sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

2013: Nota 10 & Nota 0


Nota dez - Papa Francisco: a coerência no pensar, no falar e no agir. Uma preocupação fantástica com a vida, que há muito tem sido desprezada. O seu olhar para o ser humano revela uma abrangência maravilhosa. Homem corajoso que defendeu os interesses da Igreja com firmeza, repreendendo o que encontrou de ilícito no Vaticano. É inesquecível a sua figura simples, descendo do avião, carregando a sua pasta, entrando em um carro popular. Igualmente maravilhosa sua atitude de, com os vidros abertos, acenar para a população que tomou as pistas para desespero dos seguranças e deleite dele.
Igualzinho à figura patética de um senador que solicita à FAB um jato para implantar cabelo. Pena que não exista implante de neurônios.

Nota dez - Para o Movimento vinte de Julho, quando nossos jovens saíram da inércia física e psíquica em que se encontravam e protestaram contra toda série de absurdos, às quais, nós desse país, somos submetidos. Esse Movimento arrastou milhões de brasileiros e eu tenho a absoluta certeza de que é o único meio de intimidar esses malfeitores que estão no Poder. “Vem Prá Rua” é a solução do Brasil.

Nota dez - Joaquim Barbosa: se às vezes se excedeu em críticas, teve o mérito de conseguir que o julgamento do mensalão chegasse ao fim. Em meio à escuridão e à desesperança que a corrupção trouxe para o Brasil uma pequena luz se acendeu, mostrando que um dia essa nefasta impunidade poderá chegar ao fim.

Nota dez - Merval Pereira: articulista equilibrado, cujas opiniões emitidas sobre os mais variados assuntos são sempre apoiadas em pesquisadores e estudiosos da área. Não é partidário do chutômetro.

Nota dez - Miriam Leitão: seus artigos são verdadeiras aulas de Economia. Conhecedora do assunto é uma crítica ferrenha das artimanhas do governo para fechar suas contas e esconder uma altíssima inflação.



Nota zero - Para o IPHAN que, após embargar a construção do Cirque Du Soleil na Marina da Glória, voltou atrás, abrindo perigoso precedente. Sabe-se lá o motivo apresentado, mas uma coisa é certa, essas atitudes são responsáveis pela desordem que se instalou na cidade, cada um fazendo o que desejar, confiando no pavoroso jeitinho brasileiro para burlar as leis. A área do Aterro é tombada e não há o que se discutir. Quando pensamos que nos livramos das peripécias do Eike Batista, com seus projetos mirabolantes para a Marina, novo pesadelo surge para o Instituto do Patrimônio Histórico.

Nota zero - Para a Educação: professores recebendo salários ridículos, sem condições econômicas de se prepararem melhor, aliado a um currículo enfadonho e pouco atraente que traz no seu rastro o desastre do ensino: alunos que não aprendem a ler, que tem dificuldades para resolver problemas, estabelecer relações e pensar. A preocupação máxima é com o conteúdo, e este tão distante da realidade das crianças, acaba sendo decorado, portanto sem nenhuma serventia para o crescimento intelectual do aluno. Tanto a escola pública quanto a particular não dispõem de meios iluminados para o incentivo ao estudo.

Nota zero - Para a saúde: ano após ano os mesmos cenários dantescos, símbolos da vergonha nacional.

Nota zero - Para a Light: parece que vergonha é um vocábulo desconhecido por essa empresa que mantém sua rede elétrica do século dezenove. As conseqüências são as contínuas e perigosas explosões dos bueiros, além de frequentes cortes de luz nos bairros. O Leblon e outros bairros são  diariamente brindados com essa irresponsabilidade da Light.

Nota zero - Para a CEDAE: as galerias subterrâneas estão em frangalhos e ninguém consegue decodificar essa rede. É o próprio samba do crioulo doido, o máximo que se consegue fazer são remendos. As ruas são invadidas pelo esgoto pluvial que se mescla com o esgoto fecal proveniente dos bueiros. Estes, por sua vez, parecem que nunca foram limpos. No último temporal a Rua Timóteo da Costa, no Leblon, era um mar de água, lama e lixo. Não foi diferente no resto da cidade. No momento há queixas constantes de total falta de água em vários bairros, porém a conta para pagamento chega no dia certo.          


Nota zero - Para a Bolsa Família. Como é que uma ideia maravilhosa para minimizar um pouquinho a miséria do nosso povo, passou a ser um trunfo eleitoreiro? Conseguiram aprisionar os bolsistas nesta pavorosa e humilhante dependência, em vez de propiciar o desenvolvimento deles, preparando-os para o mercado de trabalho. O conluio é perverso: o governo deseja que se mantenham infantilizados e ignorantes para que, com esses votos, permaneçam no poder, e os que recebem as bolsas acham que estão se dando muito bem, pois não necessitam trabalhar e ao final do mês o salário estará disponível.

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