25 de setembro às 7h30min: Deus existe mesmo! |
Sempre
fui favorável à APAC e possuo familiares que residem nesses prédios e, mesmo
antes da existência da APAC, nós resistimos bravamente à especulação
imobiliária. Considero que nem todos os pequenos prédios tem um valor
arquitetônico, porém são graciosos e conversam muito bem com as ruas e o Leblon,
bairro de diminuta extensão. A sensação é de leveza e confere uma identidade ao
local.
Atualmente, esses
pequenos edifícios possuem normas bem rígidas determinadas pela prefeitura
quando qualquer obra se faz necessária, mesmo sendo difícil a aquisição de material,
compatível com o antigo, de modo a compor o prédio. Compreendo perfeitamente as
exigências da prefeitura, afinal de concessão em concessão, os prédios perderão
as suas características e como há uma lei nesse sentido deve ser respeitada.
Era de se esperar que a prefeitura evidenciasse o mesmo
critério rigoroso quando concede seus alvarás aos estabelecimentos comerciais. Surpreendentemente
não foi o que aconteceu. Assim vemos, de
repente, a Rua Dias Ferreira, onde residem centenas de moradores, repletas de “inferninhos”.
Outro exemplo de degradação
ambiental é a construção desenfreada de prédios comerciais enormes, com
centenas de escritórios minúsculos, totalmente incompatíveis com a área do
bairro. Além da superpopulação flutuante, não podemos esquecer a nossa rede de
esgoto, em frangalhos , pedindo socorro e que vive se arrebentando, exalando um
mau cheiro horrível. Obras de infraestrutura são mais difíceis de serem feitas
e os prefeitos ainda pensam que o povo é tão ignorante que não valorizaria a
atenção que o saneamento merece. O resultado é que os remendos passam a serem os
únicos cuidados que a rede de esgoto merece. Eu já presenciei, atônita, a um
conserto na Rua João de Barros oito vezes no mesmo lugar. Dá para acreditar?
A miopia em questões ambientais também atinge a escadaria com
azulejos antigos que existe no final da Rua Gal. Urquiza, tombada pelo
patrimônio, e que fica totalmente encoberta pelos carros que estacionam como se
estivessem em uma garagem. Será que, em algum país do mundo, uma beleza
arquitetônica estaria soterrada no fundo de uma garagem? Pois no Leblon isso acontece e quem quiser
pode conferir a existência desse local. Existe aberração maior?
Não é aceitável que novos bares e restaurantes possam
sufocar ainda mais a paisagem do Leblon. Qualquer espaço disponível chega a me
dar arrepio, pois já espero um comércio desse tipo. E pensar que dispomos de
três livrarias e uma casa de flores. Pode se chamar a isso área de preservação
do ambiente cultural?
Gostaria de sugerir ao prefeito que, a exemplo das farmácias,
proibidas de abrirem novas unidades, devido ao já elevado número delas, que se
utilizasse os mesmos critérios em relação a bares e restaurantes. O Leblon não
pode mais ser sucateado, nós não queremos e nem podemos nortear o rumo do nosso
bairro como um barco sem comandante e de acordo com as intempéries e
correntezas dos interesses comerciais.
Prefeito, a coerência deve e precisa ser a marca do seu
governo! Se os moradores são tratados com o rigor necessário para que o bairro
mantenha as suas agradáveis características ambientais não é compreensível
tanta leniência com os empresários.
Eduardo Paes começou cedo a sua carreira política, com
muito entusiasmo e levou muitos votos meus e dos meus familiares; tem um futuro
político pela frente e é trabalhador, mas precisa se cuidar quanto ao excesso
de vaidade. A vaidade cobre os seus olhos e a sua mente com uma cortina de
fumaça embriagadora, impedindo-o de observar os prejuízos que sua política
arrecadatória causa ao meio ambiente.
Seu gabinete de
trabalho, quando se trata da questão ambiental, parece ser localizado no Acre,
enquanto isso as ervas daninhas estão se proliferando no Rio de Janeiro.
Sempre contando com a Providência Divina |
Sei que os desafios são enormes, conheço a cidade; os
problemas estão se avolumando, não é possível que a concentração da prefeitura
esteja de forma obsessiva ligada somente a três projetos. A sociedade clama pela
sua qualidade de vida, e já que estou falando em preservação da vida, dia 25 de
setembro tombou uma árvore gigantesca quando eu passava pela Praça Baden Powell,
aliás, é a segunda vez que isso acontece, a outra foi na Gal. Urquiza. As
árvores estão todas doentes, ameaçando nossas as vidas. Devo me dirigir a quem?
Talvez ao Papa, um ser humano incrível, que nesse vandalismo em que vivemos
atrás de bens materiais se preocupa com a vida dos seres humanos, com o que
sentem e com o que pensam.
Prefeito Eduardo Paes é hora de abrir os olhos!
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