sexta-feira, 6 de junho de 2014

14 Fotos: Do Desrespeito à Agressão

Moradores sem esquina.
Qualquer dia sem sala
As cenas de desrespeito se sucedem a todo instante em nossa cidade. O fotógrafo Luiz Claudio Marigo, após ter desmaiado dentro de um ônibus, foi levado pelo motorista, um homem certamente admirável, ao Instituto de Cardiologia em Laranjeiras E aí o inacreditável ocorreu: não recebendo nenhum tipo de socorro da equipe da referida instituição, Marigo veio a falecer. Não consigo imaginar tamanha displicência, tamanha falta de amor humano e omissão, tamanha agressão.  Penso que as autoridades não param para pensar nas consequências graves advindas desse tipo de comportamento que ultimamente norteia nossas vidas.

O que me proponho a relatar hoje certamente não possui a dimensão desse trágico acontecimento, mas segue a mesma linha da falta de respeito, da leniência, do abuso, do abandono e da omissão. Há muito observo um grave problema que vem ocorrendo em ruas internas do Leblon, precisamente, da Rua Dias Ferreira para dentro, incluindo Venâncio Flores, Des. Alfredo Russel, Gal. Urquiza e atualmente se expandido pelas Ruas João de Barros e Artur Ramos.

Creio que é esperado que um bairro devesse ser organizado para progredir. Lamentavelmente não é o que ocorre no Leblon. Doloroso para nós está sendo vivenciar um crescimento atabalhoado, sem nenhum tipo de planejamento. A Rua Dias Ferreira, repleta de atrações, carreou centenas de pessoas que circulam pelo bairro, juntamente com seus carros, que serão jogados de qualquer jeito, sem respeitar regras, nessas ruas secundárias, levando o problema das vagas para outra vizinhança.

Atualmente estamos diante de um novo fato que nos causa estranheza, ligado aos militares do vigésimo Terceiro Batalhão, situado à Rua Capitão Cesar de Andrade. Vindo de automóvel, estacionam seus carros particulares nas quatro esquinas, onde confluem as Ruas Gal. Urquiza e Des. Afredo  Russel. Não sou do tipo que tem horror à polícia, ao contrário, penso que ela executa uma atividade perigosa e muitos perdem suas vidas defendendo a sociedade. Como em todas as profissões encontramos pessoas corretas e outras nem tanto.

O que me parece absurdamente errôneo é que esses policiais, que possuem como objetivo o cumprimento das leis, sejam os primeiros a transgredi-las. A CET-RIO proíbe o estacionamento em esquinas, por motivos óbvios, transeuntes existem e precisam se locomover com segurança. Já perdi a conta do número de vezes que me deparo com carrinhos de compras vindo dos supermercados, ou carrinhos de bebês, procurando um jeito de sair dessa armadilha que plantaram para nós. Muitos podem achar que a ocupação das esquinas é um pequeno detalhe, que pouco influi na nossa segurança, mas pensem na vida de um cadeirante ou de um idoso como dificuldades de locomoção. Não há espaço entre os carros que bloqueiam a calçada, sem contar na visibilidade obstruída pelos carros.

O resultado é sempre o mesmo: as pessoas acabam andando pela rua porque não conseguem chegar à calçada, visto que os carros estão colados uns aos outros. Só falta instalarem uma placa: PASSAGEM PROIBIDA PARA PEDESTRES!

Acontece que os veículos entram na Alfredo Russel a toda velocidade, eu mesma já escapei de ser atropelada por pouco! Burlar regras de trânsito comprometendo a vida das pessoas pode ter inúmeros nomes: desrespeito, falta de sensibilidade e de vergonha, omissão e desvalorização da vida. Ninguém ignora que desordem chama desordem. Quando os policiais se retiram do serviço, aparecem a Valet Park com igual comportamento.

Para completar esse cenário de degradação ambiental surgem os mais inusitados veículos, todos comerciais, que não pertencem aos moradores, em busca de vagas: são caminhonetes de frete, vans de escola, vans de turismo, utilitários dos mais variados serviços e os taxis. Os estacionamentos são gratuitos e os veículos permanecem por vários dias ali, afinal encontraram as suas verdadeiras garagens particulares. As vans escolares passam as férias das crianças nessas ruas, durante quarenta e cinco dias seguidos! Isso para não mencionar as tralhas do botequim Tio Sam, que ele considera a sua contribuição ao acervo do Patrimônio da Humanidade...

O argumento para essa permissão indecorosa de estacionamento de viaturas comerciais em rua residencial é de que não há lei que o proíba. Chega ser patética essa justificativa, pois as leis são antigas e esses problemas não existiam. Alguém já viu frotas de vans escolares usando ruas residenciais como estacionamento privativo há alguns anos atrás?  O que havia eram ônibus escolares guardados nas escolas. Esse é um problema novo que precisa de solução.

Nós, moradores, pagamos nossos impostos e desejamos ser respeitados. Estamos constrangidos e revoltados com tamanha injustiça e impropriedade. Temos o direito como cidadãos de usufruir de nossas ruas, de conseguir um lugar para nós ou para nossos visitantes e a segurança na travessia, com nossas esquinas livres.  No entanto, somos confrontados com o uso comercial do espaço público residencial por estes veículos que abarrotam nossas vias.

As autoridades não podem se omitir a este ponto, não cabe nenhum tipo de favorecimento a A, B ou C ao custo de penalizar os que aqui residem e, muito menos, contribuir de forma a esgarçar o tecido ambiental. Essas ruas, outrora bucólicas, não podem ser depósitos de veículos comerciais, elas pertencem ao bairro do Leblon que, para quem não presta atenção ou ignora, é área de preservação do ambiente cultural da nossa cidade.


Com o fracasso do bom senso, temos que encontrar algum dispositivo legal que impeça essa agressão. Esconder o lixo embaixo do tapete, para a Rua Dias Ferreira ficar elegante, e acarretar para nós uma tremenda poluição visual, é uma indignidade.

Segue abaixo os flagras que registrei recentemente:

Com as rodas na calçada e na frente de uma garagem

Espaço super estreito e sem visibilidade graças a nova banca. Gal. Urquiza

Essa Kombi-Frete ficou ai durante 7 dias! Rua Alfredo Russel

Garagem particular de veículo comercial no espaço público! Rua Alfredo Russel

O reboque do Tio Sam que na verdade é um depósito móvel de barris de chope. Gal Urquiza

Esquina totalmente obstruída. Esquina da Artur Ramos

A raiz deixando as calçadas em péssimo estado...
Imagine passar ai com um cadeirante ou com muletas.
Rua Afredo Russel



A rua virou um pátio de estacionamento de veículos comerciais.
Noite e dia.. R. Alfredo Russel

Dia e noite esquinas obstruídas.
Esquina Alfredo Russel com Gal Urquiza


Não sobram vagas, nem espaços para travessia.

Carretas, vans, kombis - todo tipo de veículo, independente do tamanho para aqui.




A COMLURB fica 7 dias sem varrer as ruas.
Não há como limpá-las com essas vans. A rua chega a causar claustrofobia
 R. Alfredo Russel

R. João de Barros, à vontade


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