sábado, 10 de dezembro de 2016

Subserviência do STF

Tive o mais absoluto nojo da última votação do STF na qual manteve o senador Renan no cargo, meus instintos mais primitivos QUASE vierem à tona frente tamanha afronta.

A insensatez fez com que a mais alta corte do país mudasse seu voto, e talvez com isso, tentando garantir a votação das propostas do governo.

Não é possível que temos de subverter a ordem das coisas para que a política esteja acima de tudo, de princípios verdadeiros, da crença na independência do judiciário, da obediência aos mandados judiciais.

Saiu vitorioso o mais arrogante senador que este país já teve, cuja ousadia é pautada na certeza de sua impunidade. Ao declarar que não acataria a decisão da justiça de se afastar da presidência da câmara ou ao berrar com toda força dos seus pulmões que ele tirou Paulo Bernardo da prisão, graças ao pedido feito ao juiz Toffoli, demonstra o grande poder que tem sobre o judiciário.

O que poderia acontecer se o seu suplente, senador Jorge Viana, fosse nomeado presidente do senado? Prenderia a pauta dos gastos públicos? Seria isso possível? Ainda assim, creio que é melhor do que assistir à subserviência do judiciário. O bendito problema econômico, do qual Não Fomos Responsáveis, sai atropelando a dignidade do brasileiro.

Foram buscar Sarney e Fernando Henrique para que a subversão fosse bem patrocinada, mas ninguém poderá suprimir a causa e efeito. O efeito é muito grave, e recai sobre todos nós. Demonstra que a noção de que todos são iguais perante a lei não é verdadeira, demonstra que tudo pode ser feito, sem medir consequências e que a perversão da ordem natural dos fatos é uma constante.

Coitado dos pais que se matam para ensinar as mais simples das coisas, ou seja, existe o certo e o errado, o bem e o mal, enquanto os fatos demonstram que tudo depende da situação e que os conceitos podem mudar de uma hora para outra, desde que atenda aos poderosos do país.

A pressa é inimiga da perfeição, tanto que saiu bem arranhada, infelizmente, o nosso judiciário. Acho que é o momento dos juízes tentarem se manter coerentes na defesa da ordem e rejeitar politizações. Certamente este não é seu papel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário