sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Felipe Bronze e suas promessas vazias

Calçada tomada por fregueses do Pippo
Felipe Bronze e Miguel Pinto Guimarães publicaram no jornal O Globo matéria sobre o novo bar de nome Pippo, situado à Rua Dias Ferreira, de propriedade do primeiro com projeto de arquitetura de autoria do segundo.

Em princípio pareceu-me que se tratava de propaganda do bar, porém comecei a pensar que se anteciparam a possíveis controvérsias que poderiam existir relativas à organização e estrutura do bar, valendo-se de manobras defensivas, exibindo-se como pessoas extremamente preocupadas com a cidadania, politicamente corretas, tanto que seguiram as atuais determinações da prefeitura que proíbem o uso de cercados e correntinhas.

Uma quinta-feira qualquer no Belmonte
Amparados pelo aval da prefeitura, transformaram o local em um bar aberto e, em consideração à calçada e não às pessoas é claro, prometem recolher o mobiliário à saída do último cliente. Tudo muito respeitador e sedutor.

Especificaram, também, que dois terços do local seriam destinados à COZINHA, seis grandes mesas preencheriam o resto do espaço e oito ficariam na calçada. Segundo eles, carioca adora varanda (calçada virou varanda).

Esse conto de fadas escondeu a bruxa. O pequeno espaço que restou aos transeuntes, evidentemente será ocupado por clientes que aguardam mesas e, enquanto isso, serão servidos por garçons volantes, além de poderem deixar rolar o voyeurismo-exibicionismo tão em voga nesses ambientes badalados. Imediatamente me veio à cabeça a imagem daquela aberração que se chama Belmonte, agora com a grife Felipe Bronze.

Proprietários desses estabelecimentos amam declarar que a Rua Dias Ferreira é um grande happy hour, um lugar de vanguarda para o lazer, inteiramente alheios às 6853 reclamações feitas por moradores à SEOP, entre 2011 e 2013, devido ao tumulto, excesso de barulho e a impossibilidade de dormir, mesmo que sejam utilizados vidros antirruídos. Vale notar que a própria SEOP emitiu 9707 multas por ocupação irregular do espaço público, entre 2009 e 2013. Atualmente, há 17 bares e restaurantes que respondem a processos no Ministério Público Estadual contra este grande a tremenda desordem instalada no Leblon.

O Dr. Washington Fajardo, Presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, ciente do cargo que ocupa, entende que a prefeitura liberou as calçadas, mas o espaço público precisa ser preservado. Como será possível conseguirmos esta maravilha?

Cabe alguns questionamentos à prefeitura: como conciliar a posição do Dr. Fajardo, pessoa respeitável , com o que nos deparamos no Leblon de hoje? Qual a utilidade da SEOP, afinal não é a prefeitura que acha bacana o uso das calçadas? Pelo visto, ela não tem a menor utilidade já que emite multas e tudo continua o mesmo. Será que o prefeito considera que existe ordem pública no Leblon? 

Será que ele já ouviu histórias que eu ouço, aos montes, de idosos e pessoas doentes que não conseguem repousar devido ao grande tumulto que está tomando conta do bairro e que, mesmo querendo vender seus apartamentos, não conseguem compradores? Será que os apelos, as reclamações em número elevadíssimo, não lhe dizem nada?

Na ânsia de arrecadar e de se mostrar festeiro, o prefeito se alheia aos milhares de queixas dos moradores deste bairro outrora residencial e que é atualmente o campeão do desrespeito e da invasão de privacidade.


Essa é a maneira da prefeitura operar na nossa cidade, sempre colocando os interesses mais escusos em primeiro lugar, enquanto os cidadãos de bem ficam a mercê de alguns inescrupulosos empresários que, de forma predatória, exploram nossa cidade até que nada reste. A Prefeitura finge que trabalha e os restaurantes fingem que acatam suas regras, impossível não pensar que existe algum tipo de acerto por trás disto tudo.

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