sexta-feira, 1 de maio de 2015

A "Onipotência" deve ceder a vez à Sensibilidade

 Grande parte do campo de golf era área preservada.
Mais informações no Urbe CaRioca
A ambição desmedida de um ex-presidente trouxe para o Brasil e, mais precisamente para o Rio, como se fosse um prêmio, a possibilidade de sediar três grandes eventos mundiais. Copa das Confederações, Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Evidentemente quem conhece a nossa cidade, sabe das dificuldades que enfrentamos na área social, infraestrutura, mobilidade, escassez de hotelaria e na péssima qualidade dos serviços. A beleza do Rio vem se apagando diante da falta de planejamento, de recursos, da incapacidade de gestão e pela abominável corrupção.

O planejamento em longo prazo, tão necessário ao crescimento e desenvolvimento harmonioso da cidade, não trilha o caminho da continuidade pelo prefeito seguinte. Geralmente somos subordinados aos projetos pessoais de cada um, ao tomar posse da chefia do município, e assim a nossa cidade deixa muito a desejar no quesito cidade-confortável- agradável-de-se-viver.

Coube ao Prefeito do Rio, a partir da sua dupla gestão, a incumbência de preparar a cidade  possibilitando-a a receber enorme contingente de pessoas, de jogos, de equipes jornalísticas etc. Para uma cidade fragmentada pode-se dizer que é uma tarefa hercúlea.

Tarefa dessa ordem necessitaria de projetos cuidadosamente elaborados, por uma equipe multidisciplinar, onde engenharia de transporte, de estrada, telecomunicações, assim como urbanistas e arquitetos pudessem se debruçar sobre o desafio de elaborar um projeto que poderia ser continuado. Cabem a esses projetos a qualidade da transparência, o que não ocorre dando-nos a impressão de que uma tremenda desorganização paira no ar.  

Percebo que alguns arquitetos vêm questionando a ausência de planejamento e a forma da execução das obras da cidade, geridas exclusivamente pelas famosas empreiteiras, conhecidas no Brasil e na América do Sul, e atualmente no mundo. Na minha observação, o ensaio e erro tão conhecido dos ratinhos, substituiu um necessário e cuidadoso projeto. Com isso as tenebrosas empreiteiras consomem fábulas de recursos e apresentam serviços de quinta categoria.

A maioria das obras foi edificada no Porto e na Barra da Tijuca sem a preocupação de agregar a cidade. Após tantas intervenções, algumas supérfluas no meu entendimento, o nosso majestoso Rio está sendo maltratado pelas mãos do homem.

Com os recursos disponibilizados no aquário, no campo de golfe (que segundo o prefeito resultou da parceria pública privada, mas à custa de quê?), a destruição e construção do Maracanã, poderiam ser aplicados em dezenas de obras na cidade que ficou inteiramente abandonada há sete anos. Uma delas seria a de saneamento, mas quem conhece a personalidade do prefeito sabe muito bem que sua preferência é da calçada para cima.


Prefeito, se ainda der tempo gostaria de lembrá-lo que desde a sua posse a cidade está feia, pobre, suja, as árvores entrando em nossas casas, obstruindo a iluminação das lâmpadas, com ervas daninhas encastelando-se em várias. Entendemos que há obras em andamento, porém não existe justificativa para a omissão de todas as Secretarias Municipais. Precisamos que sua onipotência ceda a vez à sua sensibilidade. Ficaríamos muito agradecidos.

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