sexta-feira, 23 de maio de 2014

Teori "Confuso" Zavaski: "O que vale para os quadrúpedes deve valer para os bípedes"

"O que vale para os quadrúpedes deve valer para os bípedes"
proferiu o Ministro durante o julgamento do mensalão

Os brasileiros estão passando por sombrios momentos. Turbulências políticas e explosões sociais diariamente invadem nossas vidas e nos causam enormes transtornos. Nossas crianças são impedidas de comparecer às aulas devido à greve dos professores que sempre lutam por melhores salários e não são ouvidos; os vigilantes bancários, também com suas reivindicações, se ausentaram e impedem que os bancos atendam normalmente A greve de alguns motoristas de ônibus, mesmo sendo contrária aos sindicatos, inviabiliza a chegada dos diversos trabalhadores aos seus locais de trabalho, comprometendo o  atendimentos à população; a polícia civil também realiza greve de advertência.

A nossa sociedade cotidianamente tem de apelar para a sua criatividade criando meios de conseguir conviver com tamanha desordem. Não podemos nos esquecer dos ônibus queimados, barreiras nas ruas, impedindo a passagem e criando caos no trânsito.

Em relação a política, não há um dia sem que escândalos que nos assombrem, parece que as nossas mentes não conseguem guardar todos, devido ao repúdio que essas notícias nos causam. A nossa mais valiosa empresa, a Petrobrás foi dilapidada e quando pensei que a senhora Graça Foster, exemplar funcionária, manteria seu pensamento sobre a Refinaria de Pasadena como um mau negócio, ela cedeu às pressões e reformulou sua concepção. Temos de suportar toda sorte de engodo para que a turma do planalto saia bem na foto.

É bem nítida a distinção entre um governo que trabalha para o povo e um governo que trabalha para si. Os malabarismos para explicar o inexplicável se sucedem cotidianamente, maquila-se tudo, com o objetivo de divulgar a inflação muito abaixo do que constatamos. Como se isso já não fosse o suficiente, ainda surgem os produtos que dançam dentro das embalagens, pois mantiveram o preço, mas reduziram a quantidade. Para controlar o déficit público nossos governantes são capazes até de mexer no FTGS dos empregados e por aí vai

Diante de tanta desordem é natural que a população esteja conturbada emocionalmente, há uma insegurança enorme nos rondando, um desamparo, desconfiança e muita violência. A natureza maravilhosa dessa linda cidade está conspurcada por uma falsa democracia e uma prepotência sem limites da classe política.

Ansiamos por alguma instituição que nos dê alguma esperança que nos mostre que, nós brasileiros, poderemos saltar da montanha russa em que estamos viajando, mas este sonho ainda precisará ser sonhado de novo, pois por enquanto ainda estamos vivendo acordando assustados com os pesadelos. Desta vez o protagonista foi o ministro do Supremo Tribunal Teori Zavascki que, sem ler os processos da operação Lava-Jato, expede uma sentença de soltura para os envolvidos nesse escândalo. O juiz Sérgio Moro, especialista em processos de lavagem de dinheiro e, coerente com o juramento que fez para ocupar o cargo de juiz, não soltou os acusados, lembrando ao ministro que isto poderia acabar em fuga. O ministro recuou e soltou apenas ex –diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, envolvido em acusações de lavagem de dinheiro e corrupção, mantendo os outros na cadeia.
  
O Dr. Teori Zavascki, Ministro da mais alta Corte do país, procurou explicar seus motivos, mas parece-me que cada vez que o fazia tornava-se mais difícil entendê-lo. Com uma atuação tão desconcertante virou assunto da população, nas empresas, nas conversas informais, nas academias de ginástica, nas faculdades, cada um teorizando as suas motivações, cada um lamentando esse desfecho que leva às ruas Paulo Roberto Costa. O acusado, que se aproveitou do cargo que ocupava na Petrobrás, orgulho do povo brasileiro, desconstruiu uma das empresas petrolíferas mais valiosas do mundo para seu próprio interesse e está livre, vestido de cidadão do bem.

Estamos assistindo as consequências da falência das instituições levando o povo a agir de forma emocional, descontrolados, cuidando cada um de si, fazendo suas próprias leis, num processo de desagregação social e psicológico intensos. A vida, nas cidades mais atingidas, vai perdendo o senso de ordem e a população acredita firmemente que conseguirá tudo que necessita através de greve, tumultos e depredações.

A sociedade, vítima de uma série de violências praticadas por seus governantes, através de promessas não cumpridas, resolve retaliar da forma como pode, causando tumulto e transtorno para esta mesma sociedade. Assim, aonde chegaremos? 

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