O abandono da manutenção das árvores faz cenas como esta corriqueiras |
"Só posso parabenizar à Ignez Barreto que tomou a frente dessa iniciativa"
Os moradores de Copacabana, Ipanema e Leblon capitaneados por
Ignez Barreto, coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema, entregaram um
documento ao Ministério Público queixando-se do abandono da nossa cidade, fato
este que constantemente menciono.
A lista enumerava postes enferrujados,
árvores sem poda, calçadas esburacadas, mendigos dormindo nas ruas, camelôs e etc. Esse documento se encontra na Promotoria de Justiça de
Tutela Coletiva de Cidadania. Oportuníssima iniciativa, porém é um triste
episódio indicador da situação a que nós chegamos, necessitando de um mediador
entre a população que aqui reside e o poder público.
As reclamações são inúmeras. Vou adicionar alguns itens: fiação
elétrica, dançando nas nossas cabeças, ao sabor do vento e da chuva. Calçadas tipo
“montanha- russa”, de repente um aclive ou declive. Edificações novas, cujas
calçadas são mais altas que as dos vizinhos. E quando a frente de um edifício ostenta em toda a extensão
da calçada, um declive acentuadíssimo para facilitar a entrada de veículos? Caminhar
não é só um desconforto, passa a ser um perigo.
As chuvas, um pouco mais fortes,
mesmo passageiras, como as de quinta-feira 30 de abril, inundaram não só o polo
gastronômico do Leblon, mas outras ruas também, e o costumeiro aconteceu:
esgoto pluvial e comum em estreita harmonia. Isso mesmo, esgoto correndo a céu
aberto em pleno bairro mais “bacana” do Rio de Janeiro. Para completar o cenário, árvores desabando sobre as nossas cabeças. É preciso muita saúde
para aguentar esses descalabros!
Nossa cidade não privilegia o pedestre, ela é organizada a
serviço dos automóveis, quer os que trafegam ou quer os que estacionam. Prova
disso é a ausência total de garagens subterrâneas. Muitos carros estacionados pelas
ruas e esquinas, além do impacto visual desagradável.
Outra questão séria é a barulheira das obras do Metrô à
noite. Liminar determinou o número máximo de decibéis. Com isso as obras serão prejudicadas, pondera o Secretário de
Transporte, pois estamos no limite do tempo, o que não é novidade, fato
inusitado seria uma obra adiantada.
Respeito a opinião das pessoas, mas por vezes tenho de
discordar devido ao grau de masoquismo que está fazendo parte do cotidiano de
cada um. Um senhor confidenciou a um repórter que realmente está difícil
dormir, mas enfim teremos o Metrô, por isso vale a pena. São duas opções que
não comportam exclusões. Tão acostumados estamos com a barulheira de bares e
restaurantes, já que fiscalização é puro elemento de retórica, que passamos a
achar aceitável o que é patológico.
Só posso parabenizar à Ignez Barreto que tomou a frente dessa
iniciativa, provando que existe muita gente saudável que não concorda em passar
anos de suas vidas em um enorme desgaste para privilegiar a ambição de um
imaturo alcaide.
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