quarta-feira, 22 de maio de 2013

Nós no Paredón- Vivendo no limite

Foto: Manugor
No limite da tristeza: diariamente tomamos conhecimento de acidentes, colisões, atropelamentos e, como
consequência, muitas vidas perdidas desnecessariamente.

No limite da insensatez: o Pier em Y, fator de muitas controvérsias entre urbanistas, arquitetos e a população de um modo geral, devido a vários motivos inclusive com grande prejuízo ao entorno.

No limite da irresponsabilidade: excesso de velocidade dos veículos: ônibus, carros e motos. Não respeitam nada, circulam no Elevado do Joá a mais de 100km/h, quando o limite, devido à precariedade do Elevado e às obras, é de 60km.

No limite da ética: nunca antes na história deste país se viu tamanha corrupção. Ela existe em todos os setores do governo, sem dó nem piedade, com resultados catastróficos para a população, principalmente nas áreas da saúde e educação. O povo se acostumou a tamanho descaso, que qualquer esmola, como o Bolsa Família, parece uma dádiva.

No limite da vergonha: o salário dos médicos e o modo de tratá-los chega às raias do deboche.    Eles são convidados para exercerem suas atividades profissionais no interior, porém quais as condições oferecidas para exercerem a profissão? Onde estão os hospitais? Solução proposta, importar médicos desqualificados e menos exigentes de outros países, ou seja, a população é que vai pagar o pato. O mesmo tratamento é oferecido aos professores: um corretor de provas do ENEM recebe R$ 1.60 por cada redação e são cem redações por dia. Fico imaginando o professor que deu nota ao deboche da receita de miojo no desenvolvimento da redação. Assim pode-se compreender a maneira descuidada de se efetuar a correção, mas é imperdoável, estamos lidando com o futuro das pessoas.

No limite da injustiça: as provas do ENEM, que prejudicam os vestibulandos, não só pelo exposto acima, como também pela quantidade de erros que as provas trazem, ano após ano, e até a com a compra de gabarito como vimos em edições passadas.

No limite do paradoxal: desconstruir e construir o Maracanã, um gasto enorme. Também assistimos a autorização da construção das torres dubaianas do Donald Trump, no Porto Maravilha, exatamente no momento em que, ele como Prefeito, derruba a AVENIDA PERIMETRAL no intuito de despoluir o ambiente visual. Inacreditável...

No limite da incoerência: para movimentar a economia que, diga-se de passagem, vai de mal a pior, estimula-se a indústria automobilística (sempre elas), através de isenções fiscais, porém as vias urbanas para escoamento do tráfego não crescem na mesma medida. Resultado: perdem-se horas do dia e da vida em engarrafamentos verdadeiramente paulistanos.

No limite da ingratidão: quem acompanhou a batalha do Dr. Liszt Vieira pela proteção do Jardim Botânico sabe o quanto ele se empenhou por essa causa. Recentemente demitido de modo injusto, possivelmente não será lembrado como defensor desse belíssimo patrimônio.

No limite da precariedade: criam-se novos portos, o que é muito bom, mas cadê o resto? Quais os meios de transportes destinados à tarefa de levarem as mercadorias? Hidrovias, ferrovias? As rodovias não estão no seu limite? Um dos grandes gargalos e responsáveis pelo Custo Brasil é a logística de transportes que não é tratada de forma séria.

No limite da insensibilidade: o programa MINHA CASA MINHA VIDA, deveria se chamar MINHA COVA MINHA VIDA. Que pessoas são essas que constroem casas para a população que ou desabam ou estão rachadas? Que aberração é essa?

No limite da contradição: mesmo com um elevado índice de assaltos registrados e sabendo-se que grande parte da população evita fazer a ocorrência, o Comandante do 23º Batalhão, situado no Leblon, nega que haja uma onda de assaltos. No entanto pede ajuda aos moradores que registrem os casos na Delegacia para que se faça um planejamento. Fico imaginando que o Comandante não queira causar pânico na população, mas tenho certeza que, a sociedade gostaria de ouvir dele que está bastante atento e preparando um eficiente esquema de segurança, que nos retire do ambiente de pavor no qual estamos inseridos há vários meses.

Do jeito que a coisa anda é melhor fazer como dizem por aí: “Devolver o Brasil aos índios e pedir desculpas...”.

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