sexta-feira, 7 de março de 2014

O carioca e a COMLURB

 Alegoria da imundície
(Foto: Ale Silva / Futura Press / Estadão Conteúdo)
Considero o carioca muito pouco presente no que se refere aos cuidados e responsabilidades que o seu bairro ou a sua cidade merecem. Adoram programas cômicos, o carnaval é uma verdadeira apoteose e breve viraremos Bahia. O lazer é intensamente buscado e, muitas vezes, de forma frenética. Costumo ver jovens se deslocando de bar em bar com copos de cerveja nas mãos, sempre em busca de novidades. Confesso que fico sempre triste e chocada diante desse fenômeno que atinge crianças nos seus doze ou treze anos. Penso, também, que ele nos sinaliza que algo não está indo bem.

É óbvio que diversão faz parte da vida dos jovens e também na dos não tão jovens. Evidentemente não estou dizendo que todos se comportam de forma alienada. Vejo muitas críticas e observações muito pertinentes na mídia e nas redes sociais.

Entretanto, por mais que alguém esteja ligado na brincadeira, na conversa, nas músicas, na cerveja é absolutamente incompreensível que os resíduos, os copos, latas, garrafas, papéis de salgadinhos tenham como destino o chão. É muita incivilidade, fruto não só de um estado torporoso como também de um hábito que se instalou na cidade de que a terra é de ninguém.

Essa atitude perversa encontrou este ano (o ano passado o Leblon ficou uma semana sem ver os garis) a greve dos garis da limpeza urbana que pegou a Prefeitura totalmente despreparada. Aliás, só a Prefeitura para marcar uma bobeira dessas, ou seja, nenhum plano B para ocupar a posição dos faltosos.

A outrora esplendorosa e eficiente COMLURB se transformou em uma inoperância absoluta. Quem mora no Leblon anda passando o pão que o diabo amassou nas mãos dessa empresa.

O fato de estarmos sendo submetidos a essa dolorosa e necessária experiência que se chama obras do Metrô, os garis deveriam ser instruídos a ter especiais cuidados para que a população do bairro seja minimamente atingida, porém é o contrário, já que estamos em obras, deixa para lá. Todo mundo sabe que as ruas internas do bairro são varridas por alguns porteiros que se sensibilizam com a poeira que nos invade.

Não existe carro varredura para a Av. Bartolomeu Mitre e a poeira que sobe, devido ao trânsito intenso é sufocante. Também jamais vi jatos de água, tão comuns em outros países nessa situação, serem lançados para aliviar o impacto nocivo dessa poeira, principalmente em crianças e idosos alérgicos.

Completando o caos da atual COMLURB, ela que não dá conta da limpeza urbana, ainda por cima lhe entregaram, aos seus cuidados, nossas árvores. Não precisamos ser adivinhos para enumerar as consequências: não possuem mão de obra qualificada para o serviço, não dispõem de material, as escadas, por exemplo, não alcançam as árvores, a poda é feita na parte de baixo da árvore e por aí vai.  É lamentável presenciar as ervas- de- passarinho cobrindo, como um manto assassino, as belíssimas árvores. E logo eu que sou apaixonada pela natureza.

Penso que a COMLURB precisa de socorro urgente. É fato que os garis são mal remunerados como a maioria da população, mas a empresa pública de limpeza necessita de um maior contingente de pessoal, maior fiscalização para garantir eficiência do trabalho, assim como de técnicos para que cuidem das árvores,  duas já tombaram a um metro de mim. Haja DEUS para acudir nosso povo. Uma nova direção na COMLURB não faria mal algum.

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