sexta-feira, 27 de abril de 2018

No Rio nem jacaré se salva

A cidade do Rio de Janeiro vem sofrendo uma deterioração sem precedentes. É visível em cada morador a decepção, a tristeza e o inconformismo, frutos de corrupção, de políticos incompetentes e gestões temerárias que transformaram a cidade de maravilhosa, cuja beleza natural é inacreditável, em caótica. 

A crise econômica, social e cultural que se abateu sobre a cidade deixou rastros marcantes na paisagem e na vida dos cariocas e conduziram os moradores a um clima político como nunca vistos. Claro que buscamos freneticamente os culpados por essa derrocada.

Discute-se política o tempo todo, até o futebol está perdendo a majestade, porque queremos saber se os incapazes e inescrupulosos que governaram essa cidade serão punidos e como vamos sair dessa.

Basta olhar ao nosso redor, o centro da cidade, outrora agradável, se assemelha a uma cidade fantasma. Centenas de lojas e escritórios fechados e a balbúrdia de milhares de camelôs, constituem um cenário que nos choca. Seguem os bairros em um caminho semelhante, com a vida comercial local arrasada.

À noitinha, ninguém nas ruas, insegurança, falta de dinheiro para se pagar restaurantes e bares caríssimos, fora da realidade. Estes parecem que se esqueceram de que o Rio está falido, nossos impostos sumiram nas mãos da malandragem política carioca.

Nem gosto de pensar na orgia econômica feita por esses incompetentes governantes. Para os Jogos Olímpicos e Copa do Mundo construíram freneticamente, e sem necessidade, verdadeiros mausoléus que se transformaram em ônus para a cidade. Cadê o nosso Maracanã que custou 1,3 bi?

Recursos extraordinários foram inseridos na baía de Guanabara e ela continua poderosamente suja. Igualmente as lagoas da Barra onde a jacarés disputam espaço com sofás e geladeiras e que vão levar o biólogo Mario Moscatelli à loucura. Cidade abençoada por cenários cinematográficos que poderiam nos render um turismo e tanto, apenas nos mostram a imagem da degradação.

Com o olhar apenas na política e na esteira dos desastres sociais e econômicos, lá se vai a vida cultural da cidade. Não existe ânimo para o estudo e o trabalho, quando existe é sempre mal remunerado. Devido ao clima de violência e insegurança que reina na cidade, muitos congressos e exibições de música são transferidos para São Paulo.

Em dias de feriados a corrida para fugir desse triste cenário é grande, buscando lugares melhores, e o turismo, que é inexistente, deixa a cidade vazia e os poucos que se aventuravam na noite carioca desapareceram, então mais um martírio para comerciantes em geral.

Isso para não trazer um assunto tremendo que é o estado de sítio da cidade na guerra entre polícia, traficantes e milicianos.

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