Quando o Brasil foi escolhido para sediar os eventos
esportivos, comecei a pensar nos anos de abandono que a cidade sofreria devido
ao foco exclusivo às obras milionárias, falhando em todos os itens relativos
ao bom andamento das instituições, resultando em um atendimento deficiente à população em
áreas vitais básicas.
Lamentei os transtornos ambientais, é claro, devido ao
gigantismo das obras, tremi quanto aos gastos faraônicos devido ao tipo de
planejamento feito, isto é, sem planejamento, percebi o enorme rio de corrupção
que desembocaria nas contas dos políticos.
Passados cinco anos as contas chegaram às nossas mãos, um
Rio de Janeiro desconfortável, violento, maltratado em todos os sentidos,
fazendo com que a população, mesmo endividada, viaje sem parar com o objetivo
de aliviar o estresse.
Eu acredito que somente a Secretaria de Obras esteja
trabalhando, e pelo que tenho visto mal, haja visto o transtorno que o tatuzão
provocou rachando alguns prédios da Rua
Barão da Torre, causando pânico aos moradores. Acho inacreditável que mesmo
sendo do conhecimento dos engenheiros de que se tratava de um terreno arenoso,
não tomaram as precauções necessárias.
Hoje, entre outras mil coisas desagradáveis que tenho
presenciado, gostaria de perguntar se a CET-RIO foi extinta. A razão é que as
antigas vans escolares, que moravam em nossas ruas, foram substituídas por
micro-ônibus Mercedes Benz com vinte e um lugares (já que não existem gastos
com estacionamentos, a frota desta empresa se sofistica todo ano).
Esses veículos passam fins de semanas inteiros ocupando
grande parte das vagas, em frente às nossas casas, prejudicando a segurança devido
à perda da visibilidade. É uma visão aterradora ter sua rua transformada em
estacionamento comercial. Essa desordem, fruto de vista grossa, contraria todas
as regras e se trata de um atentado ao urbanismo que parece ser a marca deste governo.
Alguém sabe qual o objetivo da Seconserva? Acredito que seja acolher apadrinhados. Além
das árvores que já caíram aos montes no Leblon, e nesta semana no resto da
cidade, podemos perceber pela foto o desespero desta maravilhosa amendoeira tomada
totalmente pelas ervas-de- passarinho. Não há político que consiga convencer à
Seconserva que precisamos salvar esta maravilha fadada ao tombamento, e o pior é
que este é o único tombamento definitivo da cidade.
Outra aberração foi fotografada em um domingo de inverno no
Leblon. No calçadão da praia existem dois quiosques feiíssimos, cor de abóbora,
bem grandes, suficientes para a população, mas como no Leblon a aposta é quanto
mais brega melhor, completava o cenário, duas barracas na areia, igualmente
pavorosas e próximas do quiosque. Como é que a Secretaria de Ordem Pública autoriza esse horror?
Por último, o Muro de Berlim do Leblon: Humberto de Campos, esquina da Rua Gal. Urquiza. Fiquei tão impactada com o projeto deste muro, que circunda o novo prédio, que comecei a observar os vários transeuntes que por ali passavam olhando incrédulos a última aberração do bairro. É bem claro para mim que nossa cidade, nas últimas décadas, vem sendo submetida a uma urbanização selvagem, mas com isso eu não contava.
E por falar em urbanização selvagem, hoje tivemos a tristeza de constatar que Eduardo Paes, nosso impulsivo Prefeito, não levou em consideração o parecer do Conselho do Patrimônio inteiramente contrário ao destombamento do cinema Leblon. Na esteira desse ato, consequências gravíssimas podem ocorrer. Existe uma população que aqui reside e que está sendo muito atingida em seus anseios e expectativas quando vê as suas representações amplamente ignoradas pelo Prefeito.
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