Um colunista do jornal O Globo publicou uma matéria sobre a
péssima qualidade dos serviços em geral.
Realmente, ele tem toda razão. É dificílimo encontrarmos mão
de obra qualificada que execute as tarefas com esmero.
Normalmente, o que se encontra são profissionais que não
dominam as técnicas necessárias para os seus ofícios, também fica claro que não
possuem a desenvoltura daqueles que sabem o que estão fazendo. Parecem
aprendizes, aprendem com o olhar, observando alguém que sabe fazer e copiam.
O problema é de uma complexidade extrema e não é minha intenção
esgotar o assunto, porem vou me permitir levantar algumas hipóteses:
O problema da educação. Esses profissionais pouco aprenderam
no ensino fundamental , não foram incentivados a frequentar cursos
profissionalizantes, até porque só atualmente apareceram novas escolas
técnicas, embora o número delas seja insuficiente. Quando se aventuram nesses
cursos, seu despreparo é tão grande que não conseguem acompanhar o currículo e
acabam por desistir.
Salários não muito convidativos, assim a lógica de oferta e demanda do mercado explica o comportamento observado. As remunerações oferecidas não são atraentes. O trabalho parece castigo, talvez a herança escravocrata tenha contribuído para a nossa cultura que tem muita dificuldade em valorizar o trabalho.
À criação do Bolsa Família: indiscutivelmente trata-se de uma ideia maravilhosa, porem sem acompanhamento está se tornando um desastre com consequências imprevisíveis. Tenho notícias de mães que obrigam seus filhos a irem à escola, não por preocupação em educa-los , mas para garantirem o recebimento da Bolsa.
Estamos na 3a. geração de brasileiros que recebem essa ajuda,
inclusive as igrejas também contribuem para a distribuição de alimentos. Isso
implica que a geração anterior continua dependendo do Estado e me pergunto: até
quando essa muleta será necessária? Não estaremos incentivando essa
dependência?
Há pouco tempo surgiu
uma pesquisa sobre jovens entre 18 e 24 anos e nos foi revelado que o número dos
que não trabalhavam e nem estudavam era tão grande que nocauteava qualquer um.
Podemos concluir que a base do programa perdera as suas características e se
tornara um convite ao ócio. O ócio é doença que pega, ninguém quer sair dele. A
Bolsa parece que se tornou um desestímulo ao trabalho e ao progresso.
Não considero que se deva acabar com o programa que trouxe
benefícios a milhões de pessoas, mas se torna necessário fazer avaliações
contínuas no intuito de concedê-las aos mais necessitados. Está na hora, penso
eu, de se iniciar a busca pelo mercado de trabalho. Esse é sem dúvida um
momento crítico visto que os eternos bolsistas se encontram totalmente
despreparados para exercerem qualquer atividade. Caberá então aos governantes a
tarefa de torna-los cidadãos, capacitando-os ao trabalho.
Quem tiver a coragem de mexer neste vespeiro e se propuser a
resolver este problema tremendo nunca será eleito. Não é do interesse dos bolsistas
nenhum tipo de mudança, principalmente se a proposta for sair do ócio. Temos,
portanto, um problemão a resolver.
O colunista reclamava, também, que as empresas não
preparavam os seus funcionários, daí o atendimento ser péssimo. Eu mesma já
tratei deste assunto quando se discutiu o despreparo dos motoristas de ônibus;
a mão de obra disponível é mínima, é pegar ou largar e o pior é que não existe
tempo suficiente para um bom preparo, visto que a carência de funcionários é
grande.
A ausência e a ineficiência dos serviços devem ser motivo de
grande preocupação porque compromete o desenvolvimento do país. Breve
necessitaremos de, além dos médicos, importar mão de obra qualificada.
Essa perversão das Bolsas traz enorme prejuízo para os
cofres públicos e uma inescrupulosa captação de votos que é perigosa para o
país.
Podemos resumir essa exposição com a metáfora usada pelo ex-Presidente Lula, ou seria o atual?, é preciso ensinar a pescar e não oferecer o peixe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário