Temos notícias nada elogiáveis a respeito do judiciário. A
imprensa mencionou alguns preocupantes acontecimentos a respeito do Superior
Tribunal de Justiça, conhecido como “tribunal da cidadania”. Esse tribunal
possui 33 ministros, 2930 cargos efetivos, sendo 1817 cargos de confiança ou
funções gratificadas. Um staff fantástico de motoristas com carros de primeira
linha que servem aos juristas; cozinheiros, copeiros, ascensoristas, além de
uma grande diversidade de profissionais terceirizados, inclusive juazeiros, profissão
que ninguém sabe do quê se trata, estão disponíveis para o mais completo
conforto e atendimento.
As cifras despendidas são astronômicas, quase todas acima do
teto institucional, claro que tudo bem legalizado, como deve ser no corpo
judiciário, já que os aditivos não são considerados salários.
Para que ninguém morra de tédio, mais artimanhas nos
prepararam os juízes do Tribunal de Justiça do Rio. Foi aprovada na Assembleia
Legislativa a lei 7014/15 que concede bolsas de estudo aos filhos de juízes,
desembargadores e servidores do Tribunal de Justiça do Rio. O valor estipulado
é de R$ 953,47, quer eles estudem em escola pública ou particular. O texto
aprovado na Assembleia incorporou dez emendas parlamentares, várias delas
sugeridas pelo próprio Presidente do Tribunal de Justiçado Rio, Luiz Fernando
Ribeiro de Carvalho. Tudo como é de se esperar, ou seja, a maior imoralidade
dentro da mais perfeita legalidade.
Nós, brasileiros estamos acostumados com as notícias
veiculadas através da mídia, de que determinadas classe profissionais se
concedem direitos e prerrogativas que são negados aos demais contribuintes. A lei
é igual para todos, mas nem todos são iguais perante a lei. O que me espanta é
perceber que esse fato está tão encravado no DNA desses indivíduos que eles não
se sentem pertencentes aos demais cidadãos, vivem em um universo particular e
não se dão conta nem das graves distorções nem do atual momento recessivo.
Diante da série de violências que a população vem sofrendo,
tentando lidar com tudo que presencia sem surtar, eis que surge o Ministro Luiz
Fernando Ribeiro de Carvalho com a publicação de um artigo no O Globo, dia 3 de
julho sobre outro tipo de violência, que são a série de assassinatos brutais na
cidade cujo título é: “Até quando reféns de corrupção e violência?” São
palavras de Sua Excelência: “é preciso cessar o festival de horrores”; “o
tratamento de direitos humanos-exceto por demagogia- não serve apenas para
proteger bandidos”; “Não se pode esquecer a vampiresca face da corrupção que
nos atinge desde 1500”; “corrupção e violência são faces siamesas da barbárie
que se banalizou.”
O Ministro conclama a reação dos diversos segmentos da
sociedade assim como do Estado, pois a corrupção e a violência não podem
continuar impunes até porque breve haverá filas nos cemitérios para enterrar os
mortos.
Vossa Excelência tem toda razão, ele sabe da importância da
educação e o quanto ela será necessária como um dos pilares do combate à
delinquência. Afinal, o que será do Brasil, se os filhos dos nossos heróis de
toga não tiverem uma educação de qualidade? Sabemos das paupérrimas condições
de vida que esses bravos homens, defensores da legalidade, enfrentam todos os
dias, incluindo salários baixos. Avante Exmo. Srs. Cruzados na luta contra os
sanguessugas e vampiros que se aproveitam do estado, mesmo que sejam vocês próprios!
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