sexta-feira, 3 de julho de 2015

Desocupando a mente

Diante de um mundo circundante tão desconjuntado, torna-se difícil enfrentar as turbulências emocionais que invadem nossas vidas. A reação mais imediata é a tentativa de evasão, se afastar dos acontecimentos, afinal o que os olhos não veem os corações não sentem. Quem sabe, com essa manobra, aquietamos a ansiedade que teima fervilhar em nossas almas e evitamos sermos invadidos pela insuportável dor psíquica?

A busca obsessiva pela internet é um dos caminhos. O sujeito tem a ilusão de que está se informando, participando de tudo, buscando o contato, na medida em que rapidamente devora pequenas notícias que congestionam e deformam a mente. O pensamento é alijado e a saída é a repetição de tudo que lemos e nada processamos. A aparência é de que temos o mundo aos nossos pés, mas no meu modo de entender, estamos a perder o nosso mundo pessoal.

Servem, também, como rota de fuga, o futebol, odiado no momento, porque de forma impiedosa está sempre revivendo o 7x1,  não oferecendo renovo à população. Festas, práticas obsessivas de exercício físico, e toda sorte de entretenimento funcionam como uma espécie de droga que acalma, temporariamente, o nosso sofrimento subjacente.

O nosso pensamento reflete um automatismo que se afasta de um raciocínio lógico, o  movimento é de fragmentação, compatível com um aparelho psíquico desatento. Sobra inércia psíquica, falta criatividade e soluções. O país parou: Política? Nem pensar.

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