sexta-feira, 8 de maio de 2015

Encaminhado documento que retrata abandono da Cidade ao MP

O abandono da manutenção das árvores
faz cenas como esta corriqueiras
"Só posso parabenizar à Ignez Barreto que tomou a frente dessa iniciativa"

Os moradores de Copacabana, Ipanema e Leblon capitaneados por Ignez Barreto, coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema, entregaram um documento ao Ministério Público queixando-se do abandono da nossa cidade, fato este que constantemente menciono. 

A lista enumerava postes enferrujados, árvores sem poda, calçadas esburacadas, mendigos dormindo nas ruas, camelôs e etc. Esse documento se encontra na Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Cidadania. Oportuníssima iniciativa, porém é um triste episódio indicador da situação a que nós chegamos, necessitando de um mediador entre a população que aqui reside e o poder público.

As reclamações são inúmeras. Vou adicionar alguns itens: fiação elétrica, dançando nas nossas cabeças, ao sabor do vento e da chuva. Calçadas tipo “montanha- russa”, de repente um aclive ou declive. Edificações novas, cujas calçadas são mais altas que as dos vizinhos. E quando a frente de um edifício ostenta em toda a extensão da calçada, um declive acentuadíssimo para facilitar a entrada de veículos? Caminhar não é só um desconforto, passa a ser um perigo.

As chuvas, um pouco mais fortes, mesmo passageiras, como as de quinta-feira 30 de abril, inundaram não só o polo gastronômico do Leblon, mas outras ruas também, e o costumeiro aconteceu: esgoto pluvial e comum em estreita harmonia. Isso mesmo, esgoto correndo a céu aberto em pleno bairro mais “bacana” do Rio de Janeiro. Para completar o cenário, árvores desabando sobre as nossas cabeças.  É preciso muita saúde para aguentar esses descalabros!

Nossa cidade não privilegia o pedestre, ela é organizada a serviço dos automóveis, quer os que trafegam ou quer os que estacionam. Prova disso é a ausência total de garagens subterrâneas. Muitos carros estacionados pelas ruas e esquinas, além do impacto visual desagradável.

Outra questão séria é a barulheira das obras do Metrô à noite. Liminar determinou o número máximo de decibéis. Com isso as obras serão prejudicadas, pondera o Secretário de Transporte, pois estamos no limite do tempo, o que não é novidade, fato inusitado seria uma obra adiantada.

Respeito a opinião das pessoas, mas por vezes tenho de discordar devido ao grau de masoquismo que está fazendo parte do cotidiano de cada um. Um senhor confidenciou a um repórter que realmente está difícil dormir, mas enfim teremos o Metrô, por isso vale a pena. São duas opções que não comportam exclusões. Tão acostumados estamos com a barulheira de bares e restaurantes, já que fiscalização é puro elemento de retórica, que passamos a achar aceitável o que é patológico.

Só posso parabenizar à Ignez Barreto que tomou a frente dessa iniciativa, provando que existe muita gente saudável que não concorda em passar anos de suas vidas em um enorme desgaste para privilegiar a ambição de um imaturo alcaide.

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