sexta-feira, 17 de maio de 2013

O Leblon e o Corredor da Morte

Foto do leitor Luiz Guilherme Margato Marques / Eu-Repórter

Os bairros de Ipanema e Leblon se posicionaram contra a construção do Metro, por múltiplos motivos que advém de uma obra desse porte. Mas venceu a sempre férrea vontade do Prefeito e da Companhia do Metro.

Entre as inúmeras dificuldades que estamos enfrentando, no momento, está o problema da segurança. Da AMALEBLON, às cartas em jornais, das conversas entre amigos ou em nossas casas, o problema dos assaltos passou a ser o prato principal, pois a cada dia o número de pessoas submetidas a essa violência aumenta.

Para se separar o local onde as obras estão sendo realizadas dos prédios, foi construído um comprido e estreito corredor de tapumes, da Rua Afrânio de Melo Franco até o Jardim de Alá, ao qual denominei de Corredor da Morte, pois é um território livre onde os transeuntes ficam desprotegidos e à mercê de marginais.

O alvo preferido são os jovenzinhos saindo da escola e senhoras, de preferência, nas proximidades dos bancos. Ameaçam-se as crianças, roubam os seus pertences, tênis, iPhone, celular, relógio, e o que mais possuírem em plena luz do dia.

Imagino que aos olhos de nossas autoridades tratam-se de pequenos furtos, sem grandes consequências, um prejuízo insignificante, afinal são crianças abastadas, pois residem em bairros nobres (não sei onde está a nobreza). Essa banalização é aviltante, tudo de pior que acontece nessa cidade é banalizado, indicando que estamos diante de uma forma escamoteada de se negar o óbvio e assim evitar providências e responsabilidades.

Ser assaltado é ser submetido a um ato de muita violência, a vivência é traumática, com consequências imprevisíveis. O assaltante pode matar para não ser identificado, pode matar por perversão, por desejo de poder e até por diversão e, em alguns casos, cada vez mais frequentes, cometer um estupro. É importante levarmos em conta que os atuais assaltantes são menores, protegidos por cláusula pétrea de nossa Constituição, portanto são inimputáveis à lei. Tem autorização para fazerem o que desejarem. Afinal, não é isso que vemos a todo instante?

O mínimo que se esperaria de um governo responsável é que, devido à estrutura montada para as obras do Metro em Ipanema e Leblon, fossemos protegidos por uma ostensiva e rigorosa vigilância, principalmente no corredor da morte e não em algumas esquinas que recebem atenção especial. Em uma pequena área onde há grandes registros de criminalidade, é injustificável a ausência de policiais para prevenção de crimes e manutenção da ordem.

É um direito dos moradores e visitantes e um dever das autoridades garantir a segurança, entretanto as instruções que recebemos foram: FIQUEM BEM ATENTOS! Quer dizer, se desconfiarmos que os assaltantes estão próximos, devemos correr, fugir e nos esconder. Mas para onde? Ah! Já sei, uma saída é nos atirarmos no canal do Jardim de Alá e que Alá que nos ajude.

As autoridades precisam parar de debochar dos moradores dessa cidade e assumir o controle da situação com orientações sérias e não com qualquer bobagem que lhes venha à cabeça.
Francamente, estamos vivendo no limite da nossa paciência – UMA ABERRAÇÃO!! Do jeito que está, parece que só uma UPP para resolver o problema... é necessário que uma tragédia maior ocorra para que algo seja feito?A resposta parece sempre a mesma, sim.

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