sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A Interdependência Entre os Poderes

Acho bom que os mandatários do Brasil percebam a ojeriza que estão causando à população. Além de ficarem de costas para o povo, ainda têm como agravante o fato de serem todos protegidos pelo foro privilegiado, ou seja, só poderão ser julgados pelo STF.

Embora os valores éticos não façam parte do currículo desse “seletíssimo” grupo de privilegiados, com raras exceções, o que me chama a atenção é a impunidade. Fico espantada ao verificar que o Senador Renan, mais parecido com um Coronel do Nordeste, ainda seja presidente do Senado da República. Apesar de ser réu em vários processos, continua mandando e desmandando, exibindo uma postura de extrema arrogância, travestido de honestidade.

Fato inusitado aconteceu durante a cassação de Dilma. Renan ouviu de Gleisi que os senadores não tinham moral para julgar Dilma. Tamanha provocação levou o presidente do Senado ao desespero e, aos gritos, declarou ao vivo, em rede de televisão, que ela e o marido Paulo Bernardo (aquele que incluía nos contracheques dos endividados uma porcentagem para ele e seus companheiros) foram salvos por ele! Lembrando-lhe o pedido feito ao ministro Dias Tofolli com o objetivo de soltar o preso Paulo Bernardo e que ela não fosse investigada pela Lava Jato.

Confissão lamentável que desnuda a personalidade de Renan, impune, mostrando seu livre trânsito no STF e inclusive podendo obter vantagens para seus amigos. Se achando Todo Poderoso, não conseguiu se conter e acabou incluindo como membro do Supremo, o Tofolli, o que nos leva a pensar que a imparcialidade muitas vezes não se sustenta.

Até quando o Brasil vai se curvar a esse Senador? O foro privilegiado é o maior atraso que um país possa ter. Precisamos urgente acabar com essa indecência que existe na Constituição e que permite que essa série de imoralidades e de jeitinhos perversos permaneçam no país.

Todos conhecem a lentidão do Supremo Tribunal não só pelo excesso de trabalho, mas também pela dificuldade em julgar figuras poderosas. Gostaríamos de lembrar às Vossas Excelências que as suas togas deverão ser usadas para condenar, sempre que haja provas, e nunca para proteger os poderosos que praticaram atos lesivos à pátria e por sequência à população brasileira.

Caso devam alguma fidelidade não é a quem os indicou, mas à nação. Na sua postura leniente estariam confessando que não chegaram lá pelos seus méritos, e sim por apadrinhamento, precisando pagar pedágio o resto da vida, como mencionou um jornalista.

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