sexta-feira, 24 de julho de 2015

Aniversariante do Mês: O Leblon

O Leblon está completando 96 anos, de um pequeno bairro residencial, dono de um requinte simples, transformou-se em um bairro efervescente, repleto de bares, restaurantes e comércio desproporcional ao seu tamanho. É considerado, por muitos, bem charmoso. Sou apaixonada pelo Leblon, e por isso mesmo, me dou ao direito de mostrar o que não deu certo.

A crítica que faço ao Leblon se deve à forma como as mudanças foram realizadas. Poderia dizer que o nosso bairro estava preparado para dar uma bonita festa para cinquenta convidados, porém convidaram mais cem pessoas. Não se preocuparam em preparar o jardim, com toldos e cadeiras, com o objetivo de que todos ficassem confortáveis.

Portanto, o que faltou ao nosso maravilhoso bairro foi a capacidade do governo de planejar, de pensar que, tamanha modificação, necessitaria de uma infraestrutura que comportasse as mudanças, o que não foi feito, portanto como dizem os arquitetos, esgarçou-se o tecido urbano.

Perdemos a oportunidade de construir  garagens subterrâneas. Como embelezaria o bairro, livrando-nos do aspecto sufocante da absurda quantidade de carros que atravancam nossas ruas. Se for uma bela rua interna, aí sim, joga-se a sujeira em cima do tapete. Não se respeitam esquinas nem garagens, os motoristas ligam o motor em espera e lá permanecem. Em época alguma se presenciou tanta complacência com os micro-ônibus escolares, estacionados e escondidos, as férias inteiras nessas ruas, às portas de nosso edifícios. Poluição visual e ambiental fazem parte dos pacotes que nos obrigaram a engolir.

Não nos incomodaria a existência de bares e restaurantes, caso as regras fossem respeitadas, se nos fosse possível transitar pela calçada e a lei do silêncio estivesse sendo rigorosamente obedecida. Nós moramos, andamos e vivemos aqui, acima de cada imóvel que abriga um tipo de comércio existe um edifício residencial.

Sei muito bem que o bairro atravessa um período difícil devido as obras do Metrô, mas não consigo entender, e muito menos aceitar, o terrível abandono a que estamos submetidos, nós e todos os bairros. Nosso Prefeito Olímpico que embevecido com o fato de ser o Poderoso Chefão do Circuito Olímpico, esqueceu-se dos moradores que o elegeram. Aliás, no item abandono, a COMLURB merecerá uma postagem especial. Tenho boas histórias para contar...

Por enquanto, está a salvo o Cinema Leblon, que ainda não veio abaixo porque o momento econômico não convida, nosso alcaide não se importa com essas bobagens de tombamento e muito menos com o densamento populacional.

Os factoides não param de chegar, teremos parquímetros, o nosso canal da Avenida Visconde de Albuquerque está com o projeto pronto, as ruas receberão melhor asfalto. Tudo não passa de uma simples promessa ao desprestigiado aniversariante.

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