nas esquinas.  
Estacionamentos dos dois lados das ruas, não acontecem em outras pequenas ruas do bairro. Por esses dias a João de Barros cujo estacionamento é à direita, recebeu da CET-RIO sinalização proibindo o uso da esquina. Quanto a nós, os desprotegidos, são as esquinas, sobre as calçadas, nas zebras do chão, nas nossas garagens. O choque visual é tão desagradável que invade nossas almas. Podem escolher a aberração mor: temos fretes, caminhões, carroça do Tio Sam, repletas de quinquilharia, caminhões e carros velhos abandonados.

O que nos causa indignação é que os residentes destas ruas as escolheram porque elas competem em beleza e agradabilidade com as praias e agora estamos encurralados de modo claustrofóbico.
Essas duas ruas se tornaram insalubres, pois não há possibilidade de serem varridas. A insegurança também faz parte do nosso cotidiano, carrinhos de bebê não conseguem passar pelas esquinas e vêm pelo meio da rua. Os transeuntes também se sentem ameaçados, pois esses monstros altos e enormes nos exigem ultrapassa-los para que possamos atravessar a rua. Já presenciei diversos acidentes por conta da obstrução das esquinas.
A desordem que se inicia pela manhã bem cedo, termina de madrugada, pois saindo a Valorosa Guarda, entram os outros donos da rua os Valet Park e os que descobriram outro tipo de vale, o Vale Tudo. Só a ORDEM É PROIBIDA.
A política de quem manda nas ruas são os carros demonstra uma falta de consciência ambiental e de visão sem limites. Gostaria de lembrar que essa discriminação promove não só um crime ambiental, como também um outro tipo de crime que é a opressão aos moradores, que pagam seus impostos e que não podem concordar com qualquer tipo de ingerência que esteja a serviço da desordem urbana.


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