sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A Legalidade ou Ilegalidade das Ocupações

Diante da situação das escolas ocupadas, às vésperas do ENEM, um juiz determinou que se cortasse o gás e a luz. Fica fácil adivinhar que, na atual conjuntura, ele foi equiparado a um torturador.

Os alunos estão protestando contra a Medida Provisória 746 referente às mudanças na educação. Assunto da mais alta importância que precisa ser bem discutido. Além dos alunos, alguns movimentos sociais se aproveitam das ocupações por também se oporem à PEC 241 que limita gastos públicos.

Considero legítimo o direito de protestar, de fazer greves e passeatas, desde que elas não interfiram diretamente com a população ou com seus direitos. Esses movimentos de ocupação não representam a totalidade dos alunos, nem sequer sua maioria. Mesmo que fossem legitimamente representativos, eles não teriam o direito de se impor sobre os demais estudantes.

Entretanto, nesse momento, essa greve me parece muito acima do limite desejado e já está afetando o calendário do ENEM. Cabe aos governantes pensarem que essa prova, por questões de justiça, deveria ser feita por todos os alunos no mesmo dia e hora. Não é por acaso que os portões se fecham às oito horas.

É importante que o governo proteja os postulantes às Universidades de mais emoções. Os alunos que farão o ENEM passam por anos intensos de estudo e ao desgaste emocional e psicológico do dia da prova. Como se não fosse o suficiente, junta-se a isso essa indefinição de última hora – farão ou não a seleção? Hoje saiu a resposta, onde há escolas ocupadas não haverá prova.

Entendo que é responsabilidade do governo ajudar aos grevistas a amadurecerem, a serem cidadãos que entendam que os seus direitos terminam quando avançam sobre os direitos dos outros, senão estaremos sendo coniventes com a ideia de que tudo é permitido, mantendo um infantilismo e uma onipotência à prova de qualquer coisa. A vida não é nenhum Xangri-lá, há fatores adversos e precisamos nos preparar para enfrenta-los.

Estamos criando jovens para conviverem em sociedade ou preparando-os para a anarquia?

Direitos humanos são para todos, não só para um grupo grevista.

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