sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A Insistência no Erro

Como se explica que a corrupção seja fator quase inócuo no momento de se decidir uma eleição? Sempre imaginei que uma tenebrosa corrupção, nos mais altos escalões governamentais, poderia desfavorecer e até impedir a eleição de um candidato. Entretanto, parece que não existe correlação entre o desvio de vultosas quantias, de escândalos diários, do comprometimento de quase todas as Instituições em falcatruas e a nossa Presidente, que se diz não saber de nada, estar se mantendo em primeiro lugar.

Não posso deixar de levar em conta que a classe menos favorecida foi contemplada com algumas melhorias. Entretanto, se os recursos que foram surrupiados estivessem direcionados a favorecer todas as áreas que compõem o IDH, imagino o gigantesco salto em qualidade de vida que poderia ser alcançado por todos nós cidadãos brasileiros.

Levanto a hipótese de que estas pessoas passam a se agarrar ao pouco que têm com medo, diante da assustadora propaganda política, de que vão lhes tirar todos os benefícios (acredito que um deles deva ser deixar de tomar iogurte). Estudos apontam que as pessoas se tornam mais avessas ao risco quando estão em situações de falta ou escassez.

A escolaridade da nossa população é mantida a ferro e fogo nos mais baixos padrões. Não existe preocupação alguma com o ensino justamente para manter boa parte do povo nas mãos de políticos populistas. A proposta dos governantes é impedir que a população alcance um nível de instrução que lhes permita pensar o Brasil de um modo maior, onde haja significativo desenvolvimento do país na sua totalidade, beneficiando a todos nós.

Já me perguntaram se o povo é conformado e eu acho que é paralisado.

Segundo uma pesquisa realizada, a população que reside em favelas respondeu que se sente muito feliz em residir lá e não desejam se mudar de jeito nenhum (os gastos com serviços inexistem é verdade). A preocupação é com o dia a dia, desconhecem o significado da palavra cidadania e não percebem que contribuem para a monumental arrecadação tributária. São trilhões arrecadados que não lhe são devolvidos sob a forma de serviços essenciais básicos.

A cultura tem sido extremamente beneficiada nesse governo e lhe presta grande devoção. Aplacam a sua consciência referindo-se à inclusão social, à distribuição de renda e fecham a consciência diante de tudo que é surrupiado e que poderia ter sido evitado como a falência da saúde, transporte, habitação, infraestrutura e etc.

Torna-se totalmente incompreensível para mim que pessoas da classe intelectual, ditas da esquerda, não se envergonham de compactuar com os inimagináveis recursos que abastecem as contas bancárias dos tais protetores dos pobres que se fartam de mordomias esdrúxulas. Ou os nossos intelectuais não pensam ou odeiam a população carente e desejam que ela fique do jeito que está para que eles não percam, na escala social, o lugar de classe média.

Há um grupo de pessoas esclarecidas que veem e não veem a corrupção. Para elas é necessário manter, a todo custo, a sua crença de que o PT é o único partido que é capaz de se preocupar com o social e a pobreza. Não cabe, na sua realidade psíquica, a constatação da verdade de que esses anos todos eles têm apoiado um erro.

Na lista dos quarenta por cento que apoiam a nossa presidente estão os maus empresários, aqueles que superfaturam obras, que desconhecem a palavra planejamento, com o intuito de arrecadarem o máximo que puderem e sempre oferecendo o mínimo, com obras de péssima qualidade, algumas até desabando. Oferecem fortunas nas campanhas, sempre de olho no retorno deste investimento que é muito rentável.

Enigmática é a posição dúbia de Frei Beto que, fazendo parte do governo, se desincompatibilizou do cargo que ocupava por não concordar com as trapaças. Ele tem plena consciência da corrupção transcendental que assola o nosso país. Difícil é tirar o PT de dentro dele.     

Essa maneira de governar, mentindo, enganando o povo, fazendo uma campanha dolorosamente vergonhosa e traz consequências morais sérias. Hoje em dia não há a preocupação com o próximo, com a qualidade dos serviços prestados, com os preços exorbitantes cobrados, com o vale tudo institucionalizado. O negócio é ficar rico.


O exposto acima é uma tentativa de explicar os quarenta por cento da população que opta por votar no PT. Tento entender o que se passa nas cabeças dessas pessoas que insistem em apoiar um partido que se move através de esquemas criminosos fazendo de tudo para se manter no poder e que ironicamente surgiu como o partido da ética.

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