sexta-feira, 15 de julho de 2016

A Oportunidade Perdida

As Olimpíadas estão se aproximando e torço, sinceramente, para que possamos ter dias de festas, de ordem, de uma generosa recepção aos atletas mundiais que se esforçaram, durante anos, para nos mostrar a excelência de suas performances. Mas infelizmente, há poucos cariocas entusiasmados com os jogos que começam mês que vem.

Sabemos que serão dias difíceis para nós que moramos aqui, pois nossos deslocamentos estarão cerceados devido aos corredores olímpicos criados para o deslocamento dos atletas, assim como muitos feriados deverão ser agendados, tornando difícil o exercício de nossas profissões.

Não vou negar que senti muito desassossego ao ser informada de tantos eventos (Copa, Jornadas e etc.), terminando com as Olimpíadas. Logo me veio à cabeça os excessos que nossos governantes costumam fazer. Na ânsia de se exibir ao mundo como um país pródigo, com uma natureza abençoada, procedem à uma orgia de recursos que me trazem tristeza e revolta.

No entanto, deu-se um tiro no pé, já admitido pelo maior entusiasta do evento, nosso prefeito. Creio que os legados deste evento nos trarão muitos problemas, pois serão necessários R$ 100 milhões ao ano só para se manter os parques Olímpicos. Tantas promessas não foram cumpridas, como a despoluição da Baia de Guanabara.

Como esquecer do lago artificial feito em Deodoro para as Olimpíadas que custou R$20 milhões e que exige muita manutenção para ser útil à população? Todos sabemos o fim dessa história, um verdadeiro escárnio.

Penso que as euforias iniciais, daqui para frente, precisam ser confrontadas com a realidade. A cultura da conservação não existe. Chega de obras, daqui para frente só o que for de absoluto interesse da população.

Breve teremos outro prefeito e não poderemos mais concordar com o desrespeito ao nosso dinheiro. Precisamos exigir que se gaste em nosso benefício. O Rio precisa tanto de obras de saneamento, melhores salários para professores, hospitais que funcionem, médicos para nos atender, assim como obras de conservação, não só de viadutos como do mobiliário urbano.

Do outro lado a população também precisa colaborar. Não é possível que seu inconformismo com essa cidade desordenada, caótica, seja expresso destruindo o que encontram pela frente, sejam ônibus, trens, estações de BRT, praças e matando até pessoas. Verdadeira calamidade.

No último ano vimos como a pressão popular tem força sobre a política. Os cariocas precisam se unir e mostrar seu descontentamento, de forma pacífica, nas ruas e nas eleições que estão por vir.

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