quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Evelyn Rosenzweig: Em defesa dos Moradores ou Empresários?

Evelyn e Dudu, tanta intimidade, mas pouco resultado...
 A Sra. Evelyn Rosenzweig, em sua última coluna quinzenal da Revista Zona Sul de O Globo de 9/10/2013, mostrou-se muito decepcionada com ausência dos moradores às reuniões, apesar de terem sido convocados.

Podemos pensar que alguns fatores são os causadores desse absenteísmo, porém o que nos parece o possível é que as duas Associações raramente terão interesses convergentes, e no meu modo de entender,  o fato delas serem presididas por uma mesma pessoa é até patológico e antiético.

Cito como exemplo os proprietários dos bares e restaurantes do Leblon: comportam-se, com raras exceções, de uma maneira frenética, tentando se apoderar do máximo de espaço, disponível ou não que puderem, usando meios lícitos e ilícitos, degradando o ambiente, provocando desordem, desprezando os moradores, fixados nos lucros que poderão obter.

Os moradores não são contrários a que os empresários trabalhem, frutifiquem o seu capital e que sejam felizes, mas não podemos concordar com a proposta deles de que o céu é o limite, modulando o seu comportamento como se estivéssemos no tempo das Capitanias Hereditárias.

Tutti Buona Gente!
Não podemos concordar com o uso abusivo das calçadas, das festas particulares dos clientes como se o espaço público fosse extensão de suas casas, com muita bebida, muito barulho e até carro de som. Não há lei que seja respeitada. A nossa cidadania está tão atingida que perdemos até o direito de dormir, já que as baladas, em plena rua, terminam ao raiar do dia.

Nós, moradores desse bairro, bonito por natureza e destruído com certeza, já mencionamos em postagem recente, as milhares de reclamações feitas à SeOP sobre esse descalabro. Nada mudo. Poucos fiscais? Talvez. Muita corrupção? Pode ser. A verdade é que grande parte dos moradores não se sente representada pela associação ou tem pouca credibilidade em sua função. Qualquer vitória é de iniciativa pessoal do morador e com muito sacrifício.

Causou-me estranheza que Troigros, dono do sofisticado Olympe, esteja na Rua Dias Ferreira, no CT Boucherie comandando a mais nova falta de estética e de ética da Rua, desrespeitando os que aqui residem com a sua nova decoração: o seu espaço da calçada é cercado por cestos com plantas medonhas e as cadeiras “aguardando clientes” enfileiradas sob a marquise da loja vizinha. Um espetáculo degradante.  E o que faz a AMALEBLON? Nada...Vale tudo, afinal a AMALEBLON parece subordinada a Associação Comercial do Leblon.

Acabamos de ganhar mais um presente, o Bar do Tom, na Avenida Bartolomeu Mitre, vermelhinho, fechadinho e, mas certamente com clientes em espera na calçada e com serviço de bar os atendendo. Não há mais discriminação de locais, os bares entram pelas ruas que bem entenderem. Essa mesmice, de bares, chega ser cansativa, além de provocar a desconstrução de um bairro residencial.

A pergunta que faço é como poderá a senhora Evelyn, presidente da Associação Comercial, pleitear junto aos órgãos do governo que se cumpram as leis e que se impeçam novas licenças? Esse procedimento não deveria ser difícil ser conseguido pelo bairro, pois já temos o exemplo das farmácias, que estão proibidas de estabelecerem novas unidades, mas certamente este fato não se deveu a Associação das Farmácias...

Por três vezes a senhora Evelyn se movimentou. A primeira foi para evitar que a linha do Metrô atingisse o Leblon, apoiada pelos moradores. A segunda foi em defesa da ideia de que pequenos ônibus deveriam circular pelo bairro para evitar engarrafamentos. E a Terceira, sua luta contra a construção de uma escola, na Rua Timóteo da Costa, local onde ela reside, já que tumultuaria o fluxo dos veículos e o barulho seria incômodo. Infelizmente nenhuma das propostas foi concretizada.

O que dizer de nós bombardeados pelo fluxo de um comércio barulhento que cresce de modo sufocante, já que novos bares e restaurantes se instalam em qualquer rua, num bairro tão pequeno. E o trânsito? Pelo visto é livre. O Leblon esta parecendo uma favela, onde cada buraquinho é ocupado por um barzinho que vira um barulhão. Não temos um plano diretor nem um planejamento sério que cuide de um bairro que é área de preservação do ambiente cultural.

A Associação Comercial do Leblon deve merecidos aplausos a Senhora Evelyn, assim como a CAL que esta senhora preside cuja atividade é apoio às famílias de dependentes químicos que podem ser reunir na região administrativa. Porém nós moradores fomos relegados ao abandono devido à contradição em termos a nossa presidente, que deveria zelar pelos moradores, também defendendo os interesses, em grande parte conflitantes, dos empresários que tanto nos incomodam e são uma das grandes fontes de problemas do bairro.


Por muitos e muitos anos sofremos com a falta de uma liderança local inspiradora, que congregue os moradores em prol das causas do bairro. Sabemos que isso é difícil, mas não impossível. Bem próximo ao nosso bairro, temos um exemplo de luta e resposta com o apoio dos moradores. Não basta ficar reclamando nos jornais que os moradores não se interessam por nada, tem que se entender o porquê da falta de engajamento. Talvez a resposta tenha um gosto amargo...

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