sexta-feira, 30 de setembro de 2016

As Flores do Lamaçal

Estamos na primavera e nas vésperas das eleições, mas o Rio de Janeiro não é uma cidade florida. As flores enfeitam a vida e enchem nossos olhos de beleza, mas em seu lugar brota o desmatamento e casebres, muitas vezes na linha do trem, como está acontecendo em Maria da Graça.

O Rio, de deslumbrante beleza, possui alguns bairros razoáveis, mas é envolvido por um grande favelão onde não vicejam as flores, mas sim uma praga: o crime organizado, as milícias, as cobranças de pedágio e onde muitas vezes policiais acabam se misturando aos marginais.

Nos lugares onde falta o básico para se viver com respeito, sobra terreno para o exercício da bandidagem. Fez muito bem a Rocinha, lugar aonde ainda existe grande número de tuberculosos, de não aceitar a oferta de um teleférico, pois precisavam de saneamento básico.

Há muito tempo o Secretário Beltrame vem avisando de que UPP sem os serviços sociais estariam fadadas ao insucesso, mas a demagogia é outra vilã não dá flores e adubam o solo para bandidos.
Os candidatos a Prefeito como sempre, nos informam que vão colocar Guarda Municipal nas ruas, como fez Eduardo Paes durante um mês. Não há contingente de policiais suficientes, você anda quilômetros e constata que o policiamento é zero. De fato, o Estado sozinho é incapaz de cuidar da segurança pública do município, e a prefeitura precisa fazer mais.

Estamos enxugando gelo, voltaram à praça os antigos arrastões, assaltos nas ruas, nos ônibus, vandalismos absurdos no BRT e tudo mais que deixa o cidadão de bem à mercê dos marginais.

Eu espero realmente que algum candidato creia que a urbanização da favela é uma das mais urgentes coisas a se fazer e inclusive impedir o desmatamento desenfreado que se deu no Rio nos últimos oito anos. O poder público tem obrigações que não podem ser cedidas ao tráfico. Colocar essas crianças que fazem rolezinho estudando, chamando os pais à responsabilidade também é uma solução urgente.

Precisamos de um candidato sensível que se lembre que as favelas são frutos de inoperantes políticos e que pense que só teremos segurança quando todos os cidadãos forem tratados com respeito e dignidade. Sinceramente, me cansa ver a falta de percepção do óbvio, não sei se por ganância, falta de coragem, negação, medo, ou achar que não vale a pena investir em pobre.

Sei que o desencanto é grande, o meu também é, mas NÃO DEIXEM DE VOTAR, caso contrário seu voto irá para outro, que talvez não possa nos ajudar em nada. Há candidatos sérios, e que parecem mais próximos da população. Chega de VLT milionários, uma fortuna, que poderia ser direcionada às carências da cidade.

Agora depois das Olimpíadas e das Eleições, o Rio pode entrar numa era das trevas, com saída dos reforços federais de policiamento e a falência completa do Estado, temos que ter muito cuidado para que o banditismo não tome conta de vez. A festa finalmente acabou, e o próximo prefeito terá o ingrato papel de segurar as pontas com que o sobrou.

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