Grande parte do campo de golf era área preservada. Mais informações no Urbe CaRioca |
A ambição desmedida de um ex-presidente trouxe para o Brasil
e, mais precisamente para o Rio, como se fosse um prêmio, a possibilidade de
sediar três grandes eventos mundiais. Copa das Confederações, Copa do Mundo e as
Olimpíadas.
Evidentemente quem conhece a nossa cidade, sabe das
dificuldades que enfrentamos na área social, infraestrutura, mobilidade, escassez
de hotelaria e na péssima qualidade dos serviços. A beleza do Rio vem se
apagando diante da falta de planejamento, de recursos, da incapacidade de
gestão e pela abominável corrupção.
O planejamento em longo prazo, tão necessário ao crescimento
e desenvolvimento harmonioso da cidade, não trilha o caminho da continuidade pelo
prefeito seguinte. Geralmente somos subordinados aos projetos pessoais de cada
um, ao tomar posse da chefia do município, e assim a nossa cidade deixa muito a
desejar no quesito cidade-confortável- agradável-de-se-viver.
Coube ao Prefeito do Rio, a partir da sua dupla gestão, a
incumbência de preparar a cidade possibilitando-a a receber enorme contingente
de pessoas, de jogos, de equipes jornalísticas etc. Para uma cidade fragmentada
pode-se dizer que é uma tarefa hercúlea.
Tarefa dessa ordem necessitaria de projetos cuidadosamente
elaborados, por uma equipe multidisciplinar, onde engenharia de transporte, de
estrada, telecomunicações, assim como urbanistas e arquitetos pudessem se debruçar sobre o
desafio de elaborar um projeto que poderia ser continuado. Cabem a esses projetos a qualidade da transparência, o que não ocorre dando-nos a impressão de
que uma tremenda desorganização paira no ar.
Percebo que alguns arquitetos vêm questionando a ausência de
planejamento e a forma da execução das obras da cidade, geridas exclusivamente
pelas famosas empreiteiras, conhecidas no Brasil e na América do Sul, e
atualmente no mundo. Na minha observação, o ensaio e erro tão conhecido dos ratinhos,
substituiu um necessário e cuidadoso projeto. Com isso as tenebrosas
empreiteiras consomem fábulas de recursos e apresentam serviços de quinta
categoria.
A maioria das obras foi edificada no Porto e na Barra da
Tijuca sem a preocupação de agregar a cidade. Após tantas intervenções, algumas supérfluas no meu entendimento, o nosso majestoso Rio está sendo
maltratado pelas mãos do homem.
Com os recursos
disponibilizados no aquário, no campo de golfe (que segundo o prefeito resultou
da parceria pública privada, mas à custa de quê?), a destruição e construção do
Maracanã, poderiam ser aplicados em dezenas de obras na cidade que ficou
inteiramente abandonada há sete anos. Uma delas seria a de saneamento, mas quem
conhece a personalidade do prefeito sabe muito bem que sua preferência é da
calçada para cima.
Prefeito, se ainda der tempo gostaria de lembrá-lo que desde
a sua posse a cidade está feia, pobre, suja, as árvores entrando em nossas
casas, obstruindo a iluminação das lâmpadas, com ervas daninhas encastelando-se
em várias. Entendemos que há obras em andamento, porém não existe justificativa
para a omissão de todas as Secretarias Municipais. Precisamos que sua
onipotência ceda a vez à sua sensibilidade. Ficaríamos muito agradecidos.
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