Feliz dia dos namorados |
Estamos mergulhados no mundo da informação, ela nos chega via
internet e mídias. Política, economia, guerras e violência, nacionais e
internacionais e outros assuntos mais amenos são de domínio público. O mundo
contemporâneo é complexo e quase incompreensível.
Nós não estamos sob o poder nefasto de um Estado Islâmico,
mas as guerrilhas são diárias contra o tráfico, no trânsito, contra os maus
políticos, homens que se julgam poderosos, cuja ideologia se traduz pelo poder
do dinheiro, prevalecendo sobre os direitos da criatura humana. É vergonhoso
constatar que senhores, de idade avançada, são pegos em transações ilícitas, se
apossando do dinheiro do contribuinte cujo destino deveria ser o atendimento ao
povo em suas necessidades mais básicas.
O que fazemos com essa enxurrada de informações aberrativas
que entulham as nossas mentes e têm a velocidade dos cliques da internet?
Ficamos felizes por nos sentirmos informados e antenados? Evidentemente não nos
aprofundamos em nada, não existe nem interesse nem tempo para uma reflexão mais
profunda. Optamos pela superficialidade, se a informação oferecer mais de
quinze linhas a ansiedade desponta, afinal estamos perdendo outras notícias.
Dizer que vivemos em um mundo virtual que toma conta de
nossas vidas não é nenhum exagero. Nossos companheiros de cama e mesa são
smartphones e toda a parafernália eletrônica que existe. Somos esmagados pelas
notícias, robotizados, não existe tempo para pensarmos sobre o que nossos olhos
viram, vivemos à base do sensorial.
Não posso deixar de reconhecer que a grande vantagem imediata
desse tipo de vida é escapar dos nossos sofrimentos emocionais, que são
intensos, acrescidos da descrença que se agiganta, bombardeados que somos por
mentiras transformadas em verdade.
Como é possível alcançarmos alguma compreensão diante de
duas lideranças políticas, suspeitas de envolvimento na Operação lava-Jato, que
conduzem o nosso país, driblando o aprofundamento das investigações? É óbvio
que esses dois figurões deveriam se ausentar até que tudo se esclarecesse.
Entretanto,
enquanto fugimos de nós mesmos, acabamos oprimidos, nossas mentes sucateadas
por notícias sórdidas se tornam incapazes de processar nossa vida emocional, e
descobrir soluções para nós. Tudo é mais do mesmo, e a estupidez impera.
A opressão mental inviabiliza o necessário escrutínio e a
reflexão. Uma absurda inércia nos ataca e as bolhas de violência não encontram a
natural válvula de escape. O que presenciamos é a violência cega,
despropositada, saindo aos borbotões, de modo desembestado.
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