sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Marina Silva: Entre o Discurso e a Prática

Marina que era do PV, depois foi para a REDE e
agora no PSB,enquanto lhe favorecer 
Quando um país se desorganiza econômica, moral e socialmente, instala-se um clima de tanta insegurança, de desesperança e de angústia que se cria um terreno extremamente apropriado para a busca de um salvador. Chegou a nossa vez de buscarmos a nossa Salvadora, Marina Silva, fruto emocional de uma população, cansada de ser  explorada por governantes, cujos únicos objetivos são eleitoreiros.

Em repetitivo mote “como Presidente trilharei o caminho de uma nova política”, a candidata do PSB ou da REDE, não consegui entender muito bem ainda, não deu nenhum tipo de explicação sobre como procederá para que se configure uma nova política. Ela deixa a cargo do imaginário popular o sonho de que a partir dela, na Presidência, vai ressurgir um novo Brasil.

De um país eivado de graves deficiências surgirá uma Shangri-lá. Nisso não existe nenhuma originalidade própria de Marina, pois esta visão em muito se parece com a de seu mentor político, o ex- presidente Lula, "aquele que inventou o Brasil". Vale lembrar que toda a trajetória política de Marina foi ao lado do PT, fazendo inclusive parte do governo do ex-presidente.

Creio que a ideia de uma nova política surgiu após o movimento de 2013, onde a população indignada revoltou-se contra a política e contra os políticos, assim como execrou a corrupção endêmica, os desvarios da Câmara e do Senado com seu toma” lá da cá “,a impunidade, as falências em diversas áreas essenciais à vida e ao desenvolvimento do país.

Esse intenso descontentamento foi creditado, também, a uma suposta nova forma de governar, cujo objetivo era permanecer no poder durante quarenta anos. Toda a equipe governamental se envolveu de tal maneira com esse projeto que acabou se esquecendo de problemas gravíssimos que ainda infernizam a vida dos cidadãos.  

Eis que diante deste caldo de amargura, surge a Profetisa Marina trazendo a mensagem de novos e maravilhosos caminhos, recheando de entusiasmo o vazio de quem tanto odiava os velhos caminhos.

À primeira vista, pareceu-me que a população se contentou com a nova política e os novos caminhos, sem precisar questionar em que tipo de aventura entraríamos. Penso, entretanto, que muitos desses revoltados, dentre os quais me incluo, desejam saber como isso será feito.

Retirando da pauta o mundo mágico de Marina, posso visualizar uma pessoa inteligente, bem articulada, com excelente fluência verbal, determinada a vender o seu pacote.  Por mais que se esforce por ser uma pessoa simples, a sua postura de superioridade política, pessoal e intelectual é chocante, como se ninguém se comparasse à sua integridade moral e competência.

Estranhamente na última eleição para presidente, Marina teve uma votação pífia em seu estado natal, o Acre. Quando confrontada com o fato, na entrevista do Jornal Nacional, ela afirmou que o baixo desempenho nas urnas se deu ao fato de que “havia contrariado o interesse de grupos locais”. Ora, se tal aconteceu, este é mais um motivo para que o povo votasse a seu favor, já que ela os teria defendido e protegido contra interesses “privados”.

Marina vende uma pureza patológica. A arte da política consiste, também, em fazer acordos que beneficiem o país, mas ela teme se macular ao conversar com políticos que, segundo a sua conceituação, não são da sua  estirpe. Mesmo que Marina possua boas ideias e, certamente, ela as terá principalmente no que concerne ao meio ambiente, precisará de ser sustentada por uma base política. Mas com tantas idiossincrasias, como poderá governar?

Procura se escudar de tamanha aberração com a seguinte frase: isso foi acordado com o Eduardo, não vou a tal palanque. O problema referente ao proprietário do avião também foi do partido que o contratou e com isso se isenta de qualquer responsabilidade. Marina Silva se esquece de que não é mais candidata à Vice- Presidência, mas à Presidente da República e precisa fazer uso das atribuições que lhe couberem.

Governar esse gigante não é tarefa simples, é bem diferente de discursar e de fazer promessas. Exige humildade para enfrentar tantos desafios,  amadurecimento psicológico, capacidade de liderança sem ofuscar a sua equipe, planejamento intenso, transitar entre os justos e os pecadores, isto é, lidar com um congresso viciado em benesses pessoais, formar equipes competentes e honestas e ter compaixão pelos milhões de brasileiros que simplesmente sobrevivem. 



   

Nenhum comentário:

Postar um comentário