Toda a campanha do PT se baseou na crítica exacerbada ao
candidato da oposição, Aécio, e ao seu futuro Ministro da Fazenda Armínio
Fraga. Destilou-se terror, nas camadas sociais mais pobres, com argumentos
diabólicos sobre o futuro negro que se abateria sobre eles, do tipo “vai faltar
comida na mesa do pobre”.
O que fez nossa presidente agora? Apelou para o economista Joaquim Levy, pessoa
de inegável competência, colaborador de Armínio Fraga na elaboração do programa
econômico do candidato Aécio. Nada demais, em um país democrático, que pessoas
competentes possam pertencer aos quadros de outros partidos e sejam convidados
para compor os Ministérios, alias é o recomendado, sempre que a preocupação com
o povo ultrapasse qualquer pretensão de poder. Pena que este caso é a exceção e não a regra.
O que é constrangedor nessa história é o comportamento da
Presidente. Ao tentar a reeleição fez a apologia da grande gestora que fora, exibiu
a sucateada Petrobrás como uma maravilha brasileira, promoveu verdadeiros
contorcionismos na matemática para encontrar um superávit positivo. Apesar de
toda a construção ilusória de um modelo de governo que não ocorreu, ela sabia
que um perigoso monstro a ameaçava: o escandaloso esquema de corrupção. Precavida, foi avisando que faria o diabo para vencer.
Ao se deparar com a verdadeira realidade do país e faltando-lhe
o preparo teórico e técnico como economista, sem estratégias que pudessem
fortalecer a economia diante da grave crise que se instalou na indústria, no
comércio nacional e exterior, acabou engessada em um labirinto sem saída. Sua
onipotência cedeu diante da constatação que vários companheiros de chapa, após
doze anos de doutorado em corrupção, não possuíam as necessárias credenciais
para ocupar o cargo de Ministro da Economia.
Alguns intelectuais do PT se manifestaram contra essa
indicação temendo um retrocesso e um aperto nas políticas sociais. Entendem que
Joaquim Levy não gosta de jogar nem dinheiro, nem conversa fora, fazendo
demagogia e que fará tudo que for preciso para sairmos do atoleiro em que nos
encontramos.
Parece que nossos intelectuais desconhecem que a inclusão social
depende da economia que gera recursos para que o país se desenvolva como um
todo. A preocupação com o fator econômico virou crime para os militantes do PT.
Matemática não é o forte dessas pessoas, pois quem dispõe de zero não pode
distribuir nada. Quando os recursos vão escasseando, como é nosso caso, até a
bolsa família entrará em colapso.
A população brasileira necessita muito mais do que alimento
na mesa dos pobres. O atraso em infraestrutura, no meu modo de entender, é
arrepiante e relega grande parte da população a viver assoberbada sob tremendo
estresse sem condições de alcançar uma vida digna. O povo brasileiro
não merece essa indigência.
Apesar das recentes boas escolhas de Ministros, sempre temo que novos pacotes de “maldade”surjam, como por exemplo a
flexibilização da lei de responsabilidade fiscal.
Difícil é ser um "militonto" neste momento em que a Presidente contradiz tudo que foi dito na campanha a respeito da política econômica. Haja criatividade e dissonância cognitiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário