sexta-feira, 22 de maio de 2015

Jaime Gold

Vivemos uma semana de luto, a perda desnecessária de mais uma vida pela violência nos deixa atônitos. Enquanto se exercitava na Lagoa, o médico Jaime Gold, de 57 anos, foi brutalmente agredido à facadas para ter sua bicicleta roubada. Segundo testemunhas, o agressor era um menor de idade, já identificado e apreendido, com diversas passagens pela polícia, inclusive de assaltos armados com a fatídica faca.

Tragédia essa anunciada, os assaltos na Lagoa Rodrigo de Freitas voltaram a ser comuns, e há pouco tempo um jovem de 17 anos foi agredido da mesma forma, com uma faca, em frente ao Clube do Monte Líbano.

Vivemos em uma cidade violenta e tentamos não pensar sobre o assunto para não enlouquecermos, mas só o pensamento nos ajudará a sair desse horror. O sítio da violência é constante, até nos locais que julgávamos seguros, o medo voltou a imperar. Shoppings, áreas de lazer e na até então “segura” zona sul, não se pode mais andar sem a preocupação de que algo pode (ou vai) acontecer.

Muitos vêm questionando a consternação com o caso, julgando que uma vida perdida na Zona Sul teria maior valor do que uma na baixada. A violência na zona sul pode ter maior impacto pela proximidade dos locais em que vivemos, mas para mim, que sou inteiramente voltada aos cuidados com vida, é um grande sofrimento a morte trágica em qualquer lugar, seja aqui, na baixada ou na Síria.

Sociólogos, psicólogos, educadores, secretário de segurança, delegados discutem o quê fazer diante da violência e crueldade. É terrível descobrirmos que se mata até por prazer. Muitas medidas precisarão ser tomadas, mais segurança, por exemplo, é uma delas. Entretanto, pouco adiantará se não adotarmos uma política de atenção às crianças desde a mais tenra idade, inclusive dando responsabilidades às mães e também cuidando da punição à delinquência. Punição passou a ser vista como algo fascistóide, mas sem ela chegamos onde estamos, ou seja, na barbárie.


Em um país em que os legisladores pensam neles antes de tudo e que fogem de todos os seus erros, o que estou escrevendo parece utopia, mas medidas paliativas não resolverão esse problema gravíssimo. No Brasil, ser bandido ainda vale a pena. É só prestar atenção ao fato de que o país não dispõe nem de um sistema penitenciário decente e os poucos presídios são apenas escolas de crime.

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