Marina que era do PV, depois foi para a REDE e agora no PSB,enquanto lhe favorecer |
Quando um país
se desorganiza econômica, moral e socialmente, instala-se um clima de tanta
insegurança, de desesperança e de angústia que se cria um terreno extremamente
apropriado para a busca de um salvador. Chegou a nossa vez de buscarmos a nossa
Salvadora, Marina Silva, fruto emocional de uma população, cansada de ser explorada por governantes, cujos únicos objetivos são eleitoreiros.
Em repetitivo
mote “como Presidente trilharei o caminho de uma nova política”, a candidata do
PSB ou da REDE, não consegui entender muito bem ainda, não deu nenhum tipo de
explicação sobre como procederá para que se configure uma nova política.
Ela deixa a cargo do imaginário popular o sonho de que a partir dela, na
Presidência, vai ressurgir um novo Brasil.
De um país
eivado de graves deficiências surgirá uma Shangri-lá. Nisso não existe nenhuma originalidade própria de Marina, pois esta visão em muito se parece com a de seu mentor
político, o ex- presidente Lula, "aquele que inventou o Brasil". Vale lembrar que
toda a trajetória política de Marina foi ao lado do PT, fazendo inclusive parte
do governo do ex-presidente.
Creio que a
ideia de uma nova política surgiu após o movimento de 2013, onde a população indignada
revoltou-se contra a política e contra os políticos, assim como execrou a
corrupção endêmica, os desvarios da Câmara e do Senado com seu toma” lá da cá “,a
impunidade, as falências em diversas áreas essenciais à vida e ao
desenvolvimento do país.
Esse intenso
descontentamento foi creditado, também, a uma suposta nova forma de governar, cujo
objetivo era permanecer no poder durante quarenta anos. Toda a equipe
governamental se envolveu de tal maneira com esse projeto que acabou se
esquecendo de problemas gravíssimos que ainda infernizam a vida dos cidadãos.
Eis que
diante deste caldo de amargura, surge a Profetisa Marina trazendo a mensagem de
novos e maravilhosos caminhos, recheando de entusiasmo o vazio de quem tanto odiava
os velhos caminhos.
À primeira
vista, pareceu-me que a população se contentou com a nova política e os novos
caminhos, sem precisar questionar em que tipo de aventura entraríamos. Penso,
entretanto, que muitos desses revoltados, dentre os quais me incluo, desejam
saber como isso será feito.
Retirando da
pauta o mundo mágico de Marina, posso visualizar uma pessoa inteligente, bem
articulada, com excelente fluência verbal, determinada a vender o seu pacote. Por mais que se esforce por ser uma pessoa
simples, a sua postura de superioridade política, pessoal e intelectual é
chocante, como se ninguém se comparasse à sua integridade moral e competência.
Estranhamente
na última eleição para presidente, Marina teve uma votação pífia em seu estado
natal, o Acre. Quando confrontada com o fato, na entrevista do Jornal Nacional,
ela afirmou que o baixo desempenho nas urnas se deu ao fato de que “havia
contrariado o interesse de grupos locais”. Ora, se tal aconteceu, este é mais
um motivo para que o povo votasse a seu favor, já que ela os teria defendido e
protegido contra interesses “privados”.
Marina vende
uma pureza patológica. A arte da política consiste, também, em fazer acordos
que beneficiem o país, mas ela teme se macular ao conversar com políticos que,
segundo a sua conceituação, não são da sua estirpe. Mesmo que Marina possua boas ideias
e, certamente, ela as terá principalmente no que concerne ao meio ambiente, precisará
de ser sustentada por uma base política. Mas com tantas idiossincrasias, como
poderá governar?
Procura se
escudar de tamanha aberração com a seguinte frase: isso foi acordado com o
Eduardo, não vou a tal palanque. O problema referente ao proprietário do avião
também foi do partido que o contratou e com isso se isenta de qualquer
responsabilidade. Marina Silva se esquece de que não é mais candidata à Vice- Presidência,
mas à Presidente da República e precisa fazer uso das atribuições que lhe couberem.
Governar
esse gigante não é tarefa simples, é bem diferente de discursar e de fazer
promessas. Exige humildade para enfrentar tantos desafios, amadurecimento psicológico, capacidade de
liderança sem ofuscar a sua equipe, planejamento intenso, transitar entre os
justos e os pecadores, isto é, lidar com um congresso viciado em benesses
pessoais, formar equipes competentes e honestas e ter compaixão pelos milhões
de brasileiros que simplesmente sobrevivem.