sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Aécio, queremos uma explicação

Nos últimos doze anos deste governo, marcas profundas ficaram em minha mente, dolorosas recordações dos malabarismos que tinham como objetivo encobrir a verdade. O que era óbvio, documentado, comprovado nas incríveis falcatruas foi submetido a distorções tão intensas que os falsários acabavam no colo do governo como grandes vítimas da oposição, simples perseguidos políticos.

Qualquer governante é passível de cometer erros e, em se tratando de uma a máquina pública gigantesca, é facílimo a ocorrência de desvios. Caberia a um governo sério, sempre que ocorressem fatos nocivos ao erário, se desculpar perante a nação, apurar os fatos e punir os responsáveis. Esperamos, em vão, que isso acontecesse.

O candidato à Presidência Aécio Neves tem sofrido várias especulações a respeito da construção do Aeroporto em Cláudio, enquanto governador   de Minas Gerais. A população brasileira clama por mudanças, são várias as que precisamos, mas existe uma que pode marcar um grande diferencial.

Trata-se de se dar explicações bem pensadas, tranquilas e se houveram equívocos relativos a esse acontecimento que sejam esclarecidos. Considero um fato grave ultrapassar esse momento em que explicações se fazem necessárias, apelando para o fato de que o dinheiro gasto no Aeroporto é ínfimo comparado aos bilhões que vem sumindo do erário.

Nenhuma subversão do dinheiro público, independente do tamanho,  se equivale a outra. A discussão de quem roubou mais ou menos não os tornariam menos culpados, caso as suspeitas que recaem sobre Aécio sejam verdadeiras.

As estruturas da confiabilidade, da correção administrativa, do respeito ao dinheiro do povo, do investimento maciço em infraestrutura e que nos moveria do lamaçal da descrença para a esperança não poderão ser perdidas neste momento.

Não desejamos um santo, nem tampouco um salvador, mas um ser humano que pode até errar, mas que se responsabilize perante à nação pelos seus erros. Não existe nada que dignifique mais um homem do que admitir equívocos.

A desesperança de encontrar pessoas compromissadas com a sociedade está impedindo nossos jovens de votar. Será que existe cenário mais desolador para um país do que esse? Tenho ouvido com frequência a frase: "não vou votar porque é mais do mesmo".

Não estou mencionando esse fato devido ao escândalo e proveito político que o PT pensa que vai tirar da construção do aeroporto em Cláudio. A janela de vidro do PT não tem tamanho, é incomensurável. Reduzir a disputa eleitoral a qual candidato é menos desonesto seria afastar ainda mais esse gigante que é o Brasil do caminho da moralidade.

Nessa linha de marcar as diferenças, estará um programa de governo capaz de dar conta dos estragos, sem enganação. É comum no ardor das campanhas surgirem promessas impossíveis de serem cumpridas até pela poderosa Angela Merkel. A população precisa acreditar no que é real e possível e não em delírios e fantasias do impossível.   

A crise moral na qual estamos inseridos, devido ao relativismo moral, traz consequências perversas: “se o Presidente não precisa seguir as leis, por que eu deveria fazê-lo?” É o típico pensamento do brasileiro, e com esse tipo de conduta não existe contenção dos impulsos. Passamos a viver em uma sociedade agressiva e sempre com receio de retaliações. Voltamos à barbárie.


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